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O fim da democracia, segundo Zygmunt Bauman

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Ashura
Joe
6 participantes

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Um amigo meu, formado em filosofia, mas não é SWPL porque é de origem humilde, me falou esses dias do sociólogo Zygmunt Bauman.

Bauman prevê o fim da democracia. Meu amigo leu vários livros dele e vou tentar dar um resumão.

Bauman diz que o problema principal das democracias atuais é a falta de consenso.

Uma democracia, para funcionar, precisaria de consenso. Ex: uma pessoa tem o direito de defender a mulher casar virgem ou uma mulher pode casar virgem se quiser, porém o consenso geral da maioria é que hoje virgindade não é mais tabu. Esse consenso é o que daria estabilidade a democracia.

Porém, vivemos numa era onde não se consegue chegar a nenhum consenso. Casamento, gay, aborto, cotas, etc. Está tudo muito polarizado.

Sem um mínimo de consenso social, o sistema democrático não consegue satisfazer tantos grupos divergentes e com agendas opostas. Se 50% é favor do casamento gay e outros 50% contra, é impossível agradar um sem desagradar a outra metade. Se 50% é a favor da Dilma e outros 50% a favor do Aécio, mesma coisa.

"A democracia não tem território para todo mundo", como meu amigo disse.

Portanto, Bauman prevê duas consequências.

A primeira seria um retorno ao totalitarismo. Na impossibilidade de um consenso, o grupo mais forte chegaria ao poder e calaria a oposição.

A segunda é que o próprio sistema democratico implodiria por não conseguir lidar com a contradição de dar voz a grupos antagônicos e a impossibilidade de satisfazer tantos grupos divergentes e cairiamos numa bárbarie.

Outro ponto que ele aborda é o consenso fabricado. Seria um falso consenso vendido pela mídia para as massas. Nessa perspectiva, o povo não tem voz, mas uma voz que fala no lugar dele sem nem consultá-lo.

Notem que isso fecha com duas coisas que discutimos aqui:

A primeira é que os SWPL e Justiceiros Sociais são o exemplo vivo da falta de consenso do mundo atual. SWPL/Justiceiros Sociais vivem brigando com todo mundo e entre eles mesmos (lembram do Alex Castro sendo esculachado pelas feministas?).

A segunda é que o conceito de "consenso" do Bauman meio que "casa" com o conceito de tradição evoliana e afins. A tradição, nesse caso, seria o que ofereceria o mínimo de consenso necessário para o funcionamento saudável de uma sociedade. Sabote a tradição e loucos aparecerão gritando de todos os lados, como crianças da APAE com apitos (usando uma comparação do Rant).

Aqui tem algumas entrevistas do Bauman para quem quiser conhece-lo melhor:

http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/02/bzygmunt-baumanb-vivemos-o-fim-do-futuro.html

http://lounge.obviousmag.org/de_dentro_da_cartola/2013/11/zygmunt-bauman-vivemos-tempos-liquidos-nada-e-para-durar.html

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O tal falso consenso também está aí, imposto pela mídia.

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Bauman quase acertou, mas peca pelo messianismo protestante ao achar que existe algum tipo de "destino comum" reservado para a humanidade e que não chegamos a esse destino por que "pecamos" no meio do caminho.

A democracia não funciona por que primeiramente não deveria funcionar, e segundo por que, historicamente nunca funcionou.

Assim como o comunismo foi um erro provado historicamente, logo a chegará a vez da democracia.

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White Witch escreveu:
Bauman quase acertou, mas peca pelo messianismo protestante ao achar que existe algum tipo de "destino comum" reservado para a humanidade e que não chegamos a esse destino por que "pecamos" no meio do caminho.

A democracia não funciona por que primeiramente não deveria funcionar, e segundo por que, historicamente nunca funcionou.

Assim como o comunismo foi um erro provado historicamente, logo a chegará a vez da democracia.


Eu diria um pouco diferente: ele peca por achar que a democracia é o melhor sistema já inventado, e se não funciona, a culpa é das pessoas que não são "iluminadas" o suficiente para fazê-la funcionar como deveria.

É +ou- a desculpa do comunista de "deturparam Marx".

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Joe escreveu:
White Witch escreveu:
Bauman quase acertou, mas peca pelo messianismo protestante ao achar que existe algum tipo de "destino comum" reservado para a humanidade e que não chegamos a esse destino por que "pecamos" no meio do caminho.

