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Como funciona o Brasil

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Ashura
Joe
White Witch
Oda Mae
8 participantes

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Eu acho meio louco as pessoas acharem que um presidente eleito iria simplesmente abolir programas sociais.
Mas tem uma coisa que eu ando notando por aí: ser rico agora é crime. As pessoas passaram a ter uma raiva estranha de gente que é considerada rica.

Parece que ser sustentado por auxílio do governo é bonito, trabalhar, vencer e gastar o dinheiro com luxo é pecado. Que coisa.

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Oda Mae escreveu:
Eu acho meio louco as pessoas acharem que um presidente eleito iria simplesmente abolir programas sociais.
Mas tem uma coisa que eu ando notando por aí: ser rico agora é crime. As pessoas passaram a ter uma raiva estranha de gente que é considerada rica.

Parece que ser sustentado por auxílio do governo é bonito, trabalhar, vencer e gastar o dinheiro com luxo é pecado. Que coisa.


É o outro lado da moeda da cultura escravagista dos tempos coloniais.

Historicamente a maioria dos ricos do Brasil, não cresceram via "hard work"(trabalho duro), mas de mamatas e proximidade com elite politica e familia real. Os militares não quebraram a tradição, os ricos pós regime militar, eram ou tinha ligações e favores do sistema, um exemplo mais conhecido é o próprio Eike Batista.

Empresários como o Eike Batista – que herdou a fortuna suja acumulada por seu pai que era um colaborador da Ditadura – ou Henning Boilesen – que se tornou dono da Ultragás e foi um dos maiores financiadores da Ditadura. Várias empresas nacionais e multinacionais, com ênfase nas norte-americanas, também os maiores bancos do Brasil como o Bradesco, faziam enormes doações aos militares em troca de “segurança” para que mantivessem o controle do mercado nas suas áreas. Devemos lembrar também dos latifundiários que colaboravam com a Ditadura em troca da morte de militantes que atuavam nas Ligas Camponesas no interior do Brasil e no Nordeste.

( Filhos ricos da ditadura militar )

Compare os ricos e bilhionários daqui, com os norte americanos, os ricos norte-americanos são pessoas que você conhece seus produtos e serviços, dai você imagina como ficaram ricos. Agora no Brasil, temos por exemplo o Banco Safra, eu nunca vi ninguém com conta nesse banco nem pegando emprestimo lá, pois é, é a familia dona disso é uma das bilhionárias do Brasil.

Aqui outro exemplo

Maitê Proença esteve no lançamento do livro de Boni e Ricardo Amaral, nesta terça-feira, 10, no Rio de Janeiro e conversou com o UOL sobre a polêmica pensão de R$ 13 mil que recebe por ser filha solteira do procurador da Justiça Eduardo Gallo, que morreu em 1989.


http://celebridades.uol.com.br/noticias/redacao/2013/12/10/maite-proenca-comenta-polemica-sobre-pensao-e-um-direito-adquirido.htm

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Mulheres como são fracas da cabeça e coletivistas, tendem a cair mais na sindrome de "gozar com o pau dos outros" e defender causas que beneficiam terceiros. Como é o caso daquelas patricinhas paulistas que fizeram vídeos pró-Aécio e dizem "trabalhar duro". Isso não é novidade, a classe média SWPL, abstracionista historicamente é bucha de canhão.

