Algumas coisas ele está certo, outras não.
Sim, tocando (com volume) baixo, os agudos tendem a dar uma "morridinha", mas com o volume alto a mesma setagem vai produzir agudos redondos e bonitos. O mesmo acontece com os graves na verdade, que a baixo volume parecem um peido molhado mas a altos volumes ganham contornos definidos.
Mas quando entra em gravação ele caga pela boca.
Existe o som que você está ouvindo.
Existe a sensibilidade do microfone.
E por fim, existe a faixa de frequência de reprodução do aparelho do ouvinte.
Pelo que vejo aqui com um SM57 "of sorts", o som pra gravar sempre precisa estar um pouco mais agudo do que o para ouvir. E um pouco menos grave. Isso fica claro por exemplo usando uma setagem que, para metal daria um som "foda" em termos de equalização... aí você grava o riff de Kashmir e fica uma porcaria abafada. E toca-lhe cortar frequencias de 20 a 400 Hz no EQ do programa de gravação depois.
O som pra gravar precisa estar ABERTO, soar ABERTO. Porque ele sempre vai soar mais fechado lá na faixa gravada. Isso vale para single coils e pra humbucker então NEM SE FALA.
Quanto a ganho de distorção, o que soa bem ouvindo não soa necessariamente bem para gravar. Manere no ganho da distorção na hora de gravar. Senão vai sacrificar definição ainda mais.
Sobre volume de gravação, provido que você ajustou o ganho de entrada da placa pra não dar clipping, porque isso é o óbvio:
Ele falou bobagem.
Volumes muito altos podem deixar o microfone maluco e fazer soar como bosta.
Já obtive timbres melhores gravando a médio e relativamente baixo volume.
O cone do falante tem uma certa elasticidade, e da mesma forma que se você der um teco com força na corda ela demora mais para perder movimento, o falante também, a altos volumes, tem um "swing" maior de um ponto ao outro. Na prática isso significa que volumes altos sacrificam dinâmica se isso for importante, e consequentemente, sacrifica ritmo.
Ritmo é a interação entre som e silêncio! O som vira uma "pasta" sem definição, se o falante estiver trabalhando feito louco. Embora ao vivo soe legal pacas. hehe
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Pouca gente sabe que Jimmy Page era um gênio da gravação. O que ele não tinha de criativo como guitarrista (a maioria dos riffs dele são plagios), ele tinha como produtor. Porque a formação dele inicial foi como músico de estúdio!
Parte dele o conhecimento atual de que se obtém melhores resultados gravando com amplificadores pequenos. Eu quero construir um AX84 Hi Octane (7 Watts) justamente pra gravação.
Amplificadores muito grandes (em potencia) para que comece a dar um crunch bonito, precisam de muito volume, e isso causa problemas já citados na gravação.
Outra besteira que ele falou é que ambientes isolados para a caixa o são para poder sentar volume. É asneira. Se isola o ambiente da caixa por duas razões: um, para não ser expulso do prédio, em caso de estúdios que ficam em residencias ou apartamentos. Segundo, e principal, o que é isolado na realidade é O MICROFONE da caixa. Desse modo não acontece de o retorno (as pistas que o guitarrista está ouvindo pra gravar sua parte em cima) "sangrem" pra dentro da pista de guitarra. Se isso acontece, a pista de guitarra vai ter a guitarra, e lá no fundinho a bateria, o baixo, etc, e você quer uma pista o mais limpa e livre de ruídos possível. Não tem nada a ver com isolar para poder dar volume por causa da qualidade de gravação. Isolar por causa do volume só vai ser problema se volume for um problema pra pessoas de fora. O que se isola é o microfone, pra que não capte: retorno, celular tocando (acontece muito), gente falando, cadeira rangendo, etc.