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Fórum para homens a moda antiga


Era do tédio ou idade do tédio?

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Eu estou aqui sem saber se sou eu que estou resistindo a efeitos colaterais inescapáveis da vida adulta, ou se são nossos tempos.

A segunda década desse milênio tem sido marcada por tédio e letargia.

Lembra quando não havia internet? As pessoas tinham uma inquietude. Era sob a forma de energia a ser gasta, e não era realmente complicado - nenhuma forma - de botar um uso para ela. Um convite aos amigos para se embrenhar no mato de bicicleta logo virava um hábito, um programa regular - o que mais iria se fazer, ver Faustão? Ninguém fazia idéia do que era downhill, apenas fazia.

O mesmo para quem gostava de música. Por aqui tínhamos o Sunday In Rock, como apelidamos. Fardos e fardos de bebida, se montava uma bateria e amplificadores no quintal de alguém, e o dia inteiro era bebendo e tocando - uns melhor que outros mas todos se divertiam.

Mas isso tudo eram entre 10 a 20 anos atrás em minha vida.

Por um lado certamente há a questão da idade. As pessoas se tornam chatas e indispostas a qualquer forma de diversão que implique levantar a bunda do sofá. Meu padrinho costuma dizer que antigamente se ficava velho mais cedo - o pai dele aos 35 era velho (agia como velho), já ele, aos 50, não chegou à velhice que o pai dele chegou aos 35. Penso que meu padrinho não se propôs ainda, para ver o desafio que é, juntar 10 pessoas para fazer algo divertido. Um churrasco que seja, não é iniciado com o povo chegando com cerveja e carvão, nervoso para fazer zoeira, e sim chegando arrastando um fardo de cerveja como se estivesse carregando um saco de cimento (o vigésimo do dia, com o lombo cansado já).

Esse cansaço é realmente físico e mental... ou por acaso o "músculo da euforia" se tornou flácido nessa gente?

De outro lado também, boa sorte tentando arrancar a cara das pessoas da telinha do celular. Uma marca de cerveja do RS chegou a inventar um daqueles "isopores pra cerveja" (que os bares botam as garrafas dentro) que causa interferência e mal funcionamento do celular: pra ver se as pessoas conversam em vez de ficar com a cara no facebook.



Meu hobby é música então esse caso conheço bem. Liguei para um antigo professor de guitarra meu solicitando algum aluno que estivesse já encaminhado, pra integrar uma banda conosco. Sonho de todo guitarrista da minha época: baixista, baterista e vocalista à mão, só faltando ingressar. Me diz ele: "Olha, vai ser difícil. O perfil dos meus alunos mudou muito nos últimos cinco anos. Não tem mais gurizada. São tudo acima de 50... queriam tocar quando jovens mas não dava, e agora estão correndo atrás do sonho. A maioria mal consegue tempo pra vir às aulas então não sei se algum deles se dispõe a ensaios e etc".

Outro dia meu primo de 18 anos me perguntou se eu conhecia Motorhead. "Bem antiga mas muito boa essa banda". Dei risadas, é claro que eu conheço. De onde ELE conhecia? Um jogo chamado "Guitar Hero". Eis, o vilão. De um lado a meninada está conhecendo Deep Purple e Creedence. De outro, ao invés de estar conhecendo porque estão aprendendo a tocar as músicas deles, sua interação com essas músicas é através de um "joystick"  que mais parece um brinquedo da Hotweels.

Era do tédio ou idade do tédio? Guitarra-Infantil-Luxo-Hot-Wheels-cod-28683-1
(Dei uma dessas pro meu afilhado de 1 ano...)

Eu não sei se sou eu ou se são os outros.

Pode ser que eu esteja me "recusando a crescer", e estou mesmo, na extensão do que "crescer" seja entendido como "tornar-se um chato" que não quer fazer nada.

Mas me concedo o benefício da dúvida. Tem algo de muito errado quando um contingente de pessoas relativamente jovens e saudáveis prefere ficar com a cara enfiada numa telinha de LCD do que fazer qualquer coisa que requeira a) sair de casa; b) estar com pessoas; c) se movimentar um pouco.

O que mais me chama a atenção é como essas "diversões" de ultimamente, são vazias de gratificação. Depois que deletei praticamente tudo que é rede social da minha vida me dei conta de uma coisa: o tempo gasto nelas nunca retornava um resultado apreciável. Posso passar 30 noites dentro do estúdio que ao final tenho uma música pra mostrar. Posso me enfurnar na marcenaria que ao final, há um objeto sólido e belo concluído. Posso me embrenhar de bicicleta, moto ou carro no interior, e ver paisagens (e se eu quiser, bater fotos dela para me recordar - fotos que eu não irei postar em redes sociais, que tirei pra mim e para quem participou da pequena "aventura").

Se me enfurnar no facebook o máximo que tiro disso é estar por dentro do último "meme" (o primo pobre da piada: já notaram que a molecada não sabe contar e nem memoriza mais piadas?)

