Eu não queria estragar as elucubrações de vocês, mas o farei mesmo assim.
Muito provavelmente a notícia é falsa. Tão falsa quanto uma nota de 43 reais.
O Pará é o segundo estado mais violento da Federação (perde apenas para Alagoas)*.
Sendo um lugar extremamente violento (ganha, com folga, do RJ, onde os PQDTs e os FNs atuam como forças de segurança e onde criminosos já derrubaram -- a tiros -- pelo menos um helicóptero da PM) é óbvio que haverá tanto muitas chacinas quanto uma quantidade absurda de autos de resistência (policiais abatendo agressores).
Associar os policiais, em especial os policiais militares com milícias e grupos de extermínio é uma tática de desmoralização usada para romper e vencer o
front social do aparelho policial (as forças policiais). As forças de segurança são um dos
fronts atacados na guerra cultural que é a estratégia da revolução Gramcista. Mais sobre esse assunto vocês poderão encontrar no livro "A Revolução Gramscista no Ocidente - A concepção revolucionária de Antônio Gramsci em Cadernos do Cárcere" (editado pela BIBLIEX), de autoria do General de Brigada Sérgio Augusto de Avellar Coutinho.
Há razão para essa ação (além da absoluta desmoralização das forças policiais): o Partido quer ter o comando sobre todas as forças policiais do país (razão pela qual apresenta projetos como a PEC 51, de autoria do senador petista Lindbergh Farias, apoiado pelo intelectual orgânico Luiz Eduardo Soares - que é um dos homens por detrás do livro "Elite da Tropa", uma tentativa de desmoralização do BOPE da PMERJ) e quanto mais essas notícias são veiculadas, mais fácil é perverter a percepção e o senso comum daquilo que chamarei de "pessoas que interessam".
"Pessoas que interessam" são aquelas quem possuem a bagagem cultural ou científica para que suas opiniões sejam ouvidas no debate político nacional ou para que sejam convidadas a integrar "comissões de notáveis" responsáveis pelas elaborações ou reformas das leis mais complexas, como códigos penais, códigos de processo penal, códigos de direito penal militar, códigos de direito processual penal militar, códigos de processo civil e códigos civis.
A opinião de vocês e nada é a mesma coisa. Agora, as opiniões de um livre docente em Direito Penal em uma universidade renomada, a opinião de um magistrado brilhante, a opinião de um promotor veterano, a opinião de um advogado que é uma unanimidade em dado assunto, etc. são qualquer coisa, menos irrelevantes. E são essas opiniões que esse tipo de notícia tenta influenciar. Não podendo influenciar, ou tentam obscurecer o nome da "pessoa que interessa" (como fizeram com o Hélio Tornaghi - um dos mais brilhantes cientistas do Processo Penal do país que mal morreu e teve o nome apagado dos livros) ou tentam criar uma reputação biônica para alguém que não é nem de longe brilhante (os nomes são muitos para se listar aqui).
Ademais, é improvável que dê a louca nos policiais e eles saiam por aí agindo como grupos de extermínio deixando para trás rabo o bastante para um blog de
internet ser capaz de determinar quem foram os responsáveis por determinados crimes e qual foi a motivação para essas ações. O colega deles está morto e eles estão vivos -- com uma família para sustentar -- sendo temerária -- mesmo para os padrões dos policiais brasileiros -- esse tipo de conduta.
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*Fonte:
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-estados-mais-violentos-do-brasil/listaÚltima edição por Delta-Dan em 09/11/14, 08:04 pm, editado 1 vez(es)