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Descendo aos infernos das idéias mais profundas.

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"V"
NicolasPK
Joe
Radamanto
8 participantes

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Somos frutos do nosso inconsciente. O inconsciente comanda nossas ações manipulando a razão, e, assim, acreditarmos na ideia de que tomamos uma ação pensada.

O que decide são nossas entranhas, nossos instintos primitivos, só faltando construir uma retórica convincente para apresentá-la ao exterior como "monumento da razão".

A consciência, o que acreditamos ser, não passa de um pequeno recorte de luz sobre o mar do inconsciente, lançada pelo farol. Mas quem é o faroleiro? Quem decide no que pensamos? Um pensamento acontece quando ele quer e não quando nós queremos. O faroleiro é a vontade, é o querer. Experimente pensar naquilo que não se tem vontade e verá seus pensamentos emudecerem.

Quando encostamos a mão em algo quente não racionalizamos para tirar. Quando descobrimos que nossa amada é uma puta não racionalizamos para sentir nojo. Quando estamos em perigo não racionalizamos nossos reflexos de autodefesa. As considerações são sempre post factum. Na hora você não pensou, na hora você agiu de acordo com um comando das profundezas.

Não são poucos os que dizem: "como fui capaz de fazer aquilo?"

A questão do homem superior e aristocrático não mata suas paixões, mas as adestra para o seu interesse, após séculos de niilismo negativo (cristianismo, in Deleuze), ele está sempre seguindo o seu próprio faro. Apesar de doente ele não se sente doente, porque não serve às virtudes, são elas que devem servir a ele. Portanto não é um estóico, um judeu grego.

Não acredita nas obras da razão, do espírito ou coisas do tipo, porque todas elas tiveram impulso nas águas do inconsciente, a razão é apenas um instrumento para um fim, e jamais um fim em si mesmo como foi para Sócrates. Racionalizar o mundo não é fruto de um ser saudável, pois seria cultivar conceitos mumificados pelo tempo.

Ser primitivo, conservar o instinto e afirma-lo. Lutar para se impor, não ser fraco para se submeter, ser insolente e jocoso, desprezar os aduladores e chorões, rir da queda, desafiar a vida, desprezar. Somos nós arcaicos o bastante para isso?

Desejo o maior mal a todos para o vosso bem!

Rada, do Tártaro, julho de 2014.

Última edição por Radamanto em 20/10/14, 10:39 pm, editado 1 vez(es)

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Sou tão arcaico que não entendi nada, hehehehe

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Não acredito que as pessoas consigam manter o seu lado obscuro saudável, ou "domar" o instinto. Acredito em pessoas que consegue manter ele controlado por um período maior de tempo, em essência.

Negar, privar a existência da emoção é ir contra a natureza de forma completamente arbitraria, e usar a razão como subterfúgio para justificar algo incontrolável ou injustificável é só mais uma demonstração clara que nós somos apenas seres humanos que erram e que estão em uma constante aprendendo ou convivendo com o fato.

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Rada, a Besta-fera.

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o radamanto é o Dr. Manhatam hahauahuaa

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V escreveu:
o radamanto é o Dr. Manhatam hahauahuaa


Descendo aos infernos das idéias mais profundas.  6qwup3

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Radamanto uma pergunta meio off.


Durante muito tempo dedique minhas reflexões a tentar achar aonde começa a culpa das pessoas. Depois de muito tempo ví que é "bobeira" tentar achar culpa, isso é coisa da cultura cristã e muito negativa.

Mas esse pensamento voltou. Então eu pergunto aonde começa a culpa ?

Um psicopata é visto igualmente a um monstro em nossa sociedade, mas ele é culpado ? temos então 2 opções:

A primeira é que nasceu assim, logo ele não teve escolha de ter nascido assim, logo ele não "merece" ser culpado por sua monstruosidade.

Se ele não nasceu com esse problema ele tornou-se assim. E do conhecimento de todos que o meio influencia em nossas escolhas, logo uma pessoa por ter uma postura ética e moral negativa (seu " inconsciente" tem uma parcela enorme nisso tudo.)

Logo uma pessoa influenciada pelo meio merece ser condenada por uma postura negativa ?

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Para o cristianismo a culpa começa com a quebra do estado de inocência - pelo pecado, que antecede a criação. Enfim, metafisica, conversa para boi dormir. Aquilo que não pode descer ao campo das provas nem merece o esforço de uma discussão.