E agora me lembro daquela teoria de que a moda de zumbis colou porque mostra um mundo onde a morte é algo real, e as pessoas precisam se virar. Sei não. Acho que a moda de zumbis colou não porque os sobreviventes reflitam um anseio das pessoas - mas porque os zumbis reflitam seu próprio estado. Um tipo de identificação subliminar com a zumbizada que as pessoas não conseguem notar, e não admitiriam - mas de algum modo, se identificam.

"Muuuuuuuuuuuuuuuust........... eeeeeeeeeeeeeeeeat.... bwaaaaaaaaaaaaaaain...."

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Nosso colega de comunidade é um homem de talento, pela capacidade de observação.

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O mundo moderno já não tem mais tabus com relação ao Sexo. Aliás, é incentivado e visto como coisa positiva. Mas há outros dois impedimentos sociais, que as pessoas não gostam de falar: da morte e do tédio.

Com relação ao tédio, ele ocorre mais frequentemente em pessoas inteligentes, porque percebem que as coisas tendem a se repetir indefinidamente. Pessoas burras se alegram em saber que um dia anterior será igual ao de hoje e que elas terão 100% de certeza do que ocorrerá, se sentirão seguras.

O mundo moderno é chato. Ele consiste em repetir sempre as mesmas coisas da mesma forma, vide "Mundo Moderno" de Charles Chaplin. Não há mais as Américas para descobrir, ou a Ásia.

Nosso amigo quer emoção? Viaje, faça alguma luta, mas, principalmente, cerque-se de pessoas interessantes.

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A ESA não surgiu à toa (aposto), aqui só tem tem moços e moças legais.



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Rant Casey escreveu:
Eu estou aqui sem saber se sou eu que estou resistindo a efeitos colaterais inescapáveis da vida adulta, ou se são nossos tempos.

A segunda década desse milênio tem sido marcada por tédio e letargia.

Lembra quando não havia internet? As pessoas tinham uma inquietude. Era sob a forma de energia a ser gasta, e não era realmente complicado - nenhuma forma - de botar um uso para ela. Um convite aos amigos para se embrenhar no mato de bicicleta logo virava um hábito, um programa regular - o que mais iria se fazer, ver Faustão? Ninguém fazia idéia do que era downhill, apenas fazia.


São nossos tempos. A letargia que as pessoas tem para levantar a bunda do sofá é proporcional a disposição que elas tem para guerrear no facebook.

Como sou metido a escritor, passo um bom tempo trabalhando na frente do PC. Entre um parágrafo e outro de minhas histórias, gosto de fuçar o facebook para trazer aqueles links que espalham dor e sofrimento entre os arcaicos deste fórum. É impressionante como o povo no facebook gosta de GUERREAR. Vcs acham que o Orkut tinha muita baixaria nas comunidades? Quem acha isso do orkut é pq não conhece o facebook.

Cara, não sei nem como te explicar. Aquelas discusssões que tinhamos na OLODM, quando vc e eu enfrentávamos sozinhos o Mó Humilde, o Osvaldo, o Travis e tantos outros é coisa de amador perto da insanidade que domina o face hj, e sem perfis falsos.

A coisa no face virou uma intolerância de fazer inveja ao Estado Islâmico. “Vc prefere verde e eu azul? Vou te deletar e te bloquear!”. Eu mesmo já fui deletado e bloqueado por gente que conhecia há anos por bobagens.

Vc deve lembrar do Gabriel Vince. Ele era membro das antigas na RM e ESA Orkut e um cara super gente fina. Ele foi excluído por uma amiga apenas porque não colocou aquelas cores de arco-iris na foto do perfil dele quando saiu a notícia de que os EUA legalizaram o casamento gay.

https://www.facebook.com/AventurasnaJusticaSocial/photos/a.843792439035607.1073741836.827240997357418/857257704355747/?type=1&__mref=message_bubble

O que aconteceu com ele ficou tão famoso que foi parar no “Aventuras na Justiça Social”. Eu já tinha visto o print no perfil dele e a coisa viralizou e parou na página do “Aventuras....”

Essa moça, uma amiga minha, fez uma boa análise da diferença entre o Orkut e o Facebook, e como as pessoas parecem ter enlouquecido ao migrarem para o face.
https://www.facebook.com/byleona/posts/1162794557070687?pnref=story

O ponto onde eu quero chegar é que a forma que as pessoas inventaram de fugir do tédio e dar vazão a inquietude foi ficar de baixaria e discussões umas com as outras no facebook. É um clube da luta virtual e sem regras.

E tbm não acho que tem a ver com a idade. A baixaria é geral e tem gente de tudo que é idade que prefere guerrear por causa de impeachment da Dilma, casamento gay ou qualquer outro assunto do momento no facebook a se reunir e fazer um churrasco.