Sim, o imperialismo e os setores mais reacionários da burguesia brasileira lograram obter apoio, graças a um mecanismo político e ideológico complexo, junto aos setores mais pauperizados da população trabalhadora, e isso sem fazer concessões econômicas aos interesses desses setores. Para obter tal apoio, radicalizaram um discurso contra os direitos sociais restritos, que puderam ser apresentados como privilégios, e encenaram a ampliação desses direitos recorrendo às insuficientes e incertas políticas compensatórias baseadas na focalização. A focalização é a resposta neoliberal reacionária à cidadania restrita do populismo desenvolvimentista. Relembremos alguns traços do novo populismo brasileiro. Collor discursava conta os “marajás” e prometia acabar com a inflação. Fernando Henrique Cardoso, além do Plano Real, tinha o programa Comunidade Solidária e apresentava os funcionários públicos e aposentados como “vagabundos”. Lula tem o programa Fome Zero e já comparou, em discurso na cidade de Pelotas, o trabalhador rural com o professor universitário para apresentar esse último como privilegiado. Chegou a chamar de privilegiados, em discurso proferido em São Bernardo do campo, os operários do ABC pelo fato de eles pagarem imposto de renda. O novo populismo atiça os pobres contra os remediados para o júbilo dos milionários que são preservados ilesos.
http://www.espacoacademico.com.br/039/39cboito.htm

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...
Resumindo o teatro, Aecio e Dilma são apenas servos do grande capital financeiro, gente com que com um apertar de botão destrói paises inteiros que "saem da linha"(Iraque, Libia, Afeganistão e em breve será a vez do Brasil).

Seguindo a velha fórmula, seus discursos de campanha foram marcados por

radicalizaram um discurso contra os direitos sociais restritos, que puderam ser apresentados como privilégios, e encenaram a ampliação desses direitos recorrendo às insuficientes e incertas políticas compensatórias baseadas na focalização


Para mais a frente

sem fazer concessões econômicas aos interesses desses setores


No fim das contas temos remediados(que são trabalhadores) se achando mais inteligentes que trabalhadors mais pobres de outras região, que no fundo são bucha de canhão.

O novo populismo atiça os pobres contra os remediados para o júbilo dos milionários que são preservados ilesos.


Aécio, R. Benevides, Sarney, Maite Proênça, Eike Batista, os Marinho e os Civita, as classes improdutivas(alguém conheçe um produto ou serviço util a sociedade desses citados?) milionárias agradecem o empenho de vocês.

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os 20 novos bilhionários do Brasil.

99% são herdeiros, não tem nenhum que "trabalhou duro" ou "começou de baixo". Os únicos ai que são excessão são um dupla de franceses que veio para cá

http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/08/29/saiba-quem-sao-os-20-novos-bilionarios-do-brasil-segundo-a-forbes.htm

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White Witch escreveu:
...
Resumindo o teatro, Aecio e Dilma são apenas servos do grande capital financeiro, gente com que com um apertar de botão destrói paises inteiros que "saem da linha"(Iraque, Libia, Afeganistão e em breve será a vez do Brasil).


Muito elucidativa sua explicação.

Dúvida: porque em breve vai ser o Brasil? Não entendi essa parte.

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White Witch escreveu:
...
No fim das contas temos remediados(que são trabalhadores) se achando mais inteligentes que trabalhadors mais pobres de outras região, que no fundo são bucha de canhão.

O novo populismo atiça os pobres contra os remediados para o júbilo dos milionários que são preservados ilesos.





Essa parte me lembrou essa imagem.


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Isso não é só no Brasil. Nos EUA grupos de negros se reunem no gueto pra espancar chineses, porquê o negro e o chinês tão na periferia mas o chinês lá tem uma lavanderia/pastelaria, daí o chinês é a classe dominante. Huum

Minha teoria é que o pobre massa de manobra tem dificuldade de conceber qualquer coisa acima da classe média. Para ele, políticos, empresários ricos etc são uma espécie de entidade vagamente compreensível, por isso estão isentos.

É por isso que ladrão de galinha se lincha, e ladrão de bilhões se acha bonito.

Classe média é só o pobre que tem um carro e sempre põe mortadela no pão. Em breve ter um corcel velho na garagem será motivo para linchamento.