O que é pecado? Não é objeto da psicologia. É a violação de uma norma moral ditada por Deus. Alguém viu Deus alguma vez? É como a velha estória do contrato social para justificar a existência do Estado.

No fundo as pessoas entram num acordo inconsciente, você não enche o meu saco e eu não encho o seu. Você não me mata e eu não mato você... e assim por diante. Não há nada de divino. O ser humano, ao longo da história, apenas se esqueceu disso, e colocou na conta do além, dos elfos, dos elementais, dos anjos, de Deus, etc.

Ocorre que existem pessoas que cometeram atos culposos (roubaram, mataram, etc.), estão conscientes disso, mas não são atormentados pela culpa e as vezes até salmodiam. O que tem de assassino-pastor nas cadeias... matando na graça de Deus.

Jeffrey Dahmer, conhece? Cara bacana, que vai lhe dar a resposta sobre se um psicopata é fruto do meio ou dele mesmo:

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Eu estava assistindo esse documentário ontem.  pale pale :

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Radamanto, seu texto é um resumo de Nietzsche, haha.

Obs: aliás, estava dando umas folheadas no livro dele (não lembro o nome agora). Achei a opinião dele acerca da função e dos efeitos da música muito bem acertada.

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Eric Heisel escreveu:
Radamanto, seu texto é um resumo de Nietzsche, haha.

Obs: aliás, estava dando umas folheadas no livro dele (não lembro o nome agora). Achei a opinião dele acerca da função e dos efeitos da música muito bem acertada.


Também alquimia junguiana, Voltaire, Deleuze, Antífon e Espinoza. Quando estou com paumolência espiritual sempre escuto um som mais violento, assisto à luta de Manigold e acendo incensos pra descarrego pesado (o.O)

Última edição por Radamanto em 20/10/14, 10:44 pm, editado 1 vez(es)

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Radamanto escreveu:
V escreveu:
o radamanto é o Dr. Manhatam hahauahuaa


Descendo aos infernos das idéias mais profundas.  6qwup3


nao sabe quem é?

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Descendo aos infernos das idéias mais profundas.  1t97wy

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Radamanto escreveu:
Para o cristianismo a culpa começa com a quebra do estado de inocência - pelo pecado, que antecede a criação. Enfim, metafisica, conversa para boi dormir. Aquilo que não pode descer ao campo das provas nem merece o esforço de uma discussão.

O que é pecado? Não é objeto da psicologia. É a violação de uma norma moral ditada por Deus. Alguém viu Deus alguma vez? É como a velha estória do contrato social para justificar a existência do Estado.

No fundo as pessoas entram num acordo inconsciente, você não enche o meu saco e eu não encho o seu. Você não me mata e eu não mato você... e assim por diante. Não há nada de divino. O ser humano, ao longo da história, apenas se esqueceu disso, e colocou na conta do além, dos elfos, dos elementais, dos anjos, de Deus, etc.

Ocorre que existem pessoas que cometeram atos culposos (roubaram, mataram, etc.), estão conscientes disso, mas não são atormentados pela culpa e as vezes até salmodiam. O que tem de assassino-pastor nas cadeias... matando na graça de Deus.

Jeffrey Dahmer, conhece? Cara bacana, que vai lhe dar a resposta sobre se um psicopata é fruto do meio ou dele mesmo:



Resume aí o que o Dahmer disse, ou indica qual o ponto crucial do vídeo.

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Hummm... eis, eu discordo disso a um nível intelectual mas não posso negar que na prática sou assim.

Costumo dizer que tenho uma "pica mental" que pensa por mim.

Motivo o qual só consigo manter um amor platônico (heh) com a metafísica. Não me sinto talhado pra esse tipo de vida. Escolhi todos os caminhos de modo instintivo (e que coisa boa que vai compensar em breve), sou incapaz do exercício da maioria das virtude, sobretudo as da moralidade sexual, e ainda nasci sob um signo (câncer) que na pérsia antiga era proibido de governar (por ser considerado mau e rebelde).

