Li recentemente o "Como vencer a guerra cultural: um plano de batalha cristão para uma sociedade em crise", do filósofo e apologeta católico Peter Kreeft. O livro traz um alerta para todos os cristãos (especialmente os católicos); a recordação de uma verdade fundamental: temos um Inimigo e estamos em guerra, em uma jihad! Uma guerra que se origina no plano espiritual e é travada no campo de batalha cultural. Basicamente, é uma exortação para o dever cristão da santidade. O autor aborda também, dentre outros temas, a decadência moral da Civilização Ocidental (em especial, da sociedade americana), o aborto, a revolução sexual, o relativismo moral, o politicamente correto, o controle da mídia e a manipulação da linguagem.
A obra é estruturada em nove capítulos (que são os nove passos do "plano de batalha"). No capítulo quatro, Kreeft apresenta o "princípio fundamental de todas as guerras culturais", que julguei ser interessante trazê-lo para cá, já que o tema do declínio da civilização ocidental e seus efeitos bizarros — trazidos até nós com algum prazer mórbido pelo Joe — são recorrentes na ESA. Esse princípio, o qual o autor chama de Lei de Colson, é um paradigma simples e interessante para analisarmos o processo evolutivo de sociedades (sua ascensão e queda) e o surgimento de estados totalitários.
Toda sociedade é uma "comum unidade" de muitos indivíduos e subgrupos unidos em um trabalho comum, por um propósito comum e compartilhando um valor comum. Uma comunidade se estrutura com a ordem e se desintegra com o caos. Para evitar o caos, a comunidade dispõe de duas armas: a consciência (lei natural, obedecida por livre vontade) e a "polícia" (lei positiva, imposta desde fora e obedecida pelo medo punição). Ambas se complementam, mas a necessidade de uma diminui na medida em que a oferta da outra aumenta. A Lei de Colson basicamente prediz que a longevidade de uma comunidade é proporcional à sua moralidade e o corolário disso é que, em uma sociedade moralmente decadente (com consciências fracas), o preço para manter da ordem e evitar sua desintegração (caos) é a perda da liberdade.
Enfim, segue o capítulo (alguns trechos foram suprimidos):
A obra é estruturada em nove capítulos (que são os nove passos do "plano de batalha"). No capítulo quatro, Kreeft apresenta o "princípio fundamental de todas as guerras culturais", que julguei ser interessante trazê-lo para cá, já que o tema do declínio da civilização ocidental e seus efeitos bizarros — trazidos até nós com algum prazer mórbido pelo Joe — são recorrentes na ESA. Esse princípio, o qual o autor chama de Lei de Colson, é um paradigma simples e interessante para analisarmos o processo evolutivo de sociedades (sua ascensão e queda) e o surgimento de estados totalitários.
Toda sociedade é uma "comum unidade" de muitos indivíduos e subgrupos unidos em um trabalho comum, por um propósito comum e compartilhando um valor comum. Uma comunidade se estrutura com a ordem e se desintegra com o caos. Para evitar o caos, a comunidade dispõe de duas armas: a consciência (lei natural, obedecida por livre vontade) e a "polícia" (lei positiva, imposta desde fora e obedecida pelo medo punição). Ambas se complementam, mas a necessidade de uma diminui na medida em que a oferta da outra aumenta. A Lei de Colson basicamente prediz que a longevidade de uma comunidade é proporcional à sua moralidade e o corolário disso é que, em uma sociedade moralmente decadente (com consciências fracas), o preço para manter da ordem e evitar sua desintegração (caos) é a perda da liberdade.
Enfim, segue o capítulo (alguns trechos foram suprimidos):
Spoiler :
A quarta coisa de que precisamos saber para vencer a guerra cultural é a lei fundamental de todas as guerras culturais. Eu a chamo de Lei de Colson, pois foi com Chuck Colson que eu aprendi a respeito dela, embora eu tenha esquecido o capítulo e o verso.
É uma das leis mais fundamentais da história humana. Ela sempre foi verdadeira, e sempre será verdadeira, a menos que a própria natureza humana mude em sua essência.