Rant Casey escreveu:

Se me enfurnar no facebook o máximo que tiro disso é estar por dentro do último "meme" (o primo pobre da piada: já notaram que a molecada não sabe contar e nem memoriza mais piadas?)

E agora me lembro daquela teoria de que a moda de zumbis colou porque mostra um mundo onde a morte é algo real, e as pessoas precisam se virar. Sei não. Acho que a moda de zumbis colou não porque os sobreviventes reflitam um anseio das pessoas - mas porque os zumbis reflitam seu próprio estado. Um tipo de identificação subliminar com a zumbizada que as pessoas não conseguem notar, e não admitiriam - mas de algum modo, se identificam.

"Muuuuuuuuuuuuuuuust........... eeeeeeeeeeeeeeeeat.... bwaaaaaaaaaaaaaaain...."


Hehehehe,

O cineasta George Romero, o pai dos filmes de zumbis, faz uma observação parecida que marquei em negrito em seu filme “O Despertar dos Mortos”, de 1978. A cena é de um grupo de sobreviventes que busca refúgio num shopping.

Vá aos 1:50 da cena. Tem um diálogo que é uma crítica ao que hoje chamamos de SWPL.

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Quando o homem busca coisas como "paz", "harmonia" e "equilíbrio" já está velho.

A aflição é necessária para manter-se jovem.

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Artes marciais e coisas assim ajudam, mas não resolvem. Treinos envolvem obrigatoriedade e disciplina, porém, há momentos que você só quer gastar o tempo ocioso com a galera se divertindo de forma bastante livre.

O problema é que a merda que vivemos só vai piorar com o ciclo geracional. Imaginem, vocês sentem falta de algo porque viveram um tempo de diversão genuína. Já para a nova geração a tela LCD + tédio serão quase que a regra, então eles estarão muito mais conformados (imunes) com isso e com muita pouca energia para alterar isso. Parece que o apocalipse zombie não será como pensávamos kkk

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Radamanto escreveu:
Quando o homem busca coisas como "paz", "harmonia" e "equilíbrio" já está velho.

A aflição é necessária para manter-se jovem.


Pode-se dizer que a sociedade é que está velha.

Vivemos numa época onde as pessoas tem uma obsessão por segurança. "Tenha um bom emprego", "não se arrisque", "não faça isso, não faça aquilo". E isto é algo que ouvimos desde cedo.

Não faça nada diferente daquilo que é esperado.

Pode-se objetar e dizer que todas as sociedades sempre foram assim. Mas essa obsessão por segurança me parece mais forte hj do que nunca.

Ragnar Lothbrok escreveu:
Artes marciais e coisas assim ajudam, mas não resolvem. Treinos envolvem obrigatoriedade e disciplina, porém, há momentos que você só quer gastar o tempo ocioso com a galera se divertindo de forma bastante livre.


Segundo o Jack Donovan, artes marciais e semelhantes hj não resolvem pq é uma atividade sem um propósito.

Para que vc vai treinar artes marciais? Não é como vc estivesse na China e precisasse saber lutar para se defender de invasores.

Este é um dos motivos pelo qual não faço tantos exercícios físicos quanto deveria. Não vejo muito propósito em levantar peso apenas por levantar, ou para ficar sarado ou coisa do tipo.

A atividade física precisa de um propósito, de umn objetivo.

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No face não entro muito em grupos e tento manter o mínimo de "amigos" possível. tenho 100 e ainda acho muito.

Faço o máximo possível pra não ter crentes e adolescentes adicionados. A cultura de vitimismo é rampante.

O Brasileiro é desesperado e fica postando coisas como se vivesse permanentemente na batalha de Stalingrado.

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Joe escreveu:
Radamanto escreveu:
Quando o homem busca coisas como "paz", "harmonia" e "equilíbrio" já está velho.

A aflição é necessária para manter-se jovem.


Pode-se dizer que a sociedade é que está velha.

Vivemos numa época onde as pessoas tem uma obsessão por segurança. "Tenha um bom emprego", "não se arrisque", "não faça isso, não faça aquilo". E isto é algo que ouvimos desde cedo.

Não faça nada diferente daquilo que é esperado.

Pode-se objetar e dizer que todas as sociedades sempre foram assim. Mas essa obsessão por segurança me parece mais forte hj do que nunca.

Ragnar Lothbrok escreveu:
Artes marciais e coisas assim ajudam, mas não resolvem. Treinos envolvem obrigatoriedade e disciplina, porém, há momentos que você só quer gastar o tempo ocioso com a galera se divertindo de forma bastante livre.


Segundo o Jack Donovan, artes marciais e semelhantes hj não resolvem pq é uma atividade sem um propósito.

Para que vc vai treinar artes marciais? Não é como vc estivesse na China e precisasse saber lutar para se defender de invasores.

