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Descendo aos infernos das idéias mais profundas.

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"V"
NicolasPK
Joe
Radamanto
8 participantes

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O pensamento do Radamanto pode fazer sentido aos grandes. Contudo, pra quem nasceu pequeno como eu, pergunto-me o real movimento por trás dessa ênfase obsessiva na noção de ego...
No final das contas, esse tipo de pensamento pode desembocar para aquela historia de auto-conhecimento e o escambau. E o que é isto, se não metafísica purinha?

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Radamanto escreveu:


Era algo mais ou menos assim?




Exatamente.

Obs: em termos de personalidade, o cavaleiro que bate com a minha é de escorpião que, por coincidência (ou não), é o meu signo.

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"Há um mérito na virtude da moderação que só quem não a segue sabe descrever."

Pôr o dionisíaco/hedonismo Nietzscheano está parecendo difícil por aqui também.

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saci escreveu:
O pensamento do Radamanto pode fazer sentido aos grandes. Contudo, pra quem nasceu pequeno como eu, pergunto-me o real movimento por trás dessa ênfase obsessiva na noção de ego...
No final das contas, esse tipo de pensamento pode desembocar para aquela historia de auto-conhecimento e o escambau. E o que é isto, se não metafísica purinha?


Entendo.

Mas não confunda autoconhecimento com o fato de tirar o lixo para fora e tornar-se aquilo que se é.

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Radamanto,
Por mais que isto possa parecer - e de fato ser - uma carta de consultorio sentimental, queria saber se há uma trilha que sugere eu possa seguir para livrar-me do lixo e enfim tornar-me o que sou.

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StellaMaris escreveu:
Radamanto,
Por mais que isto possa parecer - e de fato ser - uma carta de consultorio sentimental, queria saber se há uma trilha que sugere eu possa seguir para livrar-me do lixo e enfim tornar-me o que sou.


Penso que devemos viver para si mesmos e não em função de algo, o que gera um pugilato com a "moral". Portanto, a trilha para a autenticidade não é para todos, porque sua acompanhante é a solidão - não física, mas de consciência - vivendo épocas de aprofundamento, autoconflito e análise de suas contradições (dor).

É voltar a estaca zero, aplicar um reset, e avançar testando e experimentando. Estar aberto ao horizonte cognitivo, mas sempre atento à intenção por trás das palavras, das regras, das leis, dos atos. Se são frutos de uma vontade forte ou fraca.

Ser livre, autêntico, em outras palavras ter uma vontade forte, não é algo socialmente aceitável em razão da mentalidade igualitarista. Por isso toda alma profunda precisa de uma "máscara", de uma boa dose de cinismo.

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" porque sua acompanhante é a solidão - não física, mas de consciência - vivendo épocas de aprofundamento, autoconflito e análise de suas contradições (dor)."

Ou na linguagem psicanalítica aguentar a pressão do superego(da moral, costumes) sobre si...

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Chris Cornell escreveu:
" porque sua acompanhante é a solidão - não física, mas de consciência - vivendo épocas de aprofundamento, autoconflito e análise de suas contradições (dor)."

Ou na linguagem psicanalítica aguentar a pressão do superego(da moral, costumes) sobre si...


Exato. Queimar no conflito entre o "tu deves" da moral, do dragão que diz: "Todos os valores já foram criados" e assumir a voz do leão, "NÃO, eu quero!".

Quem não tem a voz de leão dentro de si, será como o camelo a carregar pesados valores e, por consequência, suas neuroses (Ver Das Três Transformações in Zaratrustra).

Se puder atravessar seu sofrimento psíquico, suportar a angústia, esse intenso afeto que brota do inconsciente e nos esfola vivo,  essa dor solitária, que tem levado muitos a soga;  enfim, alcançará a ampliação de sua consciência e a realização do EU SOU.

É a "moral" solar.

Última edição por Radamanto em 20/10/14, 10:48 pm, editado 1 vez(es)

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Rant Casey escreveu:
Mas Rada... por libertador que isso que colocas soe... te digo por mim que vivo sob uma ressaca espiritual constante.


Ressaca espiritual equivale a algum tipo de arrependimento.

Entendendo dessa forma, só posso dizer que nunca nos arrependemos de nossa vontade/desejo, isso seria impossível. Mas somente nos arrependemos dos meios que utilizamos para realizá-la. Se foram exitosos não há arrependimento, e a intenção que operou de fundo não provoca ressaca "espiritual", melhor diria "moral".

Se um bêbado pensasse de trás pra frente, ou seja, da dor de cabeça, do vômito e dos absurdos que disse na noite anterior, antes de começar a beber novamente, estaria mais atento a certos limites.

Da mesma forma a devassidão, se me consome tempo e dinheiro ao final, talvez só precise de um ajuste na intensidade. O que equivale a adotar meios mais eficientes que acabem na seguinte operação: "prazer > dano".