Poderia ser também chamada de Lei dos Quatro Cs: Community, Chaos, Conscience e Cops (Comunidade, Caos, Consciência, Policiais). É mais fácil memorizá-lo visualmente, pelo quadrado das oposições ou quadrado lógico:
Comunidade e Caos são opostos "verticais" do bem versus mal, enquanto Policiais e Consciência são opostos "horizontais" de dois bens. Comunidade e Caos são forças inerentemente opostas, como exércitos em guerra. Policiais e Consciência são duas armas ou estratégias possíveis do exército de defesa (Comunidade) contra o exército de ataque (Caos). Os dois pares de opostos são inversamente proporcionais, mas opostos "verticais" necessariamente se opõem (Caos e Comunidade destroem um ao outro), enquanto que os opostos "horizontais" não. Na verdade, policiais e consciência são muitas vezes complementares. Mas a necessidade de um deles diminui na medida em que a oferta do outro aumenta: quanto mais consciência tem uma comunidade, menos policiais ela precisa e quanto mais policiais ela tem, menos ela precisa contar com a consciência.
O caos é para uma comunidade, o que a doença é para um corpo (pois o corpo político também é um corpo: sua unidade é orgânica, em vez de artificial). A comunidade integra, o caos desintegra. A comunidade é coerência, o caos é incoerência. A comunidade é construção, o caos é desconstrução (uma filosofia inteira, nos dias hoje, se chama orgulhosamente pelo mesmo nome desse processo).
[...] Vamos fazer uma analogia do nosso corpo social com nosso corpo individual. O corpo humano tem duas defesas contra as doenças: internas e externas, natural e artificial, preventiva ou corretiva. Se ele perde sua imunidade interna à doença, necessita de medicamentos, cirurgia ou muletas para ampará-lo desde fora, para compensar sua desintegração interna.
[...] E os corpos sociais, assim como os individuais precisam de defesas. Assim como o corpo físico, o corpo político tem duas defesas contra o caos: o escudo externo é a "lei positiva", isto é, a lei humana, que é fisicamente imposta pelos policiais. A defesa interna é a "lei natural", a lei moral, não feita pelo homem, mas por ele descoberta, que é imposta espiritualmente pela consciência.
A defesa interna é feita de liberdade: a defesa externa é feita de força. A defesa interna é o amor - o amor ao bem. A defesa externa é o medo - o medo da punição. E o amor é livre, enquanto o medo não é.
A Lei de Colson dita que uma comunidade com menos "policiais internos" precisa de mais "policiais externos". [...] As pedras fundamentais de uma democracia são consciências. [...] Mas o paradoxo da democracia é que embora ela seja fundada sobre a premissa de sólidas consciências morais, ela tende a produzir consciências morais fracas, pela sua própria permissividade. A maximização da liberdade na democracia (no sentido de baixo policiamento) depende de sua submissão voluntária à consciência, porém essa liberdade de não ter policiamento nos deixa tentados a nos livrarmos da consciência também. E então, paradoxalmente, este excesso de liberdade externa, de liberdade física, requer mais policiamento para evitar o caos interno e espiritual (que resulta no caos público externo, mais cedo ou mais tarde). Assim, temos mais policiamento e menos liberdade, pois os dois tipos de liberdade - de consciência e de policiamento - também são inversamente proporcionais. Quanto mais houver de um, menos você precisa do outro (Pense bem nisso!)
A Lei de Colson afirma que as únicas alternativas à consciência são a polícia ou o caos. Se a defesa interna é diminuída, o escudo externo deve ser aumentado para prevenir o caos. Portanto, uma democracia que perde sua consciência se tornará, necessariamente, um totalitarismo.
Isso tudo deveria ser óbvio, mas parece chocante à maioria dos americanos. E, esse fato em si é chocante.
A ideia de os Estados Unidos se tornarem totalitários parecerá absurda à maioria dos americanos, mas isso é porque eles esquecem que existe tanto o "totalitarismo duro", bem como o que Tocqueville chamou de "totalitarismo suave", de que existe um Admirável Mundo Novo e um 1984. A ditadura do que Rousseau chamou "a vontade geral", isto é, a opinião popular, pode ser tão totalitária quanto a ditadura de qualquer rei ou tirano e muito mais difícil de derrubar, especialmente quando manipulada por uma mídia poderosa e ideologicamente unida. A mídia é mais poderosa do que os militares e a caneta é, sem dúvida, mais forte que a espada.
Os policiais em um "totalitarismo suave" empunham canetas em vez de espadas - por exemplo, códigos de discurso que veem "hate speech", "extremistas de direita" e "homofobia" em mais lugares do que os inquisidores medievais viam demônios e bruxas.
