O momento mais lindo da carreira de Ali provavelmente foi a surra que ele tomou pro Joe Frazier (Primeira derrota dele, ainda no auge) depois de encher o saco deste até dizer chega porque não aceitou essa putaria de mudar de nome e falava: "Teu nome é Clay e vai ser sempre Clay pra mim", que ele insistia provavelmente por pura birra, já que o outro ficava todo putinho querendo que mudasse, mas que na cabeça de Ali só podia significar que Frazier era um "Uncle Tom", como ele aparentemente chamava todos os negros que discordassem dele.
Um detalhe é que Frazier sequer conhecia o termo e achava que Ali o estava chamando de "Peeping tom": "Esse filho da puta fica por aí me chamando de peeping tom, peeping tom... Não quero que minha mulher fique pensando que saio por aí espiando mulheres pelas janelas!"
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O filme "Um Príncipe em Nova Iorque" tem uma cena interessante que envolve essa questão: Em uma barbearia, um bando de velhos, acho que uns três negros (Incluindo o barbeiro) e um branco estão discutindo boxe, mais especificamente quem foi o melhor, bem aquelas discussões de boteco sobre esportes. Falam em Tyson, Joe Louis, Sugar Ray... "E Cassius Clay?" "É, Cassius Clay era um demônio". Daí um deles comenta que perdeu o respeito por Clay com essa boiolagem dele inventar um nominho novo pra ele:
- A mãe o chamou de Clay, então pra mim é Clay.
A graça é que os negros, mais non-nonsense, concordam e riem, mas o branco dá um discurso de que como é um país livre ele tem o direito de mudar de nome e sua decisão devia ser respeitada. Exatamente o oposto da expectativa do Ali, e um cenário possível. Esses papos de liberalismo, libertarianismo etc. é bem papo de gringo. Branco.