O Brasil tem se focado na produção e exportação especulativa
de meia dúzia de matérias primas. A desaceleração industrial tem deixado o país muito mais dependente dos produtos importados. A desvalorização do dólar possibilitou o único resultado econômico positivo de 2015, o superávit da balança comercial de US$ 20 bilhões. Em contrapartida, as contas correntes (a diferença entre tudo o que entra e sai do país) continuam sangrando por causa do aperto da espoliação pelos monopólios. A inflação oficial disparou para os dois dígitos. A dívida pública se transformou num câncer que direciona o grosso dos recursos públicos para os bancos. A indústria languidesce com o aprofundamento da crise na Argentina, o único cliente importante para a indústria automotriz.
Enquanto a economia brasileira lidera a corrida mundial em direção ao buraco, a burguesia tenta acelerar a aplicação do ajuste contra os trabalhadores, a redução das condições de vida e a entrega dos recursos nacionais para os estrangeiros, tanto por meio da ultra corrupta dívida pública, como por meio das expatriações realizadas pelos monopólios, a entrega da Petrobras, a manutenção da entrega da Vale, das Telecomunicações, do Nóbio.
O grande “triunfo” do Brasil para enfrentar as “obrigações” impostas pelo imperialismo, a exportação de matérias primas, se encontra colocada em xeque por causa do aprofundamento da crise no principal país comprador, a China. A crise atual no Brasil é apenas o aperitivo da crise que virá no próximo período. Os sintomas de um novo colapso aparecem não somente na China, mas também na Alemanha, no Japão e nos Estados Unidos.
http://alejandroacosta.net/2016/01/05/crise-nas-bolsas-da-china-tempestade-no-brasil/