Deb Hell escreveu:Ela vai ser punida se ela for considerada culpada.
Ela não cometeu "crime de racismo". Aliás, sequer pode-se dizer que ela cometeu algum crime. Ela foi acusada de um crime o qual PODE ser culpada ou não. Se o veredicto for culpado, aí sim pode se dizer que ela cometeu um crime. Até então presume-se a inocência do acusado até que se prove o contrário. Quanto ao crime que ela está sendo acusada, este foi injúria, que é uma coisa completamente diferente de racismo. Isso tudo é o básico de direito penal.
Claro que aqui no Brasil as coisas são diferentes. O acusado já é considerado culpado pelos histéricos de facebook antes mesmo do julgamento.
Eu não sou advogada, e nem juiza Daniel. Não preciso ter uma postura imparcial, e nem polida baseada nas Leis para favorecer meus argumentos. Ainda posso julgar de acordo com as convicções pessoais, (e até gosto de ter esse depreendimento) feliz/infelizmente a democracia nos favorece.
Que ela foi infeliz, ainda que seja no calor do jogo, isso é óbvio, mais a questão em si é a hipocrisia alheia, tanto da massa (influenciada diretamente pelos meios de comunicação e sem o mínimo esforço de julgarem por si), quanto do goleiro (que perdeu o Direito de se sentir ofendido, quando se beneficiou da desgraça da Gremista).
Uma coisa é pensar como advogado, outra é pensar como ser humano. Os argumentos terão motivações totalmente distintas.
Mais enfim.. eu sou TRICOLOR paulista, e simpatizo com o Grêmio.
Deb, eu próprio estava certo de que não havia dúvidas quanto ao "crime" da moça até me explicarem que a coisa não é bem assim.
Isso me deu uma nova perspectiva não apenas sobre este caso, mas também sobre o que é "ofensivo" ou não no geral.
Conclui que, se em casos como esse não tomarmos a lei como parâmetro, qualquer discussão é inócua e fica apenas no "ela foi racista, tem que ser punida" ou "ela já sofreu demais". Em suma, vira achismo puro.
Entende? O problema é que os animais de internet querem discutir a coisa sem base alguma, tomando apenas seu subjetivismo como critério, e pior de tudo, achando que seu subjetivismo corresponde ao que a lei diz.
A grande vantagem é que conhecer a lei te torna praticamente invencível na discussão quando os idiotas confundem a própria subjetividade e emocionalismo com a lei (você não tem ideia do quanto isso é comum). Desde que tomei um curso rápido de direito penal no quesito crimes de injúria qualificada coloquei muito mané no seu devido lugar. Por mais que ele insista no argumento dele, mesmo após ter sido refutado, é só falar "quer dizer que você está discordando da lei"?
A imagem abaixo representa o cérebro dos manés após tomarem uma surra jurídica.
Última edição por Dr. D em 13/09/14, 01:16 am, editado 8 vez(es)