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Dugin sobre a classe média

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Radamanto
Rant Casey
Ashura
Joe
8 participantes

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"A classe média não pensa; ela consome. Ela não vive; ela busca segurança e conforto. Ela não morre, ela explode como um pneu de carro (ela emite seu espírito, como Baudrillard escreveu em Troca Simbólica e Morte). A classe média é a mais estúpida, submissa, previsível, covarde e patética de todas as classes. Ela está igualmente longe dos elementos abrasadores da pobreza e do veneno pervertido da riqueza incalculável, que está ainda mais perto do inferno que a pobreza extrema. A classe média não possui fundação ontológica para existir, e se ela existe, então tão somente lá embaixo, abaixo do reino dos reis-filósofos e heróis guerreiros. Ela é o Terceiro Estado, imaginando sobre si mesmo que ele é a única coisa que existe. Essa é uma pretensão desnecessária. A modernidade e o capitalismo (no sentido da universalidade da classe média) não são nada mais que uma aberração temporária. O tempo desse equívoco histórico está chegando ao fim.

Assim, hoje, quando a agonia desse pior dos arranjos sociais possíveis ainda continua, você deve olhar para além do capitalismo. Ao mesmo tempo, devemos valorizar e tomar interesse tanto no que o precedeu, a Idade Média, e no que virá após ele e que devemos criar - uma Nova Idade Média. "


http://legio-victrix.blogspot.com.br/2014/11/aleksandr-dugin-quarto-estado-historia.html

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Não vejo uma nova idade média, ou uma nova antiguidade ou o que for, ressurgindo das cinzas do mundo moderno. Parece um wishful thinking bem carregado.

Porquê eu não vejo o mundo moderno virando cinzas em primeiro lugar. Não é só a classe média, que vota no PT pq tem medo de perder mumus, mas o povo tb tá bem acomodado e imbecilizado.

E de qualquer forma mudanças quase nunca vem de baixo.

Vejo "forças conservadoras" mais como um exemplo de como o SWPL se assusta com quaisquer sombras e ruídos do que qualquer outra coisa.

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Também não vejo essa nova idade média chegando, pelo menos não enquanto eu viver.

Mas acho que o mundo como conhecemos está mesmo se desintegrando aos poucos.

Há intelectuais, como Todorov, que dizem que a democracia está indo por agua abaixo.

ZH – O senhor escreve em seu livro mais recente, Os Inimigos Íntimos da Democracia, que a democracia está em perigo, ameaçada pelo cinismo e pelas pressões populistas. Como a sociedade pode resgatá-la?
Todorov – Nos países dos quais falo em meu livro, na Europa e na América do Norte, a democracia hoje é ameaçada por inimigos externos, como o fascismo ou o comunismo do século 20, e por inimigos que vêm do próprio interior da democracia, que são de algum modo suas perversões. Eu me concentro particularmente sobre o messianismo, e, em seguida, sobre o que se tem chamado de neo(ultra)liberalismo e, por fim, sobre o populismo xenófobo. O combate contra estes “inimigos íntimos” não será travado em um campo de batalha, será principalmente ideológico: precisamos mostrar que esses perigos, que se apresentam como prolongamentos naturais da democracia, são na verdade seus coveiros.

http://zelmar.blogspot.com.br/2012/09/todorov-contra-os-coveiros-da-democracia.html

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Lembro dos faniquitos da Velour quando eu escrevia basicamente isso aí. hehehe

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Rant Casey escreveu:
Lembro dos faniquitos da Velour quando eu escrevia basicamente isso aí. hehehe


Eu lembro disso. Ela te acusou de de ter criado um tópico "Carta Capital" na antiga comunidade do orkut.

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Do texto já dá para se ter uma conclusão: para se entrar em um novo ciclo de Ouro (em um sentido tradicionalista, como Dugin propõe), é necessário eliminar a classe média (uma classe artificial), pois é ela que sustenta diretamente os "senhores do mundo" (que precisa dessa massa amorfa).

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"Mas acho que o mundo como conhecemos está mesmo se desintegrando aos poucos.

Há intelectuais, como Todorov, que dizem que a democracia está indo por agua abaixo."