A democracia não funciona por que primeiramente não deveria funcionar, e segundo por que, historicamente nunca funcionou.

Assim como o comunismo foi um erro provado historicamente, logo a chegará a vez da democracia.


Eu diria um pouco diferente: ele peca por achar que a democracia é o melhor sistema já inventado, e se não funciona, a culpa é das pessoas que não são "iluminadas" o suficiente para fazê-la funcionar como deveria.

É +ou- a desculpa do comunista de "deturparam Marx".


Idem, e compartilham o comum do fato de serem historicamente,coisa recente, num mapa de 1930, veremos que poucos países eram democráticos, e mesmo assim, não havia sufrágio universal, se não me engano o primeiro país a testar sufrágio universal, foi a Austrália, coisa do tipo.

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White Witch escreveu:
Joe escreveu:
White Witch escreveu:
Bauman quase acertou, mas peca pelo messianismo protestante ao achar que existe algum tipo de "destino comum" reservado para a humanidade e que não chegamos a esse destino por que "pecamos" no meio do caminho.

A democracia não funciona por que primeiramente não deveria funcionar, e segundo por que, historicamente nunca funcionou.

Assim como o comunismo foi um erro provado historicamente, logo a chegará a vez da democracia.


Eu diria um pouco diferente: ele peca por achar que a democracia é o melhor sistema já inventado, e se não funciona, a culpa é das pessoas que não são "iluminadas" o suficiente para fazê-la funcionar como deveria.

É +ou- a desculpa do comunista de "deturparam Marx".


Idem, e compartilham o comum do fato de serem historicamente,coisa recente, num mapa de 1930, veremos que poucos países eram democráticos, e mesmo assim, não havia sufrágio universal, se não me engano o primeiro país a testar sufrágio universal, foi a Austrália, coisa do tipo.


Agora entra uma questão interessante.

Pessoas, mesmo intelectuais, defendem com unhas e dentes a democracia como se fosse o melhor sistema já inventado.

Eles não parecem perceber que antes da democracia as pessoas, e mesmo intelectuais, tbm acreditavam que seu sistema era o melhor (no tempo das monarquias deviam acreditar que este sistema era o melhor, no tempo de Roma deviam achar a mesma coisa sobre seu sistema, etc) e que, para os olhos de pessoas do futuro, a própria democracia poderá ser vista como algo absurdo e produto de mentes ignorantes.

Robert A. Heinlein inclusive mostra isso em seu Tropas Estelares, onde apenas militares tem o direito ao voto e os intelectuais do futuro acham a democracia um sistema atrasado e estúpido.

A pergunta é: pq acredita-se que nossa época é a "iluminada" e o passado está cheio de ignorantes? Não ocorre a eles que nós somos os ignorantes do futuro?

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Até pode ocorrer, mas eles devem pensar que é porque no futuro não haverá religião, "casamento gay" será mais importante que o tradicional (Que aliás praticamente deixará de existir, até porque é burguês machista e tal) homens abordarem mulheres e elas não gostarem automaticamente acarretará em crime estupro, se uma mulher falar que um homem estuprou ela ele automaticamente irá preso sem direito a julgamento, negros que cometerem crimes não serão julgados, homens brancos que gostam de boceta serão cidadãos de segunda classe, paternidade será só fraudulenta (Digo, cof cof, "afetiva") etc.

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E todo mundo vai ter mais de 120 kg e morrer cedo do coração, avc etc. mas sugerir que obesidade é problema de saúde pública = Cadeia direto.

Sem falar o óbvio, consumo de carne será proibido (Exceto talvez a humana, afinal a extinção humana é algo bom) aborto será incentivado desde a creche, pedofilia será publica e legalmente reconhecida como um direito dos ricos e questionar o HOLOCAUSTO (A lei explicitará que deverá ser escrito assim) acarretará em pena de morte instantânea.

Um pouco antes da religião ser proibida, se forçará o Papa, talvez com algumas ou muitas horas de tortura e na mira de uma doze, a pedir desculpas pelo horror que foram as cruzadas e a inquisição, e depois ele será executado com um tiro na cara para acabar pra sempre com a intolerância.