Este é um dos motivos pelo qual não faço tantos exercícios físicos quanto deveria. Não vejo muito propósito em levantar peso apenas por levantar, ou para ficar sarado ou coisa do tipo.

A atividade física precisa de um propósito, de umn objetivo.



Indisposição para o prazer ou para atividades construtivas, para mim cabe perfeitamente na definição de Tomás de Aquino para "acídia".

Condensou ele na frase: "O asno ressente-se do que lhe faz bem."

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Rant Casey escreveu:
Joe escreveu:
Radamanto escreveu:
Quando o homem busca coisas como "paz", "harmonia" e "equilíbrio" já está velho.

A aflição é necessária para manter-se jovem.


Pode-se dizer que a sociedade é que está velha.

Vivemos numa época onde as pessoas tem uma obsessão por segurança. "Tenha um bom emprego", "não se arrisque", "não faça isso, não faça aquilo". E isto é algo que ouvimos desde cedo.

Não faça nada diferente daquilo que é esperado.

Pode-se objetar e dizer que todas as sociedades sempre foram assim. Mas essa obsessão por segurança me parece mais forte hj do que nunca.

Ragnar Lothbrok escreveu:
Artes marciais e coisas assim ajudam, mas não resolvem. Treinos envolvem obrigatoriedade e disciplina, porém, há momentos que você só quer gastar o tempo ocioso com a galera se divertindo de forma bastante livre.


Segundo o Jack Donovan, artes marciais e semelhantes hj não resolvem pq é uma atividade sem um propósito.

Para que vc vai treinar artes marciais? Não é como vc estivesse na China e precisasse saber lutar para se defender de invasores.

Este é um dos motivos pelo qual não faço tantos exercícios físicos quanto deveria. Não vejo muito propósito em levantar peso apenas por levantar, ou para ficar sarado ou coisa do tipo.

A atividade física precisa de um propósito, de umn objetivo.



Indisposição para o prazer ou para atividades construtivas, para mim cabe perfeitamente na definição de Tomás de Aquino para "acídia".

Condensou ele na frase: "O asno ressente-se do que lhe faz bem."


O prazer de uma atividade está tbm no objetivo. Se o exercício físico fosse uma atividade construtiva  e prazerosa em si mesma, pedreiro carregaria sacos de cimento de graça.

O exercício físico no máximo é um paliativo. Mas não resolve a angústia moderna, seja do praticante assíduo como o Ragnar (ele próprio já observou que não resolve), seja do praticante mais relapso como eu.

Nesse blog tem um trecho do ensaio "Train for Honor", do Jack Donovan, publicado no seu "Sky Without Eagles":

"Why bother?

"Given the investment of time and the potential loss of productivity, I think it's important to think about your motivation.  What reasons can justify working to become physically stronger or faster or more agile or more skillful than necessary to be 'fit enough' to survive in the modern environment?

"One could argue that the modern, First World lifestyle is unsustainable.  As any evolutionary biologist would point out, environments change, and part of being 'fit enough' means being able to survive potential changes to your environment.  It's naive to assume that things will always be as they are now.

"....Martial arts training is the manliest kind of training, because its end is directly related to the primary role of men---fighting and defending.  

"...A man can train to attract women, but men will admire him more if he trains to scare other men.  

"...Acting and behaving 'as if' brings me to the conclusion I finally reached in my own search for a higher, better reason for spending so many hours of my life in the gym, maintaining and improving my dying body.  

"I train for honor.

"I train because I refuse to be a soft ambassador of this Age of Atrophy.  And I refuse to be a shuffling, slobbering, potato chip gobbling evidence of modern decay.

"I refuse to be 'Exhibit A.'

"...The athletic potential of the male body is wasted on the modern world.  The best of us occupy ourselves by training to perform tricks and play games, but our bodies are built for work and for action.  Men are capable of Herculean labors, and the male machine wants, at the apex of its potential, to be hurled in a warp spasm of muscular inertia at danger and, ultimately, death.  

"I don't train to be 'fit enough' for the modern world, or to gain the esteem of the average modern man.  I train because somewhere in my DNA there's a memory of a more ferocious world, a world where men could become what they are and reach the most terrifyingly magnificent state of their nature.  I don't train to impress the majority of modern slobs.  I train to be worthy enough to *carry water* for my barbarian fathers, and to be worthy of the company of men most like them alive today..."


http://bastiatblogger.blogspot.com.br/2014/06/donovan-on-training.html

O Donovan em resumo argumenta que temos que treinar como uma forma de revolta contra o mundo moderno. Porém, ele reconhece que a falta de desafios é um problema para o homem no mundo moderno. Por ex: por mais que vc treine pensando nos seus ancestrais que precisavam carregar aguas em baldes do poço até a sua casa (essa é a essência do "train for honor", treine para honrar a memória de seus antepassados), é muito improvável que a maioria de nós se veja em tal situação (a menos que venha o apocalipse zumbi).