Isso é até meio óbvio. Tudo e todos tem que cair um hora. Basta perguntar-se, onde estão os sumérios, os egípcios Mesopotâmia. Nenhum conhecimento, nenhuma tecnologia foi capaz de salvá-los, eles existem apenas nas cinzas de nossas memorias. Pode até demorar mas uma hora todo essa sociedade, estilo de vida, cultura será página virada da historia enterrada a sete palmos a baixo do chão.


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Origami escreveu:
"Mas acho que o mundo como conhecemos está mesmo se desintegrando aos poucos.

Há intelectuais, como Todorov, que dizem que a democracia está indo por agua abaixo."


Isso é até meio óbvio. Tudo e todos tem que cair um hora. Basta perguntar-se, onde estão os sumérios, os egípcios Mesopotâmia. Nenhum conhecimento, nenhuma tecnologia foi capaz de salvá-los, eles existem apenas nas cinzas de nossas memorias. Pode até demorar mas uma hora todo essa sociedade, estilo de vida, cultura será página virada da historia enterrada a sete palmos a baixo do chão.





Depende. Para alguns não é nada óbvio. Tem gente que diz que chegamos ao "fim da história". Ou seja, daqui para frente nada mais mudará.

O Fim da História é uma teoria iniciada no século XIX por Georg Wilhelm Friedrich Hegel e posteriormente retomada, no último quarto do século XX, no contexto da crise da historiografia e das Ciências Sociais no geral.

Essa teoria sustenta, como o nome sugere, o fim dos processos históricos caracterizados como processos de mudança. Para Hegel isso iria acontecer no momento em que a humanidade atingisse o equilíbrio, representado, de acordo com ele, pela ascensão do liberalismo e da igualdade jurídica, mas com prazo indeterminado para ocorrer.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Fim_da_hist%C3%B3ria

Esse pensamento "fim da história" é bem vísivel na classe média. Basta observar como eles defendem a democracia como se nada mais pudesse vir depois.

Eric Heisel escreveu:
Do texto já dá para se ter uma conclusão: para se entrar em um novo ciclo de Ouro (em um sentido tradicionalista, como Dugin propõe), é necessário eliminar a classe média (uma classe artificial), pois é ela que sustenta diretamente os "senhores do mundo" (que precisa dessa massa amorfa).



Eu cheguei a uma conclusão um pouco diferente. A classe média gosta desse arranjo providenciado pelo capitalismo e pela modernidade porque é na classe média que todos aqueles que são pobres de espírito encontram refúgio.

Nessa perspectiva, classe média seria um estado de espírito, não uma posição econômica.

É isso que dá origem a outro fenômeno: briga de classe média com classe média. Coxinhas versus esquerdopatas. Cada lado tentando desesperadamente "provar" que é moralmente superior ao outro.

Sendo que esse moralmente superior é apenas discurso do tipo "coxinha é contra cotas porque é racista" ou "esquerdopata quer acabar com a família tradicional". Note que coxinhas e esquerdopatas não se definem pelo o que são, mas pelo o que acusam o outro de ser. Gostam de pisar em cima do outro para se sentirem melhores que o resto. Querem esconder a própria pobreza de espírito demonizando quem pensa diferente.

A atual "divisão" do país entre aecistas e dilmistas é um bom exemplo dessa batalha simbólica.
https://eusouarcaico.forumeiros.com/t239-o-ataque-da-classe-media-leite-com-pera-assassina-mutantes-swpl-zumbis

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Origami escreveu:
"Mas acho que o mundo como conhecemos está mesmo se desintegrando aos poucos.

Há intelectuais, como Todorov, que dizem que a democracia está indo por agua abaixo."


Isso é até meio óbvio. Tudo e todos tem que cair um hora. Basta perguntar-se, onde estão os sumérios, os egípcios Mesopotâmia. Nenhum conhecimento, nenhuma tecnologia foi capaz de salvá-los, eles existem apenas nas cinzas de nossas memorias. Pode até demorar mas uma hora todo essa sociedade, estilo de vida, cultura será página virada da historia enterrada a sete palmos a baixo do chão.




As civilizações que vem depois (Veja que estou falando de coisas relevantes, não de meia dúzia de índio na puta que pariu que ninguém nunca ouviu falar) sempre tem, no geral, embora algumas coisas possam se perder, bem mais tecnologia que as que vieram antes.

Não consigo imaginar uma civilização vindoura sem eletricidade, internet, automóvel.