Coisas bobas como que a maconha será legal e o tabaco terminantemente proibido nem precisa dizer, que isso aqui não é o primário.

Meu nome é Ashura dos Manos, e sejam todos bem vind@s à Futurologia 101 (dálmates transgêneros).

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Ashura escreveu:
Até pode ocorrer, mas eles devem pensar que é porque no futuro não haverá religião, "casamento gay" será mais importante que o tradicional (Que aliás praticamente deixará de existir, até porque é burguês machista e tal) homens abordarem mulheres e elas não gostarem automaticamente acarretará em crime estupro, se uma mulher falar que um homem estuprou ela ele automaticamente irá preso sem direito a julgamento, negros que cometerem crimes não serão julgados, homens brancos que gostam de boceta serão cidadãos de segunda classe, paternidade será só fraudulenta (Digo, cof cof, "afetiva") etc.


Exageros a parte, tem um fundo de verdade.

O "futuro" que muitos intelectuais imaginam na verdade não passa de uma versão romantizada do que eles gostariam que o presente fosse.

Eles tem uma visão linear da história, como se a história fosse algo que caminhasse do "pior" para o "melhor". Não entendem que o "melhor" deles poderia muito bem ser o pior na visão de alguém que viveu na renascença ou Grécia antiga.

Na ficção-científica isso fica mais gritante ainda. Um Jornada nas Estrelas não passa de uma utopia left-lib americana com E.T.s no meio.

O que falta neles é a percepção de que a moral, o "certo"  e "errado", varia muito (mas não totalmente) de acordo com as circunstâncias.

Por isso que um John Norman é uma brisa de ar fresco. Norman compreende bem que um mundo sem tecnologia como GOR não teria espaço para SWPLismos. Sem industrialização, escravidão seria necessário para fazer o trabalho das máquinas. Sem um estado forte, mulheres teriam que ser submissas a homens para sobreviver, etc.

Uma das reclamações mais hilárias dos SWPL é reclamarem a idade média (ou mundos de fantasia análogos) são machistas, racistas, blablabla. Parece que os animais não estudaram o básico de história. Isso mostra como no fundo é tudo um recalque do tipo "o mundo não é do jeito que eu quero".

Mas bizarro mesmo é a total falta de modéstia. Algo nas linhas "eu sei o que é melhor para o mundo e quem discorda é preconceituoso, bobo e mal".

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Na verdade nos livros de Gor a escravidão é quase que puramente sexual. Oi, islã! Só que com menos sheiks gordos afeminados e mais guerreiros... Montados em pássaros gigantes... Que fazem ataques à povoados inimigos e raptam garotas apetitosas.

Ao menos, claro, é isso que Norman eventualmente decide. Lembrando que esses livros saem desde '66. O último saiu em 2013. E teve um período bem considerável em que ele ficou sem publicar. Tem na página da wikipedia as datas, e compará-las é bem interessante: https://en.wikipedia.org/wiki/Gor

Eu olhei quando fui pegar o link. Ele lançou praticamente um livro por ano de '66 à '88. Uma vez lançou dois no mesmo ano. Depois só voltou em 2001. Depois do de 2001, outro só em 2008.

É óbvio que nessa babilônia, aliás nessa mesopotâmia de tempo a que ele escreve isso, ele já mudou muito de idéia e se arrependeu de muita coisa. Por exemplo, não existem cavalos em Gor e no início as montarias usadas por humanos são os supracitados pássaros gigantes e répteis terrestres lentos, como tu sabe. Mais pra frente, porém, parece que ele percebeu o valor que uma montaria terrestre veloz pode ter para uma narrativa e introduziu do nada outro animal que faz as vezes de cavalo, e ele rapidamente tornou-se a montaria mais comum de todo mundo ao redor do mundo.

Com a escravidão tb foi assim. Nos primeiros livros tinha muitas menções a escravos homens,
Spoiler :
(Não considero isso spoiler pq está na sinopse dos livros, mas por via das dúvidas vou ocultar) mas mais pra frente parece que ele decide que a escravidão masculina é muita rara pq os homens de Gor são machos demais para serem escravizados (Ou seja, os homens que de fato foram escravizados ao longo da história da terra são tudo bunda-mole... OK).

O grosso do trabalho braçal é feito por homens livres das castas baixas (Existe casta dos agricultores/camponeses, dos ferreiros, pescadores, fazedores de selas etc.)