Veja a que ponto as coisas chegaram: treinar imaginando uma situação hipotética que vc provavelmente nunca terá de enfrentar é a mesma coisa que o sujeito transar com uma mulher, mas pensando noutra.

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Rant Casey escreveu:
Joe escreveu:
Radamanto escreveu:
Quando o homem busca coisas como "paz", "harmonia" e "equilíbrio" já está velho.

A aflição é necessária para manter-se jovem.


Pode-se dizer que a sociedade é que está velha.

Vivemos numa época onde as pessoas tem uma obsessão por segurança. "Tenha um bom emprego", "não se arrisque", "não faça isso, não faça aquilo". E isto é algo que ouvimos desde cedo.

Não faça nada diferente daquilo que é esperado.

Pode-se objetar e dizer que todas as sociedades sempre foram assim. Mas essa obsessão por segurança me parece mais forte hj do que nunca.

Ragnar Lothbrok escreveu:
Artes marciais e coisas assim ajudam, mas não resolvem. Treinos envolvem obrigatoriedade e disciplina, porém, há momentos que você só quer gastar o tempo ocioso com a galera se divertindo de forma bastante livre.


Segundo o Jack Donovan, artes marciais e semelhantes hj não resolvem pq é uma atividade sem um propósito.

Para que vc vai treinar artes marciais? Não é como vc estivesse na China e precisasse saber lutar para se defender de invasores.

Este é um dos motivos pelo qual não faço tantos exercícios físicos quanto deveria. Não vejo muito propósito em levantar peso apenas por levantar, ou para ficar sarado ou coisa do tipo.

A atividade física precisa de um propósito, de umn objetivo.



Indisposição para o prazer ou para atividades construtivas, para mim cabe perfeitamente na definição de Tomás de Aquino para "acídia".

Condensou ele na frase: "O asno ressente-se do que lhe faz bem."


O prazer de uma atividade está tbm no objetivo. Se o exercício físico fosse uma atividade construtiva  e prazerosa em si mesma, pedreiro carregaria sacos de cimento de graça.

O exercício físico no máximo é um paliativo. Mas não resolve a angústia moderna, seja do praticante assíduo como o Ragnar (ele próprio já observou que não resolve), seja do praticante mais relapso como eu.

Nesse blog tem um trecho do ensaio "Train for Honor", do Jack Donovan, publicado no seu "Sky Without Eagles":

"Why bother?

"Given the investment of time and the potential loss of productivity, I think it's important to think about your motivation.  What reasons can justify working to become physically stronger or faster or more agile or more skillful than necessary to be 'fit enough' to survive in the modern environment?

"One could argue that the modern, First World lifestyle is unsustainable.  As any evolutionary biologist would point out, environments change, and part of being 'fit enough' means being able to survive potential changes to your environment.  It's naive to assume that things will always be as they are now.

"....Martial arts training is the manliest kind of training, because its end is directly related to the primary role of men---fighting and defending.  

"...A man can train to attract women, but men will admire him more if he trains to scare other men.  

"...Acting and behaving 'as if' brings me to the conclusion I finally reached in my own search for a higher, better reason for spending so many hours of my life in the gym, maintaining and improving my dying body.  

"I train for honor.

"I train because I refuse to be a soft ambassador of this Age of Atrophy.  And I refuse to be a shuffling, slobbering, potato chip gobbling evidence of modern decay.

"I refuse to be 'Exhibit A.'

"...The athletic potential of the male body is wasted on the modern world.  The best of us occupy ourselves by training to perform tricks and play games, but our bodies are built for work and for action.  Men are capable of Herculean labors, and the male machine wants, at the apex of its potential, to be hurled in a warp spasm of muscular inertia at danger and, ultimately, death.  

"I don't train to be 'fit enough' for the modern world, or to gain the esteem of the average modern man.  I train because somewhere in my DNA there's a memory of a more ferocious world, a world where men could become what they are and reach the most terrifyingly magnificent state of their nature.  I don't train to impress the majority of modern slobs.  I train to be worthy enough to *carry water* for my barbarian fathers, and to be worthy of the company of men most like them alive today..."


http://bastiatblogger.blogspot.com.br/2014/06/donovan-on-training.html

O Donovan em resumo argumenta que temos que treinar como uma forma de revolta contra o mundo moderno. Porém, ele reconhece que a falta de desafios é um problema para o homem no mundo moderno. Por ex: por mais que vc treine pensando nos seus ancestrais que precisavam carregar aguas em baldes do poço até a sua casa (essa é a essência do "train for honor", treine para honrar a memória de seus antepassados), é muito improvável que a maioria de nós se veja em tal situação (a menos que venha o apocalipse zumbi).

Veja a que ponto as coisas chegaram: treinar imaginando uma situação hipotética que vc provavelmente nunca terá de enfrentar é a mesma coisa que o sujeito transar com uma mulher, mas pensando noutra.


