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"Difunde-se uma sede ardente de prazeres fáceis. As formas do casamento e das relações entre os sexos, no sentido burguês, já não satisfazem. Nesse terreno, aproxima-se uma revolução que corresponde à revolução proletária. Compreende-se que todo esse novelo extraordinariamente intricado de problemas preocupa profundamente tanto às mulheres como os jovens. Uns e outros sofrem particularmente da atual confusão nas relações sexuais. A juventude protesta contra esse estado de coisas com o ardor barulhento própria da idade. É compreensível. Nada seria mais falsa que pregar à juventude o ascetismo monástico e a santidade da imundície burguesa. Mas não está bem, penso eu, que os problemas sexuais colocados em primeiro plano por razões naturais, se tornem nestes anos a preocupação principal dos jovens. As conseqüências, algumas vezes, poderiam ser fatais.
Em sua nova atitude diante das questões concernentes à vida sexual, a juventude se apega, naturalmente, aos princípios, à teoria. Muitos qualificam sua posição de 'revolucionária' e 'comunista'. Crêem sinceramente que assim seja. Não nos ouvem, a nós, velhos. Embora eu não seja absolutamente um asceta melancólico, essa nova vida sexual da juventude e freqüentemente, dos adultos, me parece muitas vezes totalmente burguesa, um dos múltiplos aspectos de um lupanar burguês. Tudo isso nada tem a ver com a 'liberdade do amor', tal como nós comunistas a concebemos. Conheceis, sem dúvida, a famosa teoria segundo a qual, na sociedade comunista, satisfazer o instinto sexual e o impulso amoroso é tão simples e tão insignificante como beber um copo de água. Essa teoria do 'copo de água' deixou a nossa juventude louca, inteiramente louca.
Ela foi fatal a muitos rapazes e moças. Seus defensores afirmam que é uma teoria marxista. Belo marxismo esse para o qual todos os fenômenos e todas as modificações que se dão na superestrutura ideológica da sociedade decorrem de pronta, em linha direta e sem quaisquer reservas, unicamente da base econômica! A coisa não é tão simples como parece. Um certo Frederico Engels, já há muito tempo, salientou em que consiste verdadeiramente o materialismo histórico.
Considero a famosa teoria do 'copo de água' como não marxista e, além disso, como anti-social. Na vida sexual se manifesta não só aquilo que deriva da natureza, mas também o que nos dá a cultura, quer se trate de coisas elevadas ou inferiores.
Engels, em sua Origem da Família, mostra toda a importância do desenvolvimento e da aprimoramento do amor sexual. As relações entre os sexos não são simplesmente a expressão da ação da economia social e da necessidade física, dissociadas no pensamento por uma análise psicológica.
A tendência a atribuir diretamente à base econômica da sociedade a modificação dessas relações, separando-as de sua conexão com toda a ideologia, já não seria marxismo, mas racionalismo. Sem dúvida, a sede deve ser saciada, Mas será que um homem normal, em condições igualmente normais, se deitará no chão, na rua, para beber água suja de um lameiro? Ou beberá. em um copo marcado nas beiradas por dezenas, de outros lábios? Todavia o mais importante é o aspecto social. De fato, beber água é coisa pessoal. Mas, no amor, estão interessadas duas pessoas e pode vir uma terceira, um novo ser. É disso que surge o interesse social, o dever para com a coletividade. Como comunista, não sinto simpatia alguma pela teoria do 'copo de água', embora traga a etiqueta de 'amor livre'. Além de não ser comunista, essa teoria nem é nova sequer. Recordai-vos, certamente, de que foi 'pregada' na literatura em meados do século passado, como 'emancipação do coração', que a prática burguesa transformou depois em 'emancipação da carne'. Então, se pregava com mais talento que hoje. Quanto à prática, não posso julgá-la.
Não desejo, absolutamente, com minha crítica, pregar o ascetismo. Longe disso. O comunismo deve trazer não o ascetismo, mas a alegria de viver e o bem-estar físico, devidos também, à plenitude do amor. Penso que o excesso que.se observa hoje, na vida sexual não produz nem a alegria de viver nem o bem-estar físico, mas, pelo contrário, os diminuem. Ora, em épocas revolucionárias isto, é mau, muito mau.
Particularmente a juventude necessita da alegria de viver e do bem-estar físico. Esporte, ginástica, natação, excursões, todo tipo de exercícios físicos, variados interesses intelectuais, estudos, análises, pesquisas: aprender, estudar, pesquisar, quanto mais possível, em comum. Tudo isso dará à juventude muito mais que a teoria e as discussões intermináveis sobre a questão sexual e sobre a assim chamada maneira de 'gozar a vida'.
Mente sã em corpo são. Nem monge, nem D. Juan e nem mesmo, como meio-termo, filisteu alemão. Conheceis bem vosso jovem camarada Huz. É um jovem perfeito, bem dotado, mas receio que não dê nada de bom. Lança-se de uma aventura amorosa a outra. Isto é um mal para a luta política e para a revolução. Não confiarei, quanto à segurança e à firmeza na luta, nas mulheres cujos romances pessoais se misturam cem a política, nem nos homens que correm atrás de todas as saias e os que se deixam enfeitiçar pela primeira moça que surge. Não, isso não é compatível com a revolução."
-- Lenin
https://www.marxists.org/portugues/zetkin/1920/mes/lenin.htm

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Difunde-se uma sede ardente de prazeres fáceis.

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heheheheehehheehe.

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Eu consigo pensar numa penca de comunóides que teria um treco lendo isso. kkkkkkkkkkkkkkkk

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