Radamanto escreveu: Vivo numa região com bastante alemães e italianos, logo a crítica não tem o alcance que pretende.
Onde há portugueses isso é bem mais factível. Vejo isso no litoral de SC, quiçá São Paulo e no Rio de Janeiro, que deve ser realmente nojento viver.
Falar que no Brasil não existem cidades bonitas só reforça a concepção tipicamente retarda do americano médio.
Idem aqui, mas a última frase daquele item ressoou. Acá onde estou, muitos casarões na área central têm sido demolidos e vêm dando lugar a quadriláteros envidraçados, que abrigam bancos, lojas, e possuem amplo espaço para vitrines.
A solução seria tombar tudo? Penso que as regras para tombamento aqui são muito inflexíveis. Ativessem-se à fachada, já seria o bastante. Mas da forma como é um tombamento é um decreto público de que a propriedade perderá valor exponencialmente a menos que ela já valha por sua condição de antiguidade, não digo no sentido cultural mas como ativo para o proprietário mesmo. Tombar uma propriedade privada por aqui é quase uma violência econômica.
Mas............. não deixa de ser verdade que muitas cidades estão passando por um enfeiamento a título de modernização e dinamismo econômico.
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Ele falou também de como as casas são feias e como os acabamentos são ruins.
Por um lado, ele está errado. Usamos aqui muitos materiais nobres como madeiras para aberturas, e etc. Isso possui sim valor, até na terra dele. Por outro, aqui temos pouca disponibilidade de alternativas de materiais para construir. Há um hábito arraigado. Para um americano reparar um painel de drywall é algo que leva 5 minutos e que ele faz com muitas opções de materiais para tal. Assim como variedade de telhas, massas, tintas, etc. No Brasil, não: é marreta e pedreiro misturando cimento na tua sala de estar.
Ele fala também do modo de construir, sem dutos de ar e considerações com o clima. E de fato está certo, construímos de um modo muito arcaico (no mau sentido). Acontece que a realidade aqui é outra. Lá um arquiteto monta o projeto e uma empreiteira entrega. Essa, possui uma equipe que está familiarizada com técnicas diversas de construção e opções.
Aqui o arquiteto vai projetar algo que seja "belo" (ao gosto do freguês), mas sabendo que conta com poucas opções, e que depois essa planta vai para as mãos de um mestre de obras semi analfabeto e sua equipe de pedreiros, que só sabem virar massa e sentar tijolo de acordo com as formas geométricas da planta, e depois pregar as aberturas. Espuma de expansão para as aberturas(uma coisa trivial) é novidade pra eles.
Há pouca disponibilidade de material, pouco conhecimento de técnicas de construção, e um hábito arraigado de fazer "caixotes de cimento e tijolos", de isolamento térmico e acústico precários.
A nossa construção civil é de fato deprimente.