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Ashura escreveu:
Isso não é só no Brasil. Nos EUA grupos de negros se reunem no gueto pra espancar chineses, porquê o negro e o chinês tão na periferia mas o chinês lá tem uma lavanderia/pastelaria, daí o chinês é a classe dominante. Huum

Minha teoria é que o pobre massa de manobra tem dificuldade de conceber qualquer coisa acima da classe média. Para ele, políticos, empresários ricos etc são uma espécie de entidade vagamente compreensível, por isso estão isentos.

É por isso que ladrão de galinha se lincha, e ladrão de bilhões se acha bonito.

Classe média é só o pobre que tem um carro e sempre põe mortadela no pão. Em breve ter um corcel velho na garagem será motivo para linchamento.


É o que chamo de Pobre vs Pobre.

As causas "marxistas culturais" estão nesse esquema é o viado pobre VS um nazi também lascado.
O caso da garota supostamente "racista" torcedora do gremio e seus perseguidores.

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White Witch escreveu:
Ashura escreveu:
Isso não é só no Brasil. Nos EUA grupos de negros se reunem no gueto pra espancar chineses, porquê o negro e o chinês tão na periferia mas o chinês lá tem uma lavanderia/pastelaria, daí o chinês é a classe dominante. Huum

Minha teoria é que o pobre massa de manobra tem dificuldade de conceber qualquer coisa acima da classe média. Para ele, políticos, empresários ricos etc são uma espécie de entidade vagamente compreensível, por isso estão isentos.

É por isso que ladrão de galinha se lincha, e ladrão de bilhões se acha bonito.

Classe média é só o pobre que tem um carro e sempre põe mortadela no pão. Em breve ter um corcel velho na garagem será motivo para linchamento.


É o que chamo de Pobre vs Pobre.

As causas "marxistas culturais" estão nesse esquema é o viado pobre VS um nazi também lascado.
O caso da garota supostamente "racista" torcedora do gremio e seus perseguidores.


Tem outro lado nisso.

Noto que a preocupação da "turma do bem" não é com "justiça social" (isso é para eles, na melhor das hipóteses, algo secundário).

Explico: no caso da torcedora gremista muita gente (incluindo a suposta "classe pensante com  curso superior") a declarou culpada antes mesmo dela ser levada a julgamento (isso se ela for levada a julgamento).

Se a "turma do bem" tivesse alguma real preocupação com justiça, teriam pesado os dois lados da moeda ("Ela teve intenção de ofender o Aranha?", "O insulto foi direcionado ao Aranha?", etc) para chegar a uma decisão justa.

Mas não, a moça, como sabem, foi execrada publicamente.

O ponto: o que a "turma do bem" quer mesmo é se sentir bem consigo mesma. Eles gostam é de pegar qualquer um que tenha supostamente cometido um erro (não interessa se houve mesmo um erro ou não) e demoniza-lo para se sentirem moralmente superiores ao resto da "sociedade machista, racista, homofóbica,........(preencha o espaço em branco com sua "injustiça social" favorita)".

Na prática é uma forma de ostentação simbólica. É dar a si próprio um status moral, é como quem compra um carro do ano para exibir para os vizinhos. Querem esfregar na cara dos outros "eu sou melhor que vocês porque eu sou contra X", sem nem parar para pensar se X é certo ou errado ou se X realmente aconteceu.

Por isso a "turma do bem" não perde uma única oportunidade de se "sentirem bem consigo mesmos" e atacam qualquer um que dê uma brecha. É uma forma de obter status moral perante seu grupo social. Veado ganha status moral entre os gays e simpatizantes criticando cristãos. Branco de classe média ganha status moral de "não sou racista" perante outros brancos de classe média jogando pedra (reais ou virtuais) na torcedora do grêmio, e assim vai. Quanto mais revoltado você parecer com a "injustiça social", maior será o seu status.

Eles gostam de se auto-enganar e realmente acreditam que estão preocupados com "justiça social". Mas uma análise detalhada de suas ações mostra que não é bem assim.

Resumo: a preocupação é se sentir o mais foda do seu grupo. Não é com os "fracos" e "oprimidos".

