Ashura escreveu: "Pegue a banda Calypso, por exemplo, o máximo que conseguiram vender foi 1.900.000 cópias. Por essa sua lógica, então Calypso é "nicho", ninguém nunca ouviu falar, e brasileiro não gosta de ouvir música."
Vender disco [CD é um disco, antes que me corrija. Disco é o formato, não o material] é irrelevante... Tem rádio, tem como baixar música da internet etc. Sem falar que o elemento sonoro é algo invasivo... Se eu jogar um livro do Drácula na tua cara tu não vai ficar sabendo do conteúdo por esse ato.
Música, ainda mais esse tipo de coisa bagaceira, no Brasil se coloca pra todo mundo ouvir querendo ou não no meio da rua. Não se faz de bobo.
Vender disco não é irrelevante. Foi v quem falou que vender 2 milhões é pouco para Brasil. Eu demonstrei que, pela lógica numérica, Calypso não atinge um grande público. Pessoas podem ouvir Calypso, querendo ou não, mas é diferente de
conhecer Calypso, no sentido de saber as letras, as músicas, etc. Muita gente conhece Paulo Coelho, mas conhecer sua obra são outros quinhentos, no máximo as pessoas sabem o resumo de alguma história, da mesma forma que a maioria não conhece todas as músicas num disco do Calypso.
Vender disco significa que vc atingiu um público grande. Ou Zezé de Camargo e Luciano não vendem discos?
Vc está pulando de um ponto para outro. Uma hora diz que vender dois milhões é pouco, depois diz que é irrelevante pq toca no rádio.
Oras, se calypso mesmo tocando no rádio vende "apenas" dois milhões então significa que rádio não tem toda essa influencia popular.
Para ficar mais claro, vc desdenha um autor que teoricamente vende dois milhões de livros pq isso seria pouco para um país com 200 milhões de pessoas, mas quando é o Calypso que vende dois milhões vc diz que não importa pq toca na rádio.
E daí? Tocar na rádio não quer dizer que atingiu o público no sentido que realmente importa, a saber, vender. No máximo seu nome ficou conhecido, mas nome de detergente tbm fica conhecido em propaganda de rádio.
O que importa não é tanto quantas pessoas conhecem, mas quantas vc consegue
cativar.No final é isso que importa para a indústria de entretenimento, não importa qual. Um autor tem que formar um público leitor cativo. Uma banda ouvintes cativos. Filmes gente que queira ver as continuações.
Se der para aumentar os números, beleza, mas nunca vai chegar a "todo mundo". Provavelmente até rádio e TV sejam melhor sucedidos em alcançar "todo mundo" do que cinema.
Sobre Senhor dos Anéis: mesmo que vc pergunte quem é Aragorn, poucos vão saber responder.
Mas se hj o pessoal sabe quem é Senhor dos Anéis é pq a "fanbase" é quem garantiu o público cativo. Com o público cativo seguro fica fácil expandir o filme para quem nunca leu os livros.
Sabia que teve uma animação dos Senhor dos Anéis nos anos 70? E pq ninguém nunca ouviu falar. Pq os fãs detestaram. Logo, falhou com o publico geral.
Já que vc mencionou o Batman de 1989 lá atrás. Quando foi anunciado que iam fazer um filme do batman, a warner foi atacada com milhares de cartas de fãs reclamando da escolha de Tim Burton e Michael Keaton (ambos até então só tinham feito comédias) para a função de diretor e ator. Os fãs só sossegaram quando o estúdio disse que A Piada Mortal seria o modelo para o novo filme.
Em suma, o estúdio conta e muito com a fanbase. Eles servem não apenas para medir se o filme tá no caminho como tbm para fazer o boca a boca.
Última edição por Joe em 29/09/16, 04:09 am, editado 4 vez(es)