caiobr escreveu: me respondam seus bixa
eu ser liberal,
favorável a total privatizacao de empresas estatais (menos militares, ate sus por mim privatizava!)
(eu por mim votava no pastor everaldo la.. pela reducao dos impostos, diminuicao de poder do governo e privatizacao de empresas estatais!!)
enfim, eu ser liberal e favoravel ao minimalismo,
>>me faz ser alguem conservador?
tenho que ler Olavo do caralho e me tornar nerd virgem de apartamento de novo?
A questão é a seguinte:
Ser conservador numa sociedade industrial é uma contradição. Toda tradição e costumes são inevitavelmente destruidos ou no mínimo modificados num mundo industrializado.
Explico:
A sociedade industrial muda o comportamento humano e suas necessidades, logo defender algo como, por exemplo ,a "família tradicional", e, ao mesmo tempo, o progresso tecnológico, é um contra-senso. No livro "João de Ferro: um livro sobre homens", Robert Bly conta que na Inglaterra do século XIX homens foram proibidos de se apropriar de terras sem dono para serem obrigados a trabalhar nas fábricas. Isso resultou na cultura moderna de "meninos sem pais", ou seja, o pai que trabalha fora e tem pouco tempo para o filho, que perdura até hoje. Em suma, quem quer defender a família tradicional, e uma sociedade conservadora no geral, que seja coerente e se oponha ao sistema industrial, tal qual os Amish.
Em suma, uma sociedade industrial, como vocês podem ver pela minha conversa com o Rant, precisa de todos os seus individuos trabalhando e consumindo para manter a economia funcionando.
O problema do intelectual de classe média (seja de esquerda ou direita) é não conseguir pensar fora de uma lógica de sociedade de consumo. Logo, nesse sentido, não há muita diferença entre um Olavo de Carvalho e uma Marilena Chauí.
Portanto, alguém ser a favor do estado mínimo não diz muito sobre ele ser conservador, pois, na perspectiva de como pessoas viviam antes da revolução industrial (ou tentam viver assim, como os Amish), não há nada de conservador num homem passar o dia fora de casa numa fábrica e longe dos filhos (em sociedade pré-industriais o pai tem uma participação fundamental na vida do filho, sendo o responsável pela iniciação dele a vida adulta).
Para ficar mais claro, o "conservadorismo" que direitistas defendem é um conservadorismo que não serve mais aos própositos do sistema industrial. Aquela coisa do pai que vive aprisionado no escritório ou na fábrica e chega sorridente no final do dia com a esposa de avental o esperando com seu prato favorito (bem propaganda de margarina) pode ter funcionado um primeiro estágio do sistema industrial, mas agora é inviável porque vai contra as necessidades do próprio mercado, que necessita de constante expansão (o caso da indústria de tabaco incentivar sufragettes a fumar é exemplar).
Nesse sentido, o esquerdista, ironicamente, está melhor sintonizado com as necessidades do mercado do que o conservador. Ele quer, através de políticas de cotas e outras medidas, inserir negros, mulheres, gays, marcianos, jupiterianos, etc no mercado de trabalho. Ou seja, o esquerdista quer todo mundo conformado e servindo de escravo de uma grande empresa, estressado e trabalhando feito um animal para atingir as "metas" da corporação, e ainda tem a cara de pau de dizer que isso é uma "sociedade mais livre" (no fundo ele mente para si mesmo, pois sabe que nada pode contra o sistema industrial).
O esquerdista, em última instância, é um conformista, por isso eles adoram "atos simbólicos" como Marcha das Vadias e afins. É uma valvula de escape para o seu conformismo e, ao mesmo tempo, não afeta em nada o sistema industrial (podem fazer quantas Marchas das Vadias quiserem, além de não reduzir em nada o número de estupros, não gera nenhum prejuízo a economia).