Francamente, por mais que eu goste, tem que se dizer que Gor não é menos uma fantasia de mundo ideal do Norman que Stark Trek é pro nerd liberal gringo. Não quero dar spoilers, então só pergunto, tu já leu sobre o soro criado pelos Priest-Kings?

Última edição por Ashura em 02/08/15, 06:27 am, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : "Raptam" ao invés de "roubam".)

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Mal pela torre de texto off-topic, mas falar de Gor sempre me empolga (Até pq tu é o único sujeito com o qual eu tenho qualquer contato que também leu livros dessa série).

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Ashura escreveu:
mais pra frente parece que ele decide que a escravidão masculina é muita rara pq os homens de Gor são machos demais para serem escravizados (Ou seja, os homens que de fato foram escravizados ao longo da história da terra são tudo bunda-mole... OK).


Esse cara deve ser um puta veadão, ou um sujeito muito mary sue

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Ashura escreveu:
Na verdade nos livros de Gor a escravidão é quase que puramente sexual. Oi, islã! Só que com menos sheiks gordos afeminados e mais guerreiros... Montados em pássaros gigantes... Que fazem ataques à povoados inimigos e raptam garotas apetitosas.

Ao menos, claro, é isso que Norman eventualmente decide. Lembrando que esses livros saem desde '66. O último saiu em 2013. E teve um período bem considerável em que ele ficou sem publicar. Tem na página da wikipedia as datas, e compará-las é bem interessante: https://en.wikipedia.org/wiki/Gor

Eu olhei quando fui pegar o link. Ele lançou praticamente um livro por ano de '66 à '88. Uma vez lançou dois no mesmo ano. Depois só voltou em 2001. Depois do de 2001, outro só em 2008.

É óbvio que nessa babilônia, aliás nessa mesopotâmia de tempo a que ele escreve isso, ele já mudou muito de idéia e se arrependeu de muita coisa. Por exemplo, não existem cavalos em Gor e no início as montarias usadas por humanos são os supracitados pássaros gigantes e répteis terrestres lentos, como tu sabe. Mais pra frente, porém, parece que ele percebeu o valor que uma montaria terrestre veloz pode ter para uma narrativa e introduziu do nada outro animal que faz as vezes de cavalo, e ele rapidamente tornou-se a montaria mais comum de todo mundo ao redor do mundo.

Com a escravidão tb foi assim. Nos primeiros livros tinha muitas menções a escravos homens,
Spoiler :
(Não considero isso spoiler pq está na sinopse dos livros, mas por via das dúvidas vou ocultar) mas mais pra frente parece que ele decide que a escravidão masculina é muita rara pq os homens de Gor são machos demais para serem escravizados (Ou seja, os homens que de fato foram escravizados ao longo da história da terra são tudo bunda-mole... OK).

O grosso do trabalho braçal é feito por homens livres das castas baixas (Existe casta dos agricultores/camponeses, dos ferreiros, pescadores, fazedores de selas etc.)

Francamente, por mais que eu goste, tem que se dizer que Gor não é menos uma fantasia de mundo ideal do Norman que Stark Trek é pro nerd liberal gringo. Não quero dar spoilers, então só pergunto, tu já leu sobre o soro criado pelos Priest-Kings?


Não cheguei a ler sobre o tal soro. Mas nos livros do GOR que li fala que a escravidão é comum justamente pq, na ausência de tecnologia, a força bruta humana tem que entrar como substituta (e tbm fala isso que apenas os bundões são escravos).

O TV Tropes é rico de informações sobre GOR.

http://tvtropes.org/pmwiki/pmwiki.php/Literature/Gor

Concordo tbm que GOR é meio que o mundo ideal de Norman. Porém, a diferença é que Norman não cria um mundinho cor de rosa onde tudo é perfeito como a maioria dos autores fazem. Ele cria um mundo ideal de acordo com o que ele acha que é o ideal, mas ele tem consciência de que utopia não existe. Assim, Normam sabe que em qualquer realidade sempre haverá os excluídos sociais (no caso de Gor os escravos). Em suma, um mundo ideal não é o mesmo que um mundo perfeito para Norman.