A Lei de Colson é baseada na observação da história. Não é ideológica e, portanto, não pressupõe nem conservadorismo, nem esquerdismo. Os esquerdistas e os conservadores discordam apenas nos acidentes da Lei de Colson e não na essência.
[...] A Lei de Colson é mais ciência do que sermão, mais empírica que ideológica. Podemos ver a lei funcionando na história de qualquer corpo, individual ou coletivo e nós podemos fazer previsões com base nessa lei. Qualquer corpo humano individual que perde seu sistema imunológico morrerá, a não ser que seja apoiado por um intenso socorro artificial externo: pílulas, cirurgias, próteses. E mesmo assim, é só uma questão de tempo até que morra. O mesmo vale para os corpos sociais: os estados policiais sem consciências são frágeis. O "Reich de Mil Anos" durou doze anos. As sociedades que mais duraram na história eram todas altamente moralistas, incluindo a Confucionista (mais de dois mil e cem anos), a Islâmica (aproximadamente mil e quatrocentos anos) e a Romana (cerca de setecentos anos). A ordem moral de maior duração na história foi a da Lei de Moisés: ela estruturou a vida judaica e depois a vida cristã por três mil e quinhentos anos (embora não como uma sociedade civil contínua).
A sociedade confucionista, que manteve unida a maior nação do mundo pelo maior tempo do mundo, foi derrubada desde fora pelo maior assassino em massa da história: Mao Tsé-Tung. Roma começou como uma república moralista e transformou-se em um império amoral, que se tornou um estado policial totalitário, cuja queda se deu desde dentro. A sociedade islâmica ainda está crescendo, especialmente em localidades cristãs. O cristianismo ainda está crescendo em todos os lugares, exceto nas localidades cristãs, mas especialmente em lugares anticristãos, como o Sudão e a China. A perseguição multiplica os cristãos como se fosse um pisão em uma gota de mercúrio.
A Lei de Colson prediz que a longevidade de uma comunidade é proporcional à sua moralidade. E de certa forma, à sua religião, pois ainda não existiu sociedade que tenha construído, com êxito, o seu conhecimento da moralidade em qualquer outra base que não tenha sido a religião. Teoricamente, a lei moral natural pode ser conhecida apenas pela razão humana natural, sem conhecimento da lei divina sobrenaturalmente revelada. Mas, na prática, isso é muito raro, nunca houve uma sociedade inteira de Platões e Aristóteles. É um fato óbvio e sólido que a religião sempre foi a fonte primária do conhecimento que a humanidade tem da moralidade. Esse fato é tão óbvio que nenhuma época jamais o ignorou, exceto a nossa.
Mesmo que a religião explícita não seja a fonte da existência da moralidade, ela certamente tem sido a fonte do conhecimento e do ensinamento da moralidade. Nenhuma sociedade oficialmente secular jamais sobreviveu por mais de setenta e dois anos, sendo a URSS o caso de teste mais claro da história. Se os resultados desse teste não são claros, então nada mais na história é claro.
[...] A Civilização Ocidental parece ter contraído AIDS moral. [...] As doenças do espírito, assim como as do corpo, podem ser curadas — mas somente se forem diagnosticadas.
[...] Quando procuramos o que origina a continuidade da doença [...] percebemos que ela vem principalmente dos médicos, dos "experts", os especialistas sociais. Há uma dupla ironia que é terrível nesse ponto: assim como 99 por cento dos assassinatos violentos nos EUA são cometidos, legalmente, por médicos que se tornaram hipócritas, em vez de Hipocráticos, assim também, a principal causa do assassinato da moralidade são os nossos moralistas, nossos moldadores de mentes, nossos educadores, tanto formais (nos colégios e universidades) quanto informais (na mídia). Eles, por suas vezes, foram treinados por nossos profetas e sacerdotes superiores, nossos psicólogos e sociólogos, que compõem o segmento mais antirreligioso e relativista da nossa sociedade. [...] Em seu conjunto, nossa mídia "moldadora de mentes" constitui uma religião não-organizada de missionários que estão evangelizando pessoas religiosas [...]
***
A partir desse ponto o autor começa a explorar a "cura" para essa doença.
É uma das leis mais fundamentais da história humana. Ela sempre foi verdadeira, e sempre será verdadeira, a menos que a própria natureza humana mude em sua essência.