Joe, as competições de artes marciais são cada vez mais difíceis e complexas. Requerem muito treino e inteligência. Seu adversário é alguém como você.

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Saca só pra ver se a vida desse cara é monótona:

Principais Conquistas:

Campeão Mundial (2013 marrom peso e absoluto, 2012 & 2011 roxa)
Campeão Pan Americano (2013 marrom, 2012 roxa)
Campeão Europeu (2013 marrom)
Campeão Brasileiro (2013 marrom peso & absoluto, 2012 roxa)
Campeão Brasileiro Sem Kimono (2012 marrom)
2 Lugar no Mundial (2012 roxa absoluto)
2 Lugar no Pan Americano (2013 marrom absoluto)
3 Lugar no Pan Americano (2012 roxa absoluto)
3 Lugar no Europeu (2013 marrom absoluto)
3 Lugar no Brasileiro Sem Kimono (2013 marrom absoluto)

Posição/Técnica Favorita: Berimbolo

Categoria de peso: Pluma (64kg/141lbs )

Academia: PSLPB Cicero Costha
Biografia de Paulo Miyao

Paulo Miyao nasceu no dia 11 de Maio de 1991 na cidade Andirá, cidade do Paraná – Brazil, juntamente com seu irmão gêmeo João Miyao, sendo descendentes de 3ª geração Japonesa, filhos de um agricultor e uma domestica.

Os dois começaram nas artes marciais pelo Judô, mas aos 16 anos encontraram o Jiu Jitsu e nunca mais pararam. O seu primeiro professor foi Adriano Carvalho, que cedo reconheceu o talento dos dois meninos e os incentivou a treinar e lutar mais regularmente. Com o bichinho do Jiu Jitsu crescendo os irmãos decidiram que queriam se tornar lutadores de Jiu Jitsu profissionais, e assim que ganharam a maioridade se mudaram para São Paulo (contra a vontade de seus pais) para ficarem mais proximos de seu sonho.

Em São Paulo os irmãos Miyao encontratam sua casa na academia-projeto social de Cícero Costha, a PSLPB (Projeto Social Lutando Pelo Bem). Vivendo dentro da academia juntamente com outros atletas os irmãos começaram ganhando muitos campeonatos focando muitas de suas tecnicas no jogo dos irmãos Mendes (Guilherme e Rafael). As suas guardas afiadas e o fato dos irmãos Miyao medalharem consistentemente nos maiores torneios do mundo na categoria absoluto pesando apenas 64 kilos trouxe bastante curiosidade dos mídia ao duo Paranaense, com essa curiosidade/reconhecimento vieram os patrocínios necessários para que os irmãos Myiao lutassem pelo mundo fora.

Apesar de Paulo Miyao ter recebido a faixa marrom antes de João (em 2012), os dois acabaram recebendo a almejada faixa preta em Junho de 2013 logo após a vitória de Paulo Miyao no absoluto do Mundial de Jiu Jitsu, onde derrotou nada mais, nada menos que Keenan Cornelious, considerado o melhor faixa marrom de sua geração (até então).

Fonte: http://www.bjjheroes.com/pt-br/lutador/paulo-miyao

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http://www.cenasurf.com.br/jiu-jitsu-surf/

Rickson Gracie vs Integrante de gangue havaiana (Byron Amona)

descriptionEra do tédio ou idade do tédio? EmptyRe: Era do tédio ou idade do tédio?

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Acho que entendo o Joe. Não é questão de lutar ser útil ou fazer bem. É tão bom quanto construir um Bunker para caso estoure a terceira guerra mundial...

Nesse ponto sua dimensão é mais simbólica do que concreta, mas um simbolismo que Kaczinsky caracterizaria como "Atividade Acessória", ou seja, coisas que a gente inventa para satisfazer uma necessidade acima de tudo abstrata, devido a viver numa sociedade industrial em que as necessidades mais imediatas - e que conferem maior autonomia do ponto de vista do Ciclo de Poder dele - são já garantidas.

****

Notem, no entanto, que o tema do tópico não é precisamente sobre um tipo de bundamolização sobrevivencial do homem. Não no sentido do Ted.

Sob esse ponto de vista eu sou tão bunda mole quanto os conhecidos do qual estou me ressentindo.

O tópico fala mais - eu acho, porque não creio que tenho domínio do tema - sobre uma espécie de apatia generalizada em algumas classes ou faixas de idade, ou sobre nossa época: uma em que atividades acessórias de outrora, que envolviam contato humano e algum tipo de esforço ainda que lúdico, são substituídas por atividades anti sociais (redes (anti)sociais, games, aplicativos no telefone etc).

Muito se fala sobre isso. A princípio parece uma preocupação pra savants ou tipos mais pensadores, mas não é nada raro em conversas casuais com gente comum ouvir o seguinte: "As crianças hoje não brincam como a gente... não sobem em árvore, etc", e normalmente a conclusão é "também, hoje em dia é tão perigoso nas ruas, a gente foi criado em outra época (ou no interiorão)"...

