"A literatura brasileira que nós temos hoje é feita por uma classe média para uma classe média. Essas pessoas nunca colocaram os pés em uma delegacia, e se colocaram, viram uma polícia que não existe. Nosso policial é um cara pobre, mal educado e mal formado, e isso humilha ao saber que nossa vida depende desse cara," desabafa.
Franchini também não poupa críticas à literatura brasileira, cada dia mais umbiguista e mais centralizada em uma classe que pode se dar o luxo de escrever sobre si mesma. "Acho que nossa literatura é muito bunda mole," analisa. "O cara só sabe falar sobre o umbigo dele, [...] e quando eles escolhem em falar isso, fecham os olhos para o que está ao redor. Você acha que a grande periferia vai querer ler sobre o cara da classe média que o pai cobra que ele faça Medicina, mas ele sempre quis fazer artes plásticas? Vai tomar no cu! [...] Acho um absurdo quando falam que o brasileiro não gosta de ler, na verdade é o escritor que não consegue manter um diálogo com ele. Essa divisão entre rico e pobre é tão grande que também reflete na simpatia entre eles. O autor está só fazendo história para ele e para os amigos deles. Os livros deles são ignorados na periferia, um público de milhões louco para ler, e isso não interessa para eles. O escritor deve se dar conta que ele não é um Deus, ele não tem um talento supremo. Ele tem que aprender a dialogar com o resto das pessoas."
http://www.vice.com/pt_br/read/roger-franchini-responsavel-pelo-melhor-da-literatura-policial-brasileira-atual?utm_source=vicefacebr
Franchini também não poupa críticas à literatura brasileira, cada dia mais umbiguista e mais centralizada em uma classe que pode se dar o luxo de escrever sobre si mesma. "Acho que nossa literatura é muito bunda mole," analisa. "O cara só sabe falar sobre o umbigo dele, [...] e quando eles escolhem em falar isso, fecham os olhos para o que está ao redor. Você acha que a grande periferia vai querer ler sobre o cara da classe média que o pai cobra que ele faça Medicina, mas ele sempre quis fazer artes plásticas? Vai tomar no cu! [...] Acho um absurdo quando falam que o brasileiro não gosta de ler, na verdade é o escritor que não consegue manter um diálogo com ele. Essa divisão entre rico e pobre é tão grande que também reflete na simpatia entre eles. O autor está só fazendo história para ele e para os amigos deles. Os livros deles são ignorados na periferia, um público de milhões louco para ler, e isso não interessa para eles. O escritor deve se dar conta que ele não é um Deus, ele não tem um talento supremo. Ele tem que aprender a dialogar com o resto das pessoas."
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