saci escreveu: Rant, acompanho a tua sabedoria na lida com as mulheres há muito tempo (desde o orkut) e gostaria de uma ajuda, se possível.
Pois bem, eu me relaciono com uma pequena há três anos e isso dá um trabalho da peste. Parece que eu vivo numa montanha-russa, cara. A menina vai do céu ao inferno de uma hora pra outra (isso no começo era excitante, atualmente extenuante). Além disso, é ciumenta demais, controladora e, para atenuar os termos, é "lentinha" cognitivamente. Ela tenta de todas as formas me botar no cabresto haha
Por outro lado, ela é daquelas moças prendadas que não se vê mais por aí, o que faz valer o risco: é bela, feminina, carinhosa, modesta, trabalhadora.
Ela demanda de mim uma posição extremamente fálica e sinto que isso está me levando para uma via muito perversa, já aconteceu isso com o senhor? Às vezes olho para a minha vida e sinto que estou virando um tirano. E a coisa vai piorando, pois ela fica me testando cada vez mais.
Gosto dela, mas sinto que as coisas podem sair do controle e repercutir na vida pública.
A minha pergunta é: há formas mais saudáveis de viver um relacionamento desse naipe?
obs: tenho fortes suspeitas de que ela possui transtorno de personalidade
borderline.
abraços
Olha, saci, algo está estranho nisso tudo.
Sim, Limítrofes são bem característicos, e ao mesmo tempo, se confundem um pouco com mulheres "normais" (dramáticas, hipersensíveis, etc). Mas a borderline, em 3 anos, tem tempo o bastante para se tornar uma megerinha. Às vezes até perigosa.
Eu não sou psicólogo, então vamos botar a coisa de modo mais simples: toda mulher incomoda, mas se essa relação te esgota frequentemente, não é preciso ser psicólogo pra saber que não está sendo saudável.
Olha, isso de ela ser prendada e trabalhadeira, etc, é uma boa qualidade. Mas eu mesmo já cometi o erro de escolher uma parceira com estes critérios em primeiro lugar, e acabei tendo nas minhas mãos uma guria mais ou menos como a tua: todas as virtudes de "mulher conservadora", mas um inferno de se conviver. Pessoalmente eu hoje escolho por critério de atração e convivência: se é bonita e bom de conviver, o resto pode ser equacionado, e se não for equacionado, paciência: "ao menos tentamos".
Submissão feminina pode ser muitas coisas. Em uma dose saudável, é o efeito da mulher sentir-se segura aos cuidados de um homem e retribuir com cuidados e respeito, e até mesmo um pouco de obediência.
Pode também ser um barato fetichista, ainda que isso não seja claro pra vocês. E nesse caso não há engano, porque o reflexo sexual dessa inteiração é inequívoco.
Mas pode também ser um ardil de pessoas manipuladoras, porque botar-se nessa posição permite "mandar de baixo", aprisionar o outro por seus ideais, e o senso de responsabilidade que desenvolve sobre o objeto de proteção. Nesse último caso o cara "pensa que manda", mas na realidade só manda naquilo que não a contraria, e com o tempo, pra continuar mandando, se condiciona a jamais mandar o que ela não quer ser mandada! rs
(Note que os dois últimos não são mutuamente excludentes, uma mulher pode erotizar uma dinâmica de submissão, e mesmo assim, usar dela para ter mais poder decisório na relação sem o ônus da responsabilidade pelas decisões, que será seu, afinal, você é o chefe né).
A questão de todo modo, não é qual conceito de relação é o certo. A questão primeira é se tu te sente bem com isso, se quer levar isso adiante, se o ônus é justo em virtude do bônus. Essa é uma decisão solitária, tu vai precisar se escutar. Um formato ideal de relação, de acordo com tuas crenças, mas que na prática produz agonia no somatório final, vai ter um custo alto ao final.
Faz-te as seguintes perguntas:
Os desentendimentos são demasiado frequentes? Tens de isolado de família e amigos em função da relação, a um ponto em que sinta-se alienado dos mesmos? O ciclo - natural - de altos e baixos é tanto que acaba prejudicando teu bem estar, e o teu rendimento em trabalho, estudos, etc?
Independente de solteiro ou num relacionamento, é preciso "funcionar" bem. Se o melhor sapato do mundo te faz andar mancando, ele não podes ser o melhor sapato, ao menos para ti!