Em parte é verdade.

Mas é só isso? Não sei. Imagino que não é fácil fazer um moleque tirar a cara do tablet e trocar a gratificação imediata de um game ou de um "like" no facebook, pelo árduo trabalho de iniciar um hobby - seja montar miniaturas, aprender um instrumento, dedicar-se a fazer uma atiradeira.

Percebi com certo espanto outro dia que cada vez vejo menos campinhos de futebol. Não se joga mais pelada numa cidade de 60 mil habitantes como a minha?! Em compensação criança com bugiganga eletrônica.

Um domingo recente desses, na casa de minha namorada, antes do almoço em família, eu entediado observava as duas sobrinhas dela brincando. Com tablet. Mandei as meninas pedirem uma tesoura e umas folhas de papel pra avó (não precisaram pedir, a avó já tinha isso disponível num móvel pra elas, elas apenas não mexiam), e sentei com as duas e uma tesoura. Dobramos folhas, e então cortei bonecos que depois de desdobradas a folha eram vários de mão dada. Aí pediam cachorrinho. Coraçãozinho. Fizemos óculos de papel para botar nelas. Estavam maravilhadas - parecia que tinham descoberto a América (quer dizer que dá pra se divertir com uma tesoura e uma folha de papel?!). Eu fiquei um tanto incomodado. E torcendo que minha namorada não pare com o anticoncepcional sem me avisar, né... porque essa de "olha como ele leva jeito com criança"... rs

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Rant Casey escreveu:

Um domingo recente desses, na casa de minha namorada, antes do almoço em família, eu entediado observava as duas sobrinhas dela brincando. Com tablet. Mandei as meninas pedirem uma tesoura e umas folhas de papel pra avó (não precisaram pedir, a avó já tinha isso disponível num móvel pra elas, elas apenas não mexiam), e sentei com as duas e uma tesoura. Dobramos folhas, e então cortei bonecos que depois de desdobradas a folha eram vários de mão dada. Aí pediam cachorrinho. Coraçãozinho. Fizemos óculos de papel para botar nelas. Estavam maravilhadas - parecia que tinham descoberto a América (quer dizer que dá pra se divertir com uma tesoura e uma folha de papel?!). Eu fiquei um tanto incomodado. E torcendo que minha namorada não pare com o anticoncepcional sem me avisar, né... porque essa de "olha como ele leva jeito com criança"... rs


A tesoura era sem ponta? Razz

Vira e mexe tenho essas discussões com colegas de trabalho. E sempre termina com o "hoje é mais perigoso". O caralho que é mais perigoso. Isso aqui nunca foi uma Islândia, o nosso país sempre foi dominado pela violência, o que mudou é que todo e qualquer celular tem câmera, e apenas em cinco minutos alguém pode postar um vídeo na internet que viraliza em outros cinco.

Com treze anos eu fazia dinheiro levando uma menininha que tinha retardo mental à escola. Essa geração de hoje, aos treze, é levada até a porta da escola. Mal sabem as mamães e os papais corujas que há chances de a filhinha estar chupando pica no banheiro e o filhinho fumando maconha em algum canto.

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Sobre a apatia, vejo-a generalizada em todos nós, mas com mais força nos mais novos, o que era de se esperar, já que eles têm uma infância com atividades diferentes da nossa.

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NicolasPK escreveu:
Sobre a apatia, vejo-a generalizada em todos nós, mas com mais força nos mais novos, o que era de se esperar, já que eles têm uma infância com atividades diferentes da nossa.


E qual a opinião dos confrades arcaicos sobre o campo de guerra virtual que as redes (anti) sociais viraram? O que as pessoas tem de apatia no mundo real elas tem de fúria no facebook.

É incrível a disposição do povo para brigar por trivialidades na internet. Se toda essa energia fosse empregada para protestar nas ruas, os grandes centros urbanos já teriam sido consumidos em chamas.

Pergunto pq me parece que as pessoas estão substituindo a vida real pela virtual. Tudo o que Rant observou que falta nas pessoas no mundo real, vc encontra no mundo virtual, só que numa versão muito piorada.

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Essa imagem me lembrou o que Rant disse sobre os SWPL se identificarem inconscientemente com zumbis.

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Há 4 anos lembro de ter informado aos meus alunos de 7o ano, fãs de The Walking Dead, que os zumbis eram eles.

Isso que o joe escreveu (pessoas "ativas" e "interessadas" quando virtuais,  zumbificadas na vida material), me fez lembrar o enredo de um filme com bruce willis chamado "Surrogates". Na historia as pessoas permaneciam dopadas em suas camas, enquanto seus duplos sintéticos faziam o trabalho sujo de viver.

A obsessão por segurança deve ser o motivo, mas tambem o resultado da interação virtual que se alastrou nas ultimas decadas. (A bolacha vende mais porque é fresquinha ou é fresquinha porque vende mais?)