Já o esquerdista típico não. No mundo dele tudo é perfeito para todos. Um exemplo é o velho da Carta Capital metido a escritor. Falei dele aqui:

https://eusouarcaico.forumeiros.com/t854-tese-do-retorno-a-infancia

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Excluídos sociais tão mais pros pobres, os ladrões etc. Escravos como eu disse vão aparentemente deixando de existir a medida que o tempo passa, sendo substituídos pelo quíntuplo de escravas.

No primeiro livro Cabot não queria escravizar nem a mina aquela que ele estava "apaixonado", que chegou a pedir com todas as letras a ser marcada a ferro. Mais pra frente diz que ele não consegue ver um pescoço feminino sem coleira rs.

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Em Gor, foras-da-lei são mortos por guerreiros on sight, obviamente, sem qualquer dor de cabeça ou explicações pra alguém.

Ladrões tipo batedores de carteira, como eles tecnicamente são cidadãos e estão protegidos pela Pedra-Lar é um pouco diferente. Tem uma passagem em que o Jason Marshall pega um, quebra os dois braços dele, coloca uma moeda na boca do malandro pra pagar pelo tratamento e manda sumir da cidade antes do por do sol rs.

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Voltando um pouco ao tema fim da democracia.

Tive uma conversa com o Delta Dan em private que deu nova luz ao debate.

O resumo: a democracia carregaria a semente da sua própria destruição.

Se todos são livres para escolher seus governantes numa democracia, então nada impede a maioria de optar por um totalitarismo. Hitler foi eleito de forma democrática, só para ficar num exemplo.

Um argumento muito comum em defesa da democracia é que ele permite a transição pacífica do poder via eleições. Eu respondi dizendo, "mas e se a maioria decidir que não quer mais democracia? Como fica?". Meu interlocutor ficou sem resposta.

Alguém pode contraargumentar e dizer "O fundamento da democracia moderna não está na ditadura da maioria -- isso, crianças, chama-se fascismo -- e, sim, no respeito aos direitos do indivíduo."

Mas e se os direitos do indíviduo prejudicarem o corpo social? Ou pior ainda, a vontade de uma minoria estiver fudendo com a maioria? E se foi justamente o regime democrático o que fez tudo afundar em primeiro lugar? Quem quer outras alternativas não estaria com razão em se opor ao regime democrático?

O Delta Dan fez outra observação interessantíssima: segundo ele  uma democracia sempre descambará para o totalitarismo. É  por isso que grupos com aspirações totalitárias, como comunistas, fascistas e nazistas gostam tanto na ideia de poder do povo.

O "povo no poder" seria apenas um espantalho oferecido pelo discurso democrático para grupos que querem angariar poder. Um "nós estamos falando pelo povo porque sabemos o que o povo quer".

A semente da destruição inerente a democracia seria esta: como não dá para agradar todo mundo, como o Bauman diagnosticou, então abre-se o caminho para o totalitarismo como forma de resolver as tensões sociais.

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O falso consenso é uma realidade cotidiana, como apontou o Ashura.

***

Joe escreveu:
Alguém pode contraargumentar e dizer "O fundamento da democracia moderna não está na ditadura da maioria -- isso, crianças, chama-se fascismo -- e, sim, no respeito aos direitos do indivíduo."

Mas e se os direitos do indíviduo prejudicarem o corpo social? Ou pior ainda, a vontade de uma minoria estiver fudendo com a maioria? E se foi justamente o regime democrático o que fez tudo afundar em primeiro lugar? Quem quer outras alternativas não estaria com razão em se opor ao regime democrático?


Há, no entanto, um porém.

O interesse da minoria nominal não passa sem haver um interesse de uma minoria ainda mais minoritária, que seria o interesse de facto.

Digamos o caso do feminismo, porque é um alvo fácil. Enquanto os cuckservatives - acostumados a latir pra árvore errada como sempre - são rápidos em culpar o bicho papão, digo, marxismo cultural, a realidade é que a noção soviética de feminismo é bem diferente da vigente. Lênin mesmo deu seus calabocas por aí nesse grupo. Sob Kollontai, a URSS muito antes de "liberar" qualquer coisa, estatizou a função sexual da mulher.