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Joe escreveu:
White Witch escreveu:
Ashura escreveu:
Isso não é só no Brasil. Nos EUA grupos de negros se reunem no gueto pra espancar chineses, porquê o negro e o chinês tão na periferia mas o chinês lá tem uma lavanderia/pastelaria, daí o chinês é a classe dominante. Huum

Minha teoria é que o pobre massa de manobra tem dificuldade de conceber qualquer coisa acima da classe média. Para ele, políticos, empresários ricos etc são uma espécie de entidade vagamente compreensível, por isso estão isentos.

É por isso que ladrão de galinha se lincha, e ladrão de bilhões se acha bonito.

Classe média é só o pobre que tem um carro e sempre põe mortadela no pão. Em breve ter um corcel velho na garagem será motivo para linchamento.


É o que chamo de Pobre vs Pobre.

As causas "marxistas culturais" estão nesse esquema é o viado pobre VS um nazi também lascado.
O caso da garota supostamente "racista" torcedora do gremio e seus perseguidores.


Tem outro lado nisso.

Noto que a preocupação da "turma do bem" não é com "justiça social" (isso é para eles, na melhor das hipóteses, algo secundário).

Explico: no caso da torcedora gremista muita gente (incluindo a suposta "classe pensante com  curso superior") a declarou culpada antes mesmo dela ser levada a julgamento (isso se ela for levada a julgamento).

Se a "turma do bem" tivesse alguma real preocupação com justiça, teriam pesado os dois lados da moeda ("Ela teve intenção de ofender o Aranha?", "O insulto foi direcionado ao Aranha?", etc) para chegar a uma decisão justa.

Mas não, a moça, como sabem, foi execrada publicamente.

O ponto: o que a "turma do bem" quer mesmo é se sentir bem consigo mesma. Eles gostam é de pegar qualquer um que tenha supostamente cometido um erro (não interessa se houve mesmo um erro ou não) e demoniza-lo para se sentirem moralmente superiores ao resto da "sociedade machista, racista, homofóbica,........(preencha o espaço em branco com sua "injustiça social" favorita)".

Na prática é uma forma de ostentação simbólica. É dar a si próprio um status moral, é como quem compra um carro do ano para exibir para os vizinhos. Querem esfregar na cara dos outros "eu sou melhor que vocês porque eu sou contra X", sem nem parar para pensar se X é certo ou errado ou se X realmente aconteceu.

Por isso a "turma do bem" não perde uma única oportunidade de se "sentirem bem consigo mesmos" e atacam qualquer um que dê uma brecha. É uma forma de obter status moral perante seu grupo social. Veado ganha status moral entre os gays e simpatizantes criticando cristãos. Branco de classe média ganha status moral de "não sou racista" perante outros brancos de classe média jogando pedra (reais ou virtuais) na torcedora do grêmio, e assim vai. Quanto mais revoltado você parecer com a "injustiça social", maior será o seu status.

Eles gostam de se auto-enganar e realmente acreditam que estão preocupados com "justiça social". Mas uma análise detalhada de suas ações mostra que não é bem assim.

Resumo: a preocupação é se sentir o mais foda do seu grupo. Não é com os "fracos" e "oprimidos".


Junta isso com o fato de que as pessoas estão loucas para ver sangue e temos uma epifania digna dos anjos.

Isso me lembra aquele livro do qual não me recordo o nome agora, em que todos viviam em uma sociedade perfeita mas, de certo em certo tempo, era escolhida uma pessoa randomica para a população linchar e assim todos descarregarem suas frustrações pessoais.

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"Isso me lembra aquele livro do qual não me recordo o nome agora, em que todos viviam em uma sociedade perfeita mas, de certo em certo tempo, era escolhida uma pessoa randomica para a população linchar e assim todos descarregarem suas frustrações pessoais."