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StellaMaris escreveu:
Há 4 anos lembro de ter informado aos meus alunos de 7o ano, fãs de The Walking Dead, que os zumbis eram eles.

Isso que o joe escreveu (pessoas "ativas" e "interessadas" quando virtuais,  zumbificadas na vida material), me fez lembrar o enredo de um filme com bruce willis chamado "Surrogates". Na historia as pessoas permaneciam dopadas em suas camas, enquanto seus duplos sintéticos faziam o trabalho sujo de viver.

A obsessão por segurança deve ser o motivo, mas tambem o resultado da interação virtual que se alastrou nas ultimas decadas. (A bolacha vende mais porque é fresquinha ou é fresquinha porque vende mais?)


Boa comparação essa com o filme Surrogates.

Sobre quem veio primeiro, o ovo ou a galinha: alguns meses atrás estive em Frederico Westphalen-RS por razões profissionais. Fiquei uma semana lá.

Lugar agradável e tranquilo. Você pode sair para dar uma volta sem medo.

Lendo esse tpc percebi algo que não tinha percebido antes. Nas mesas de bar, restaurantes e nas ruas não havia ninguém com a cara enterrada em tablets ou smartphones. As pessoas estavam conversando uma com as outras.

Portanto, diria que a obsessão por segurança, principalmente nos grandes centros urbanos, é o que levou as pessoas a se enclausurarem no mundo virtual.

Última edição por Joe em 30/08/15, 04:28 am, editado 1 vez(es)

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O zeitgeist dessa época

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O tal folclore dos zumbis é nada mais nada menos do que uma analogia bastante clara da nossa vida social.
Os zumbis são pessoas que não sabem falar ou se expressar, só sabem grunhir e gemer, andam por aí sem rumo nem objetivo, com apenas um instinto de transformar outras pessoas saudáveis em zumbis, forçadamente. Apenas instinto, não há sentimentos, apenas egoísmo.
Aos que ainda resistem, precisam se esconder, se unir, para continuarem com seu direito de pensar e falar, de criar e de manter seus princípios intactos. Os vivos, vivem a fugir dos mortos, por isso se excluem e se sentem sozinhos na multidão.
O que vemos são espécies de mortos vivos, andando, com sentimentos artificiais plantados por outras pessoas que fingem saber o que é amor, o que é compaixão ou quaisquer outras virtudes e capacidades.
O apocalipse zumbi está entre nós, e não há cura, pois o vírus funciona como as ideologias, se alastram facilmente, e é quase impossível retirar da mente de alguém.
Estar respirando, não significa que você está realmente vivo.

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Tá foda mesmo. Eu me amarro em jogar futebol. Mas nunca "conseguimos" montar dois times, o único futebol que existe agora é o pes. Teve um dia em que eu coloquei a chuteira eu fui de quadra em quadra a procura de gente jogando bola. Estava com a intenção de me enturma e conhece uma galera nova. Todas as quadras estavam abandonadas.

Paintball esta tornando-se escasso, ninguém mais vai. Nunca consigo montar 2 times.

Pelo menos ainda tem academias de artes marcias nas cidades.




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Estive conversando disso com a minha namorada ontem.

É engraçado, raramente eu vejo uma criança hoje subir na árvore ou utilizar da criatividade para bolar algum brinquedo ou inventar alguma brincadeira de rua.

A tecnologia transforma a maioria das pessoas em meras consumidoras. Eu tenho uma leve discordância quando dizem que a tecnologia pode favorecer a criatividade. Em tese sim. Contudo, ela força a inercia.

Eu acrescentaria que além do tédio, vivemos a consolidação da apatia também. Não é por menos que a ironia de você carregar o mundo no bolso te faz ficar alheio dele na vida real. As pessoas querem ser mais elas na internet do que fora, isso tudo por si só já é a perfeita demonstração de como o ser moderno virou um simulacro de si mesmo.

Olhem só: footage de gente morta, despedaçadas em acidentes, de flagras sexuais, de virais com gafes. É como se virássemos urubus virtuais, apáticos do sofrimento que isso pode gerar no próximo e esperando sempre o próximo refresh que saciará nossos frívolos apetites. Tudo isso para preencher o tédio de achar que abrir a janela, ver o sol e talvez se aventurar na esquina possa não ser uma aventura tão interessante.

Senti uma inveja de saber que no sul tem esse porta garrafas que desabilita a internet. Não me levem a mal, internet é ótimo. É um poço de conhecimento. Mas cacetas! É um bar! Você bebe, fala merda e dá risadas em um.

Talvez passaremos a olhar os lugares mais afastados ou agraciados com a natureza (praia, campos e roças) como um agradável zoológico onde as pessoas almoçam juntas e tem o obscuro costume de contar histórias em grupo, ao pôr do sol.

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