Bom, é isso aí, anarcas.
Recolham as panelas, joguem os sacos de banha no lixo, e bora todo mundo ler Jünger. Essa festa aqui acabou.
Ashura escreveu:Esse cara só fala bem de filmes que eu não gostei.
Clube da Luta eu gostei, embora ache o pessoal do que chamo de "evangelho segundo tyler durden" um bando de retardado querendo pagar de cool.
Joe escreveu:
Eles acham que é um tipo de critica a sociedade capitalista à moda comunista de DCE quando na verdade o que o Tyler Durden propõe é praticamente um fascismo.
Rant Casey escreveu:Joe escreveu:
Eles acham que é um tipo de critica a sociedade capitalista à moda comunista de DCE quando na verdade o que o Tyler Durden propõe é praticamente um fascismo.
Correção: Tyler Durden é um consumista entediado, efeminado e psicótico, que tem delírios fascistas.
Tyler Durden e Narrador são o mesmo cara.
Tyler (Brad Pitt) é o alter ego foda de um loser (Norton) e não o contrário.
Joe escreveu:Rant Casey escreveu:Joe escreveu:
Eles acham que é um tipo de critica a sociedade capitalista à moda comunista de DCE quando na verdade o que o Tyler Durden propõe é praticamente um fascismo.
Correção: Tyler Durden é um consumista entediado, efeminado e psicótico, que tem delírios fascistas.
Tyler Durden e Narrador são o mesmo cara.
Tyler (Brad Pitt) é o alter ego foda de um loser (Norton) e não o contrário.
Por essa análise então o SWPL seria um fascista enrustido? E seria por isso que vibram com o Tyler/narrador?
Rant Casey escreveu:A biografia de Ernst Junger por sua vez é deveras mais interessante.
Passagem pela legião estrangeira; encontrou-se em Paris com conspiradores que tentaram matar Hitler (Rommel incluso); depois da Guerra, no processo de desnazificação da Alemana, remeteu de volta em branco os cadastros e questionários que os Aliados lhe enviaram (como ex militar e intelectual proeminente daquele país) como forma de lhes mandar uma banana...
Jünger, como homem, é provavelmente o Anti-Tyler.
Rant Casey escreveu:
O único paralelo que vejo entre o Tyler/Jack/Narrador e o SWPL é um que o livro ou as resenhas jamais fazem: tanto o protagonista quanto a blogueira gorducha possuem essa característica: a de precisar “mudar o mundo” pra conseguir viver nele. Não são anarcas. São pessoas com um profundo senso de impotência e absoluta falta de autodeterminação. No caso da gorducha, movimentos e militâncias. No caso do protagonista do livro/filme, imergir-se num coletivismo de modo livrar-se do Eu (que ele considera impotente e incapaz de se autodeterminar). Uma última comparação poderia ser feita no sentido de que estes, como todos os coletivismos na realidade, necessitam de um inimigo externo para se justificar. Pra uns é uma teoria da conspiração que diz haver um “patriarcado”. Pra outros, propaganda e capitalismo.
Rant Casey escreveu:E isso serra qualquer vaga semelhança entre Ted Kaczinsky e Clube da Luta. Kaczinsky era um tipo de Super-Homem Nietzscheano encarnado. O personagem de clube da luta, Narrador/Jack/Tyler, era o exato oposto: um tipo de Último Homem, mergulhado em conforto e falta de vontade, de libido (“antigamente víamos pornografia no banheiro agora vemos catálogos”; “eu fodo como você gostaria de foder” etc); em descrença na autodeterminação.
Rant Casey escreveu:A biografia de Ernst Junger por sua vez é deveras mais interessante.
Passagem pela legião estrangeira; encontrou-se em Paris com conspiradores que tentaram matar Hitler (Rommel incluso); depois da Guerra, no processo de desnazificação da Alemana, remeteu de volta em branco os cadastros e questionários que os Aliados lhe enviaram (como ex militar e intelectual proeminente daquele país) como forma de lhes mandar uma banana...
Jünger, como homem, é provavelmente o Anti-Tyler.