Creio que vc está falando do filme Tempting Fate (1998)

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Joe escreveu:
"Isso me lembra aquele livro do qual não me recordo o nome agora, em que todos viviam em uma sociedade perfeita mas, de certo em certo tempo, era escolhida uma pessoa randomica para a população linchar e assim todos descarregarem suas frustrações pessoais."


Creio que vc está falando do filme Tempting Fate (1998)


Na verdade eu não sei do que estou falando, porque só li aqui na ESA sobre em um insight que o pessoal lançou a um tempo. Inclusive acho que foi você. Anyways, obrigado pelo nome, eu vou procurar sobre

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Kenshiro escreveu:
Joe escreveu:
White Witch escreveu:
Ashura escreveu:
Isso não é só no Brasil. Nos EUA grupos de negros se reunem no gueto pra espancar chineses, porquê o negro e o chinês tão na periferia mas o chinês lá tem uma lavanderia/pastelaria, daí o chinês é a classe dominante. Huum

Minha teoria é que o pobre massa de manobra tem dificuldade de conceber qualquer coisa acima da classe média. Para ele, políticos, empresários ricos etc são uma espécie de entidade vagamente compreensível, por isso estão isentos.

É por isso que ladrão de galinha se lincha, e ladrão de bilhões se acha bonito.

Classe média é só o pobre que tem um carro e sempre põe mortadela no pão. Em breve ter um corcel velho na garagem será motivo para linchamento.


É o que chamo de Pobre vs Pobre.

As causas "marxistas culturais" estão nesse esquema é o viado pobre VS um nazi também lascado.
O caso da garota supostamente "racista" torcedora do gremio e seus perseguidores.


Tem outro lado nisso.

Noto que a preocupação da "turma do bem" não é com "justiça social" (isso é para eles, na melhor das hipóteses, algo secundário).

Explico: no caso da torcedora gremista muita gente (incluindo a suposta "classe pensante com  curso superior") a declarou culpada antes mesmo dela ser levada a julgamento (isso se ela for levada a julgamento).

Se a "turma do bem" tivesse alguma real preocupação com justiça, teriam pesado os dois lados da moeda ("Ela teve intenção de ofender o Aranha?", "O insulto foi direcionado ao Aranha?", etc) para chegar a uma decisão justa.

Mas não, a moça, como sabem, foi execrada publicamente.

O ponto: o que a "turma do bem" quer mesmo é se sentir bem consigo mesma. Eles gostam é de pegar qualquer um que tenha supostamente cometido um erro (não interessa se houve mesmo um erro ou não) e demoniza-lo para se sentirem moralmente superiores ao resto da "sociedade machista, racista, homofóbica,........(preencha o espaço em branco com sua "injustiça social" favorita)".

Na prática é uma forma de ostentação simbólica. É dar a si próprio um status moral, é como quem compra um carro do ano para exibir para os vizinhos. Querem esfregar na cara dos outros "eu sou melhor que vocês porque eu sou contra X", sem nem parar para pensar se X é certo ou errado ou se X realmente aconteceu.

Por isso a "turma do bem" não perde uma única oportunidade de se "sentirem bem consigo mesmos" e atacam qualquer um que dê uma brecha. É uma forma de obter status moral perante seu grupo social. Veado ganha status moral entre os gays e simpatizantes criticando cristãos. Branco de classe média ganha status moral de "não sou racista" perante outros brancos de classe média jogando pedra (reais ou virtuais) na torcedora do grêmio, e assim vai. Quanto mais revoltado você parecer com a "injustiça social", maior será o seu status.

Eles gostam de se auto-enganar e realmente acreditam que estão preocupados com "justiça social". Mas uma análise detalhada de suas ações mostra que não é bem assim.

Resumo: a preocupação é se sentir o mais foda do seu grupo. Não é com os "fracos" e "oprimidos".


Junta isso com o fato de que as pessoas estão loucas para ver sangue e temos uma epifania digna dos anjos.

