White Witch escreveu: Não é por acaso, que a única mulher do tópico é a que insiste na romantização da coisa. Como Krauser dizia, mulheres veem o trabalho como um playground masculino, uma continuação da infância, um lugar onde garotos crescidos brincam.
Em meios masculino, ainda mais adultos, as cobranças são asperas a nível militar. Não há espaços para brincadeiras. A origem disso venha de motivos evolucionários, históricos não sei, o que se sabe é que desde "tempos remotos" desse tipo de coisa depende a sobrevivência da tribo.
É parte das coisas que tem que serem feitas, e romantizar isso é pisar em ovos. Os pensadores que resolvem pensar o trabalho, em todos só sai muita coisa amarga, seja saído de um Ernst Junger ou de um Karl Marx. O mesmo não se dá quando se pensa a guerra, como Delta Dan disse, a guerra enobrece.
Acho muito difícil dissociar masculinidade de sacrifício justamente por isso que você apontou. Ser homem é abrir mão de muita coisa pelo bem do todo.
Apesar de o mundo estar violento demais, ele nunca foi tão seguro quanto é hoje. Contudo, até bem pouco tempo atrás, cabia ao homem a proteção da família e do bando contra tudo que as pessoas mais fracas dessa família ou desse bando não pudessem enfrentar.
E nem toda ameaça é uma pessoa ou um animal. Tempos de fome ou de miséria são ameaças pelo menos tão letais quanto um elemento armado.
Então, a afirmação de que "o trabalho enobrece" aplicada a um homem só toma sentido aos meus olhos quando ela quer dizer implicitamente que o homem que abre mão de muita coisa para lutar por um futuro melhor para os seus, futuro esse que ele provavelmente não gozará, esta, a seu próprio modo, guerreando uma guerra justa e guerrear guerras justas enobrecem o guerreiro.
Por isso, creio, nós aprendemos a dar valor a pequenas coisas como jogar conversa fora, tomar cerveja com os amigos, jogar futebol ou ficar parado contemplando algo ou o vazio.
Por óbvio, o egoísmo patológico mata todo esse raciocínio.