Nossa "marca" de feminismo corrente é absolutamente americana. O sufragismo foi um esforço amplamente escorado nos 25 milhões de membras da WKKK (Women Klu Klux Klan) e era basicamente supremacismo branco misturado com supremacismo feminino. A idéia básica era de que a mulher branca, moralmente superior ao homem e racialmente superior ao resto, resgataria o mundo.

A coisa é um pouco diferente na segunda guerra. Com a população masculina no front, o esforço de guerra foi tocado, nas fábricas, por uma inundação de mulheres nestes postos de trabalho inocupáveis por homens.

E o Deus capital viu que era mais barato assim, então o Deus capital viu que era bom.

Com os homens de volta da guerra, e três temporadas de Mad Men depois, a agitação era para que elas... tivessem o "direito", como minorias, a trabalharem fora.

Porque tal idéia recebeu o espaço e um megafone em primeiro lugar, mesmo contanto com apoio quase nulo? (Isso nunca passou pela cabeça das sufragistas por exemplo).

Ora, simples.

O corpo social não é preocupação da minúscula minoria que para quem trabalha, inadvertidamente, a minoria nominal (a que aparece, tal e qual seja sua causa).

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A marca europeia no feminismo é mais filosófica(existencialismo e coisa parecida) e menos militante, embora posteriormente serviu para dar munição retórica a moda dos discursos descontrucionistas.

No fundo é bem hilário, que diria que digressões complexas de 50 anos atrás, terminam hoje em dadaismos comicos como são aquelas discussões que o Joe traz de trans-generos, trans-nao-sei "cis"elevado ao quadrado.

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Rant Casey escreveu:
O falso consenso é uma realidade cotidiana, como apontou o Ashura.

***

Joe escreveu:
Alguém pode contraargumentar e dizer "O fundamento da democracia moderna não está na ditadura da maioria -- isso, crianças, chama-se fascismo -- e, sim, no respeito aos direitos do indivíduo."

Mas e se os direitos do indíviduo prejudicarem o corpo social? Ou pior ainda, a vontade de uma minoria estiver fudendo com a maioria? E se foi justamente o regime democrático o que fez tudo afundar em primeiro lugar? Quem quer outras alternativas não estaria com razão em se opor ao regime democrático?


Há, no entanto, um porém.

O interesse da minoria nominal não passa sem haver um interesse de uma minoria ainda mais minoritária, que seria o interesse de facto.

Digamos o caso do feminismo, porque é um alvo fácil. Enquanto os cuckservatives - acostumados a latir pra árvore errada como sempre - são rápidos em culpar o bicho papão, digo, marxismo cultural, a realidade é que a noção soviética de feminismo é bem diferente da vigente. Lênin mesmo deu seus calabocas por aí nesse grupo. Sob Kollontai, a URSS muito antes de "liberar" qualquer coisa, estatizou a função sexual da mulher.

Nossa "marca" de feminismo corrente é absolutamente americana. O sufragismo foi um esforço amplamente escorado nos 25 milhões de membras da WKKK (Women Klu Klux Klan) e era basicamente supremacismo branco misturado com supremacismo feminino. A idéia básica era de que a mulher branca, moralmente superior ao homem e racialmente superior ao resto, resgataria o mundo.

A coisa é um pouco diferente na segunda guerra. Com a população masculina no front, o esforço de guerra foi tocado, nas fábricas, por uma inundação de mulheres nestes postos de trabalho inocupáveis por homens.

E o Deus capital viu que era mais barato assim, então o Deus capital viu que era bom.

Com os homens de volta da guerra, e três temporadas de Mad Men depois, a agitação era para que elas... tivessem o "direito", como minorias, a trabalharem fora.

Porque tal idéia recebeu o espaço e um megafone em primeiro lugar, mesmo contanto com apoio quase nulo? (Isso nunca passou pela cabeça das sufragistas por exemplo).

Ora, simples.

O corpo social não é preocupação da minúscula minoria que para quem trabalha, inadvertidamente, a minoria nominal (a que aparece, tal e qual seja sua causa).


Não entendi muito bem o que vc quis dizer.

Mas pelo que entendi, vc quis dizer que isso de "direitos do indíviduo" só funciona quando uma minoria não entra em choque com outra.

A briga das feministas com os travecos é um exemplo. Há uma cissão no movimento feminista onde uma facção diz que traveco não é mulher de verdade e, portanto, não pode ser feminista, e outra facção diz que traveco é mulher de verdade e pode ser feminista.