Isso me lembra aquele livro do qual não me recordo o nome agora, em que todos viviam em uma sociedade perfeita mas, de certo em certo tempo, era escolhida uma pessoa randomica para a população linchar e assim todos descarregarem suas frustrações pessoais.


A história se chama The Lottery, da Shirley Jackson.

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A questão é que o pobre brasileiro não tem rancor com as classes acima da sua pelo dinheiro em especial, mas sim por tudo que representa uma clara distinção entre os dois que sinaliza algo superior e inatingível (pelo menos pra ele). Digo isso porque reparo que o populacho tem grande asco por quem demonstra ter cultura, um pouco de originalidade ou, acima de tudo, disposição para sair da multidão.

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Marcoasf escreveu:
A questão é que o pobre brasileiro não tem rancor com as classes acima da sua pelo dinheiro em especial, mas sim por tudo que representa uma clara distinção entre os dois que sinaliza algo superior e inatingível (pelo menos pra ele). Digo isso porque reparo que o populacho tem grande asco por quem demonstra ter cultura, um pouco de originalidade ou, acima de tudo, disposição para sair da multidão.


Yup.

Um bom exemplo disso é aquele sarro que se tira com quem fala português correto ou tem bom vocabulário.

Vi isso a vida inteira, às vezes comigo às vezes com outros. Enquanto a classe média ri de quem fala "aDEvogado", se tapa de nojo com quem fala "diletante", etc. Cada classe parece ter seu teto de "inteligentisse aceitável".

Ultimamente tenho trabalhado com profissionais altamente especializados, tanto em um think tank quanto na indústria. E o que notei é que: inteligentinho é o caralho, qualquer um lá é no mínimo... do mínimo... tão inteligente e culto ou bem informado quando pessoas "inteligentinhas" que eu costumava conhecer, incluindo eu mesmo.

Eles são pessoas distintas, pelo conhecimento e capacidade intelectual. E estão posicionados pela aplicação dessa capacidade.

Qualquer criatura com quem cresci, ao longo da vida, na mudança de proletário pra classe mediazinha, é um notório caipira e burraldo perto dessas pessoas.

Não foi atendendo aos caprichos de seus convivas que essa gente chegou lá, com certeza.

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Concordo com o Marcoasf. E quando falo que está surgindo um ódio contra o rico, não me refiro aos ricos milionários, é o rico comum, aquele que pode ser considerado até classe média alta.
Na visão de alguns, uma pessoa rica não pode ter um dia ruim, ficar com raiva, ter tristeza, ficar revoltada, etc. Se ela tem dinheiro, perde automaticamente o direito de reclamar de qualquer coisa.

A coisa é se declarar comunista quando ficar endinheirado, assim esse povo idiota não te vê como um "coxinha", palavra que virou moda para o verão 2014/ 15.

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Oda Mae escreveu:
Concordo com o Marcoasf. E quando falo que está surgindo um ódio contra o rico, não me refiro aos ricos milionários, é o rico comum, aquele que pode ser considerado até classe média alta.
Na visão de alguns, uma pessoa rica não pode ter um dia ruim, ficar com raiva, ter tristeza, ficar revoltada, etc. Se ela tem dinheiro, perde automaticamente o direito de reclamar de qualquer coisa.

A coisa é se declarar comunista quando ficar endinheirado, assim esse povo idiota não te vê como um "coxinha", palavra que virou moda para o verão 2014/ 15.


Olha, tem começado a fazer sentido o discurso do Charles Murray (The Bell Curve) sobre estratificação cognitiva.

Parecem haver dois tipos de pessoas, que podem ser resumidas a: usuários e desenvolvedores. Não falo só no sentido digital, mas no sentido digital seria a pessoa capaz de criar ou dar manutenção num smart phone, e o idiota que é capaz somente de usá-lo. Claro que smartphones não é a única forma de expertise. O que quero dizer é que:

O imbecil moderno se sente em pé de igualdade com quem produz inovação e conhecimento simplesmente pelo fato de conseguir utiliza-la.