Enfim, alquimia, tirar o bom do mau, roubar a isca sem engolir o anzol ou o queijo sem cair na ratoeira.

Última edição por Radamanto em 23/08/14, 04:35 am, editado 1 vez(es)

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Esse modo de vida " nietzscheano " que o Radamanto propõe requer uma habilidade, precisão nos meios quase neurótica, porque a todo tempo a Moral (lato sensu) estará lá quando tu errares a equação e deixar alguém perceber que tu roubou.

Talvez agir como o rebanho seja menos estressante às vezes.

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Isso que o Rada estar falando é resolvido nesse livro ( esse é o AUDIO) Bhagavad Gita

https://www.youtube.com/watch?v=XHjF-wc1qzw

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Origami escreveu:
Isso que o Rada estar falando é resolvido nesse livro ( esse é o AUDIO) Bhagavad Gita

https://www.youtube.com/watch?v=XHjF-wc1qzw


Uma vez que conheceste o Eu Supremo, supera os sentidos, a mente e as emoções, pelo poder do EU SOU. Derrota os teus inimigos, que, em formas várias, a ti se apresentam.

Krishna in Bhagavad Gita

No tópico do Ashura, há um trecho que Mike Tyson diz:

"Eu fico com medo de tudo, de perder, de ser humilhado, mas quanto mais eu me aproximo do ringue, mais confiante eu fico, não importa se eu já vi esse cara, e achei que ele pode me derrotar, quanto mais eu me aproximo do ringue mais confiante eu fico, quando eu subo no ringue, EU SOU um deus, ninguém pode me derrotar". (Destaquei)

Última edição por Radamanto em 19/08/14, 02:07 pm, editado 1 vez(es)

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Chris Cornell escreveu:
Esse modo de vida " nietzscheano " que o Radamanto propõe requer uma habilidade, precisão nos meios quase neurótica, porque a todo tempo a Moral (lato sensu) estará lá quando tu errares a equação e deixar alguém perceber que tu roubou.

Talvez agir como o rebanho seja menos estressante às vezes.


Não há nada de neurótico em saber que só podemos nos arrependemos dos meios adotados e não da vontade que motivou a ação.

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Radamanto escreveu:
Chris Cornell escreveu:
Esse modo de vida " nietzscheano " que o Radamanto propõe requer uma habilidade, precisão nos meios quase neurótica, porque a todo tempo a Moral (lato sensu) estará lá quando tu errares a equação e deixar alguém perceber que tu roubou.

Talvez agir como o rebanho seja menos estressante às vezes.


Não há nada de neurótico em saber que só podemos nos arrependemos dos meios adotados e não da vontade que motivou a ação.



Eu fico me perguntando duas coisas, na sua afirmação: Ela é coerente (fato). Mas por ser bastante honesta ou doentia?

As motivações e a concretização da ação, é algo muito peculiar em cada um, por isso a minha reflexão.

Então, mesmo sendo o desejo ou comportamento bom ou ruim (ação), me corrija por gentileza se a interpretação estiver errada, o arrependimento de concretiza-la/realiza-lo não existe?

Ex.: Gostaria de matar meu vizinho, porém a faca que utilizei (meios) estava tão 'cega' que mal perfurou o coração, logo, me vi presa e arrependida por não ter pego uma cutela artesanal feita aos dotes de um ferreiro rústico. (Obs.:Isso é uma analogia, não quero matar o meu vizinho).


Essa "crise arrependida" irá externar somente nos "meios" mal sucedidos ou frustrados.

Então, ação em si, permanece intacta e livre, independente da natureza (motivação) bem e mal do ser humano?

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Dizer que uma vontade é doentia, significa utilizar uma lente moral para julgar. A vontade em si mesma não diz nada, é só um acontecimento psíquico.

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Radamanto escreveu:
Dizer que uma vontade é doentia, significa utilizar uma lente moral para julgar. A vontade em si mesma não diz nada, é só um acontecimento psíquico.



Interessante.
Eu nunca imaginei que uma vontade/desejo que motive uma ação, pudesse ser algo que não precise ter necessariamente uma justificativa, visto apenas pelo prisma de ser uma simples "acontecimento" psíquico, instintivo talvez.


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A intensidade instintiva, precisa ser canalizada de alguma forma e a pérola disto, é descobrir que não é necessário ter uma justificativa pra tal proeza. Pelo menos, pra quem não escolheu ser assim, simplesmente o é, a ideia é muito agradável.

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Aliás, quem disse que a vontade de matar o seu vizinho pode ser consumada literalmente?

Você pode transmutá-la em grunhidos de black metal. Por exemplo, o suicida tem o desejo arquétipo de morrer e renascer, mas interpreta isso literalmente e não como uma necessidade da alma (psique).

Essa cena resume toda essa discussão. É um diálogo fulcral entre um lobo (sociopata animal sentado no banco de trás) e o cordeiro (motorista do táxi):

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