Joe escreveu:Rant Casey escreveu:
O único paralelo que vejo entre o Tyler/Jack/Narrador e o SWPL é um que o livro ou as resenhas jamais fazem: tanto o protagonista quanto a blogueira gorducha possuem essa característica: a de precisar “mudar o mundo” pra conseguir viver nele. Não são anarcas. São pessoas com um profundo senso de impotência e absoluta falta de autodeterminação. No caso da gorducha, movimentos e militâncias. No caso do protagonista do livro/filme, imergir-se num coletivismo de modo livrar-se do Eu (que ele considera impotente e incapaz de se autodeterminar). Uma última comparação poderia ser feita no sentido de que estes, como todos os coletivismos na realidade, necessitam de um inimigo externo para se justificar. Pra uns é uma teoria da conspiração que diz haver um “patriarcado”. Pra outros, propaganda e capitalismo.
Sim, mas era esse o ponto que queria chegar quando falei que o pessoal interpreta o filme pelo viés errado. Independente do livro/filme ser ou não um "chamado a luta" seja lá contra o que for, os SWPLs não percebem que o "caminho da revolução" que o Tyler/narrador propõe é muito semelhante ao famigerado fascismo que todo mundo adora jogar pedras.
Sem querer entrar em análises profundas da psicologia SWPL, mas esta identificação com o Tyler Durden e a forma como ele quer mudar o mundo na base da porrada reflete o desejo SWPL. O Unabomber fala algo no manifesto sobre a esquerda ter impulsos totalitários que tentam disfarçar de "causas nobres".
Joe escreveu:[/quote]Rant Casey escreveu:E isso serra qualquer vaga semelhança entre Ted Kaczinsky e Clube da Luta. Kaczinsky era um tipo de Super-Homem Nietzscheano encarnado. O personagem de clube da luta, Narrador/Jack/Tyler, era o exato oposto: um tipo de Último Homem, mergulhado em conforto e falta de vontade, de libido (“antigamente víamos pornografia no banheiro agora vemos catálogos”; “eu fodo como você gostaria de foder” etc); em descrença na autodeterminação.
Mas o Kackynski não queria mudar o mundo? Aliás, foi este o motivo pelo qual ele explodiu um monte de gente, tal qual Tyler no filme fez parecido.
Rant Casey escreveu:
O pessoal não interpreta "pelo viés errado". Simplesmente identifica a própria fraqueza com a do Narrador, e enche-se de esperança nos mesmo ato impotente de ter "sonhos loucos". Mas a coisa pára por aí.
O que realmente se refletem um no outro é a impotência e falta de autodeterminação. O mais é onanismo idealista.
Rant Casey escreveu:Estou tirando o foco "do outro".
A questão aqui pra mim é "porque eu me impressionei por anos com o livro/filme".
Não estou interessado em dissecar as tolices dos SWPL, mas as minhas próprias.
White Witch escreveu:Será coincidência ambos os filmes terem sido lançados no mesmo ano e terem pontos em comum? Eles parecem refletir um certo zeitgeist dos anos 90.
Nos anos 90, polêmicas do tipo estavam em moda. Nos EUA, era uma espécie de ressaca do psicodelismo dos anos 70, e "festividade" dos anos 80.
Me parece um sintoma classico de pós-embriaguez, uma ressaca moral, no fundo é um tipo de autobiografia e confissão. Após entorpecer tanto o cerebro e mergulhar em "viagens", o sujeito tenta racionalizar sua condição, e então passa a tentar refletir sobre o papo "tudo é uma bolha, uma ilusão".
Kenshiro escreveu:O que quero dizer é, o modo de vida como vocês pregam assemelha-se muito à "festas, putaria e loucura". Quando isso cansar, pra onde a ESA vai? Igrejas ou eremitas? Tudo vai se mostrar uma ilusão? Daí, onde estarão as respostas?
Existencialismo é uma projeção do homem moderno em crise, em vez do homem moderno além da crise.
Kenshiro escreveu:O que quero dizer é, o modo de vida como vocês pregam assemelha-se muito à "festas, putaria e loucura". Quando isso cansar, pra onde a ESA vai? Igrejas ou eremitas? Tudo vai se mostrar uma ilusão? Daí, onde estarão as respostas?