Você pode ter trocentas classes sociais, mas no fundo a coisa se encaminha para uma única divisão em dois grupos: os que sabem e criam, os que não sabem e usam. Na idade da pedra seria quem é capaz de lascar uma pedra e fazer uma lança e quem só é capaz de reconhecer seu funcionamento básico e aplicar.

Na sociedade de hoje, a mera aplicação te relega a uma posição subalterna na economia. De todo aparato industrial e tecnológico, o operador é o nível mais baixo. O desenvolvedor goza e prestígio econômico seja pela demanda sobre si, quanto pela recompensa que recebe.

Isso é, não estou falando da classe mercante, que obtém seus rendimentos mediante a troca de produtos, porque isso é um nicho de pouca mobilidade: aqui para se fazer capital, é preciso ter capital.

Excluída essa hipótese é necessário ser objetivamente útil numa economia industrial fortemente influenciada pelo diferencial competitivo, entre os quais um dos mais importantes é a inovação: é um ambiente para desenvolvedores, não para usuários.

Para o operador do sistema, o usuário, o peão (de fábrica ou peão de escritório) os meandros do processo criativo e suas intrincacidades técnicas são um enigma. Ele não compreende, e não supõe da onde vem a diferença entre ele próprio e seu primo rico. Desconhecendo por completo o talento do primo rico, ele só pode supor que isso é um engano do destino, afinal julgando pelos termos que ele compreende, a diferença humana entre os dois se resume ao seu caráter - e o outro só pode ser um cuzão por lhe impor sofrimento às suas ambições e inveja dado o seu sucesso.

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É isso que me vem a mente quando vejo um asno chamando de coxinha um profissional classe B altamente qualificado e inteligente como os que estou acostumando-me a lidar.

O asno simplesmente não faz idéia, sequer imagina, que existe para saber-se as coisas que aquele sabe. E que tem que saber implementar.

Esse asno é basicamente um macaco que recebeu uma inovação, o martelo, para quebrar nozes, mas não dá-se conta de que para que martelos existam é preciso dominar a metalurgia e eles não caem do céu - ademais, por não saber disso, os outros macacos com mais nozes dão-lhe nos nervos: só pode haver uma injustiça aqui.

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Pode até ser, mas o jeito que tu fala isso dá um nojinho mesmo.

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Oda Mae escreveu:
Concordo com o Marcoasf. E quando falo que está surgindo um ódio contra o rico, não me refiro aos ricos milionários, é o rico comum, aquele que pode ser considerado até classe média alta.
Na visão de alguns, uma pessoa rica não pode ter um dia ruim, ficar com raiva, ter tristeza, ficar revoltada, etc. Se ela tem dinheiro, perde automaticamente o direito de reclamar de qualquer coisa.

A coisa é se declarar comunista quando ficar endinheirado, assim esse povo idiota não te vê como um "coxinha", palavra que virou moda para o verão 2014/ 15.


Depende. Se você for rico, mas pertencer a uma "minoria", há exceções.

Veja o caso Aranha. Ele é rico, mas como é negro automaticamente foi colocado na categoria de "minoria oprimida" pela "turma do bem", mesmo o goleiro ganhando em um mês o que qualquer um da "turma do bem" não ganharia a vida inteira.

No fundo é tudo circunstancial. Clodovil criticou o movimento gay? A "turma do bem" esqueceu na hora que ele é homossexual e o vaiou. Aranha reclamou de "racismo" para o juiz? Vítima da sociedade.

A questão não é tanto você pertencer a grupo A ou B. É seu discurso ou situação estar de acordo com o que a "turma do bem" espera. Se você é gay, não ouse criticar o movimento e seja sempre a vítima. Se você é negro, seja sempre o coitado, não importa o quanto você é podre de rico. Se você é mulher e diz que nada deve ao feminismo cale a boca porque você deve tudo ao feminismo, etc, etc, etc.