É uma briga de minoria contra minoria, e como tem mais mulher do que travesti no mundo, e a maioria das mulheres concorda que traveco não é mulher, logo as mulheres suplantariam os direitos dos travecos.

Colocando de forma mais simples, se a "minoria oprimida" mulher diz que traveco não é mulher, então não é. Não importa o quanto os travecos digam que seus direitos de indíviduo estão sendo negado.

No final coisa vira um concurso de qual "voz oprimida" tem mais força. Isso se eu entendi o que vc quis dizer.

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Ele disse que o interesse das minorias compostas de malucos só passa quando bate com o interesse das minorias compostas de milionários.

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Ashura escreveu:
Ele disse que o interesse das minorias compostas de malucos só passa quando bate com o interesse das minorias compostas de milionários.


O que o Ashura disse.

Tem uma minoria menos barulhenta e visível.

Traduzindo para o nerdês, pense nela como "a Uma Minoria", que nem o anel do Tolkien. rs

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Com um aparte. Não tinha milionários em mente.

Bilionários sim. Trilionários, talvez.

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Como meros mortais, a gente até se esquece que, no grande esquema das coisas, milionário não é nada.

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Rant Casey escreveu:
Ashura escreveu:
Ele disse que o interesse das minorias compostas de malucos só passa quando bate com o interesse das minorias compostas de milionários.


O que o Ashura disse.

Tem uma minoria menos barulhenta e visível.

Traduzindo para o nerdês, pense nela como "a Uma Minoria", que nem o anel do Tolkien. rs


Mas esse negócio de "direitos do indivíduo", mesmo assim, me soa como um caso de feitiço virando contra o feiticeiro. Uma caixa de pandora.

Vejam esse print:
O fim da democracia, segundo Zygmunt Bauman 2qb659e

O contexto da conversa era o casamento gay, e esse Eli é homossexual. Pior que sou obrigado a concordar com ele, mesmo a contragosto. Por mais que a prática do incesto me desagrade, tbm não consigo pensar num bom argumento para impedir que duas pessoas adultas aparentadas façam sexo (ou mesmo casem). Some-se isso aquele estudo que postei tempos atrás que fala que as chances de uma criança fruto de uma relação incestuosa nascer com defeitos é o mesmo de uma mulher engravidar tardiamente. Porém, o segundo caso é mais aceito socialmente do que o primeiro, sendo que, estatisticamente falando, o risco é o mesmo.

Idem ocorre quando aquele pseudo-escritor do Eva Mecânica, na falta do que fazer, resolve se divertir irritando SWPLs e afirma não existe nenhum bom argumento para impedir um homem de preferir uma ginoide a uma mulher real. Sem argumentos, os SWPLs se limitam a responder "tenho o direito de achar patético", e ele sagazmente responde, "então vc tbm defende o direito dos outros de achar um macho comer a bunda de outro macho patético?", e mais uma vez, o SWPL fica sem resposta.

[ironia mode on]

Mas os "direitos do indivíduo", segundo os defensores da democracia, está acima de tudo, não é mesmo?

[ironia mode off]

Ps: Esse Eli causou uma verdadeira guerra virtual com esse comentário. As opiniões ficaram polarizadas (olha o que o Bauman disse aí), e o lado contra não conseguiu apresentar um bom argumento anti-incesto. O interessante aqui é observar como as premissas progressistas que os "iluminados" justiceiros sociais tanto defendem terminam se voltando contra eles próprios.

Última edição por Joe em 03/08/15, 08:08 pm, editado 5 vez(es)

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A internet faz a gente acreditar que de repente feminista brota da terra, justiceiro social tá presente em todo canto e todo mundo quer a Luciana Genro de presidente.

Todos esses grupos são apenas aglomerados de weirdos disfuncionais. Gente assim jamais teria poderio pra encarar uma briga de rua, aliás já fui muito longe - muitos devem ter medo até de falar no telefone e fazer uma pergunta em alguma palestra , quanto mais ter o carisma, fibra moral e inteligência pra avançar sua agenda. Sempre tive certeza que, se ambições desses fracos e e covardes continuam passando na lei e aparecendo em cada programa de TV, filme milionário, campanha pública etc, se dá por alguém, muito disposto a jogar dinheiro nisso, lucrar por fora.

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