Poderia ser também chamada de Lei dos Quatro Cs: Community, Chaos, Conscience e Cops (Comunidade, Caos, Consciência, Policiais). É mais fácil memorizá-lo visualmente, pelo quadrado das oposições ou quadrado lógico:
Comunidade e Caos são opostos "verticais" do bem versus mal, enquanto Policiais e Consciência são opostos "horizontais" de dois bens. Comunidade e Caos são forças inerentemente opostas, como exércitos em guerra. Policiais e Consciência são duas armas ou estratégias possíveis do exército de defesa (Comunidade) contra o exército de ataque (Caos). Os dois pares de opostos são inversamente proporcionais, mas opostos "verticais" necessariamente se opõem (Caos e Comunidade destroem um ao outro), enquanto que os opostos "horizontais" não. Na verdade, policiais e consciência são muitas vezes complementares. Mas a necessidade de um deles diminui na medida em que a oferta do outro aumenta: quanto mais consciência tem uma comunidade, menos policiais ela precisa e quanto mais policiais ela tem, menos ela precisa contar com a consciência.
O caos é para uma comunidade, o que a doença é para um corpo (pois o corpo político também é um corpo: sua unidade é orgânica, em vez de artificial). A comunidade integra, o caos desintegra. A comunidade é coerência, o caos é incoerência. A comunidade é construção, o caos é desconstrução (uma filosofia inteira, nos dias hoje, se chama orgulhosamente pelo mesmo nome desse processo).
[...] Vamos fazer uma analogia do nosso corpo social com nosso corpo individual. O corpo humano tem duas defesas contra as doenças: internas e externas, natural e artificial, preventiva ou corretiva. Se ele perde sua imunidade interna à doença, necessita de medicamentos, cirurgia ou muletas para ampará-lo desde fora, para compensar sua desintegração interna.
[...] E os corpos sociais, assim como os individuais precisam de defesas. Assim como o corpo físico, o corpo político tem duas defesas contra o caos: o escudo externo é a "lei positiva", isto é, a lei humana, que é fisicamente imposta pelos policiais. A defesa interna é a "lei natural", a lei moral, não feita pelo homem, mas por ele descoberta, que é imposta espiritualmente pela consciência.
A defesa interna é feita de liberdade: a defesa externa é feita de força. A defesa interna é o amor - o amor ao bem. A defesa externa é o medo - o medo da punição. E o amor é livre, enquanto o medo não é.
A Lei de Colson dita que uma comunidade com menos "policiais internos" precisa de mais "policiais externos". [...] As pedras fundamentais de uma democracia são consciências. [...] Mas o paradoxo da democracia é que embora ela seja fundada sobre a premissa de sólidas consciências morais, ela tende a produzir consciências morais fracas, pela sua própria permissividade. A maximização da liberdade na democracia (no sentido de baixo policiamento) depende de sua submissão voluntária à consciência, porém essa liberdade de não ter policiamento nos deixa tentados a nos livrarmos da consciência também. E então, paradoxalmente, este excesso de liberdade externa, de liberdade física, requer mais policiamento para evitar o caos interno e espiritual (que resulta no caos público externo, mais cedo ou mais tarde). Assim, temos mais policiamento e menos liberdade, pois os dois tipos de liberdade - de consciência e de policiamento - também são inversamente proporcionais. Quanto mais houver de um, menos você precisa do outro (Pense bem nisso!)
A Lei de Colson afirma que as únicas alternativas à consciência são a polícia ou o caos. Se a defesa interna é diminuída, o escudo externo deve ser aumentado para prevenir o caos. Portanto, uma democracia que perde sua consciência se tornará, necessariamente, um totalitarismo.
Isso tudo deveria ser óbvio, mas parece chocante à maioria dos americanos. E, esse fato em si é chocante.
A ideia de os Estados Unidos se tornarem totalitários parecerá absurda à maioria dos americanos, mas isso é porque eles esquecem que existe tanto o "totalitarismo duro", bem como o que Tocqueville chamou de "totalitarismo suave", de que existe um Admirável Mundo Novo e um 1984. A ditadura do que Rousseau chamou "a vontade geral", isto é, a opinião popular, pode ser tão totalitária quanto a ditadura de qualquer rei ou tirano e muito mais difícil de derrubar, especialmente quando manipulada por uma mídia poderosa e ideologicamente unida. A mídia é mais poderosa do que os militares e a caneta é, sem dúvida, mais forte que a espada.