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Oda Mae escreveu:
Concordo com o Marcoasf. E quando falo que está surgindo um ódio contra o rico, não me refiro aos ricos milionários, é o rico comum, aquele que pode ser considerado até classe média alta.
Na visão de alguns, uma pessoa rica não pode ter um dia ruim, ficar com raiva, ter tristeza, ficar revoltada, etc. Se ela tem dinheiro, perde automaticamente o direito de reclamar de qualquer coisa.

A coisa é se declarar comunista quando ficar endinheirado, assim esse povo idiota não te vê como um "coxinha", palavra que virou moda para o verão 2014/ 15.


Mas ter tristeza, ficar revoltado ou ter raiva por um motivo idiota é uma bosta mesmo se você for pobre. Eu acho patético SIM um cara que não sabe o que é se foder no sol quente do busão todo dia pra estudar, trabalhar, e no final não ter grana alguma pra pagar as contas de casa, dando chiliques típicos de meninões de apartamento. Vamos convir que as pessoas ''ricas'' andam deprimindo-se por motivos beeeeeeeeeeeeem imbecis hoje em dia. Aliás, parece que quanto mais pobre, menos a pessoa se importa com besteiras. Não sei se isso também é o caso de pessoas que construiram a própria fortuna (e acredito que não seja, porque ela sofreu pra chegar onde chegou, então não vai reclamar por migalha), mas herdar dinheiro do papai é meio passo pra SWPL e ''molequice de apartamento''. E assim nascem os tão criticados por nós ''problemas de gente de primeiro mundo''.

Rico tem o direito de ficar triste? Tem. Mas tem o direito de se cortar e por foto no tumblr porque mamãe não quis dar Iphone 9 de natal? Tem o direito de chorar e brigar com a mãe porque ela não votou no PT? Ah vá..........

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Muitos argumentos válidos por aqui.

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No final das contas tudo se resume a boa e velha inveja do vizinho, seja devido ao seu patrimônio econômico, intelectual ou estético (que o digam as mulheres, "tudo bem, a fulana é bonita, mas deve ser puta").

A pessoa vê a outra e, sabe-se lá o porquê, a considera indigna daquilo que possui, e não a perdoa por isso, afinal, através de um processo dinâmico de comparação, a fez se sentir inferior.

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Radamanto escreveu:
No final das contas tudo se resume a boa e velha inveja do vizinho, seja devido ao seu patrimônio econômico, intelectual ou estético (que o digam as mulheres, "tudo bem, a fulana é bonita, mas deve ser puta").

A pessoa vê a outra e, sabe-se lá o porquê, a considera indigna daquilo que possui, e não a perdoa por isso, afinal, através de um processo dinâmico de comparação, a fez se sentir inferior.



O outro lado dessa moeda é a pessoa considerar pejorativo qualquer coisa que se diga sobre ela ou o grupo com o qual se identifica.

Hoje mesmo no facebook vi uma discussão surreal onde falavam que a palavra "dono" devia ser substituida por "tutor" porque supostamente isso denigre os animais de estimação.

Na mesma discussão bizarra falavam que quando se fala "homem" no sentido de humanidade deve-se falar "ser humano", porque "homem" supostamente pressupõe o homem como padrão e a mulher como desvio ou derivação.

Como o Kaczynski diz, se você interpreta como pejorativo qualquer coisa dita a seu respeito ou a grupos com o qual vc se identifica (mesmo vc não pertencendo a tal grupo), isso diz mais sobre os seus sentimentos de inferioridade do que sobre a pessoa que fez o comentário.

E temos aí outro aspecto do Brasil, a mania de nossas "elites pensantes" copiarem modismos intelectuais dos gringos (vcs sabem que toda essa moda de "linguagem correta" não é invenção de brasileiro) para se sentirem mais "primeiro mundo".

descriptionComo funciona o Brasil EmptyRe: Como funciona o Brasil

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