Mas Rada... por libertador que isso que colocas soe... te digo por mim que vivo sob uma ressaca espiritual constante. Ainda mais ultimamente. Pressões profissionais somados a um envolvimento romântico com duas mulheres, estão me levando à exaustão e à beira de um colapso nervoso. Desejo gasta. Há um mérito na virtude da moderação que só quem não a segue sabe descrever.

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Quando me perguntam como estou, tenho respondido: "Numa via expressa pro inferno".


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A razão é mesmo apenas um ministro de relações exteriores, de resto se somos seres gregários obviamente temos um código moral seja a época que for, e Nietzsche focou na águia desprezando o rebanho, não era seu intuito elevar o rebanho, e isso é um erro que vejo muito comumente, as vezes a pessoa age de forma maquiavélica mas não tem culhões pra segurar a bronca depois.

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Radamanto escreveu:
Eric Heisel escreveu:
Radamanto, seu texto é um resumo de Nietzsche, haha.

Obs: aliás, estava dando umas folheadas no livro dele (não lembro o nome agora). Achei a opinião dele acerca da função e dos efeitos da música muito bem acertada.


Também alquimia junguiana. Quando estou com paumolência espiritual sempre escuto um som mais violento, [red]assisto à luta de Manigold[/red] e acendo incensos pra descarrego pesado.


Manigold é discípulo de Diógenes de Sínope: considera-se mal e com pouca fé nos homens, e ainda assim, arranja vontade para desafiar os deuses.

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Rodion escreveu:
A razão é mesmo apenas um ministro de relações exteriores, de resto se somos seres gregários obviamente temos um código moral seja a época que for, e Nietzsche focou na águia desprezando o rebanho, não era seu intuito elevar o rebanho, e isso é um erro que vejo muito comumente, as vezes a pessoa age de forma maquiavélica mas não tem culhões pra segurar a bronca depois.


A razão é mais uma mediadora: serve para deixar as coisas mais compreensíveis (a nível objetivo), dar uma ordenação e mapeamento dos caminhos que o impulso e as virtudes fazem. Mas preferencialmente, prefiro que eu e as pessoas à minha volta captem as coisas através da intuição (subjetivo) do que ficar nessa "zona insossa" (intelecto).

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Concordo plenamente... antigamente já fui um cara mais isolado, depois que li alguns livros eu acabei por criar uma forma de me sentir melhor, ou seja, eu me via como superior e os outros como idiotas, percebi que o idiota era eu.

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Eric Heisel escreveu:
Radamanto escreveu:
Eric Heisel escreveu:
Radamanto, seu texto é um resumo de Nietzsche, haha.

Obs: aliás, estava dando umas folheadas no livro dele (não lembro o nome agora). Achei a opinião dele acerca da função e dos efeitos da música muito bem acertada.


Também alquimia junguiana. Quando estou com paumolência espiritual sempre escuto um som mais violento, [red]assisto à luta de Manigold[/red] e acendo incensos pra descarrego pesado.


Manigold é discípulo de Diógenes de Sínope: considera-se mal e com pouca fé nos homens, e ainda assim, arranja vontade para desafiar os deuses.


Era algo mais ou menos assim?

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Daniel I. Dutra escreveu:
Resume aí o que o Dahmer disse, ou indica qual o ponto crucial do vídeo.


Tem um trecho em específico nos 26 min. Vadio.

Última edição por Radamanto em 18/08/14, 10:02 am, editado 1 vez(es)

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Eric Heisel escreveu:
Rodion escreveu:
A razão é mesmo apenas um ministro de relações exteriores, de resto se somos seres gregários obviamente temos um código moral seja a época que for, e Nietzsche focou na águia desprezando o rebanho, não era seu intuito elevar o rebanho, e isso é um erro que vejo muito comumente, as vezes a pessoa age de forma maquiavélica mas não tem culhões pra segurar a bronca depois.


A razão é mais uma mediadora: serve para deixar as coisas mais compreensíveis (a nível objetivo), dar uma ordenação e mapeamento dos caminhos que o impulso e as virtudes fazem. Mas preferencialmente, prefiro que eu e as pessoas à minha volta captem as coisas através da intuição (subjetivo) do que ficar nessa "zona insossa" (intelecto).


[2].

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É como se fossemos um CD onde já tá tudo escrito. Usar a razão só vai deixar o mundo menos obscuro, criamos um mundo cheio de belas formas pra poder suportá-lo, não muito diferente de uma religião.

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