Os policiais em um "totalitarismo suave" empunham canetas em vez de espadas - por exemplo, códigos de discurso que veem "hate speech", "extremistas de direita" e "homofobia" em mais lugares do que os inquisidores medievais viam demônios e bruxas.
A Lei de Colson é baseada na observação da história. Não é ideológica e, portanto, não pressupõe nem conservadorismo, nem esquerdismo. Os esquerdistas e os conservadores discordam apenas nos acidentes da Lei de Colson e não na essência.
[...] A Lei de Colson é mais ciência do que sermão, mais empírica que ideológica. Podemos ver a lei funcionando na história de qualquer corpo, individual ou coletivo e nós podemos fazer previsões com base nessa lei. Qualquer corpo humano individual que perde seu sistema imunológico morrerá, a não ser que seja apoiado por um intenso socorro artificial externo: pílulas, cirurgias, próteses. E mesmo assim, é só uma questão de tempo até que morra. O mesmo vale para os corpos sociais: os estados policiais sem consciências são frágeis. O "Reich de Mil Anos" durou doze anos. As sociedades que mais duraram na história eram todas altamente moralistas, incluindo a Confucionista (mais de dois mil e cem anos), a Islâmica (aproximadamente mil e quatrocentos anos) e a Romana (cerca de setecentos anos). A ordem moral de maior duração na história foi a da Lei de Moisés: ela estruturou a vida judaica e depois a vida cristã por três mil e quinhentos anos (embora não como uma sociedade civil contínua).
A sociedade confucionista, que manteve unida a maior nação do mundo pelo maior tempo do mundo, foi derrubada desde fora pelo maior assassino em massa da história: Mao Tsé-Tung. Roma começou como uma república moralista e transformou-se em um império amoral, que se tornou um estado policial totalitário, cuja queda se deu desde dentro. A sociedade islâmica ainda está crescendo, especialmente em localidades cristãs. O cristianismo ainda está crescendo em todos os lugares, exceto nas localidades cristãs, mas especialmente em lugares anticristãos, como o Sudão e a China. A perseguição multiplica os cristãos como se fosse um pisão em uma gota de mercúrio.
A Lei de Colson prediz que a longevidade de uma comunidade é proporcional à sua moralidade. E de certa forma, à sua religião, pois ainda não existiu sociedade que tenha construído, com êxito, o seu conhecimento da moralidade em qualquer outra base que não tenha sido a religião. Teoricamente, a lei moral natural pode ser conhecida apenas pela razão humana natural, sem conhecimento da lei divina sobrenaturalmente revelada. Mas, na prática, isso é muito raro, nunca houve uma sociedade inteira de Platões e Aristóteles. É um fato óbvio e sólido que a religião sempre foi a fonte primária do conhecimento que a humanidade tem da moralidade. Esse fato é tão óbvio que nenhuma época jamais o ignorou, exceto a nossa.
Mesmo que a religião explícita não seja a fonte da existência da moralidade, ela certamente tem sido a fonte do conhecimento e do ensinamento da moralidade. Nenhuma sociedade oficialmente secular jamais sobreviveu por mais de setenta e dois anos, sendo a URSS o caso de teste mais claro da história. Se os resultados desse teste não são claros, então nada mais na história é claro.
[...] A Civilização Ocidental parece ter contraído AIDS moral. [...] As doenças do espírito, assim como as do corpo, podem ser curadas — mas somente se forem diagnosticadas.
[...] Quando procuramos o que origina a continuidade da doença [...] percebemos que ela vem principalmente dos médicos, dos "experts", os especialistas sociais. Há uma dupla ironia que é terrível nesse ponto: assim como 99 por cento dos assassinatos violentos nos EUA são cometidos, legalmente, por médicos que se tornaram hipócritas, em vez de Hipocráticos, assim também, a principal causa do assassinato da moralidade são os nossos moralistas, nossos moldadores de mentes, nossos educadores, tanto formais (nos colégios e universidades) quanto informais (na mídia). Eles, por suas vezes, foram treinados por nossos profetas e sacerdotes superiores, nossos psicólogos e sociólogos, que compõem o segmento mais antirreligioso e relativista da nossa sociedade. [...] Em seu conjunto, nossa mídia "moldadora de mentes" constitui uma religião não-organizada de missionários que estão evangelizando pessoas religiosas [...]
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A partir desse ponto o autor começa a explorar a "cura" para essa doença.