Joe, tu acha que seria possível uma "Nova idade média" sem a abdicação da tecnologia existente hoje? Eu acho que não.

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Ashura escreveu:

As civilizações que vem depois (Veja que estou falando de coisas relevantes, não de meia dúzia de índio na puta que pariu que ninguém nunca ouviu falar) sempre tem, no geral, embora algumas coisas possam se perder, bem mais tecnologia que as que vieram antes.

Não consigo imaginar uma civilização vindoura sem eletricidade, internet, automóvel.

Joe, tu acha que seria possível uma "Nova idade média" sem a abdicação da tecnologia existente hoje? Eu acho que não.


Pelo que eu entendi, quando o Dugin fala em Nova Idade Média, ele não está falando literalmente.

A Nova Idade Média que ele fala seria uma mudança na mentalidade das pessoas, não um abandono da tecnologia.

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É, é óbvio. Mas eu acho brabo isso acontecer com internet e televisão.

A Rússia talvez esteja mais perto espiritualmente da idade média que da modernidade, mas eles são o povo escolhido por Deus, para meros mortais será bem mais difícil.

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Agora a classe média, que vive em sua entorpecida e indiferente zona de conforto, é culpada por não ajudar o pobre a se revoltar contra o burguês, que detém os meios de produção. Marxismo a la Duguin.

Buscadores de muitos ideais, vivem e matam por ideias e doutrinas caducas. A realidade que se foda.

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Radamanto escreveu:
Agora a classe média, que vive em sua entorpecida e indiferente zona de conforto, é culpada por não ajudar o pobre a se revoltar contra o burguês, que detém os meios de produção. Marxismo a la Duguin.

Buscadores de muitos ideais, vivem e matam por ideias e doutrinas caducas. A realidade que se foda.


Pelo que eu entendi, Dugin propõe uma superação da dicotomia marxismo x liberalismo. Trocando em miúdos ele tá dizendo que escolher entre um ou outro é como escolher entre merda e bosta.

Seria algo meio Nietzchieano, mas aplicado a política. Se o Niet quer um ubermensch, o Dugin, pelo que se pode deduzir, quer uma "ubersociedade" com sua ideia de "nova idade média".

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A Rússia é um caso a parte. O paradigma de "apocalipse zumbi", não existe lá, ou se existe é diferente devido a sua história. Vou explicar.

A Rússia é a grande mestre da estratégia de terra arrasada. O "fim de mundo" é seu trunfo.

Quando Napoleão invadiu a Rússia, eles queimavam tudo que podia ser util e deixavam para trás, o resultado catastrófico.

Na invasão alemã idem, O Alemães ocuparam vastas, as maiss rica e desenvolvidas regiões da Rússia, trazendo um nivel de destruição superando então todas as guerras já travadas pelo homem com saldo de mais de 20 milhões de mortos. Mais uma vez o jogo virou, a terra arrasada é um lar natural para os russos.

Atualmente as forças armadas russas treinam não para evitar uma guerra nuclear, mas para agir após um ataque. Numa suposta "guerra total" com a Rússia, a estratégia de terra arrasada será mais uma vez, com ataques nucleares, seguidos por ataque de infantaria.

Tal tipo de experiência não existe mais no ocidente desde o fim das invasões hunas.

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Joe escreveu:
Radamanto escreveu:
Agora a classe média, que vive em sua entorpecida e indiferente zona de conforto, é culpada por não ajudar o pobre a se revoltar contra o burguês, que detém os meios de produção. Marxismo a la Duguin.

Buscadores de muitos ideais, vivem e matam por ideias e doutrinas caducas. A realidade que se foda.


Pelo que eu entendi, Dugin propõe uma superação da dicotomia marxismo x liberalismo. Trocando em miúdos ele tá dizendo que escolher entre um ou outro é como escolher entre merda e bosta.

Seria algo meio Nietzchieano, mas aplicado a política. Se o Niet quer um ubermensch, o Dugin, pelo que se pode deduzir, quer uma "ubersociedade" com sua ideia de "nova idade média".


Em termos de estrutura de pensamento Duguin e Nietzsche não são compatíveis: o primeiro é algo parecido com um sociólogo materialista vendendo soluções. Tem uma teoria geopolítica, acredita ser uma verdade, quer implantá-la e é admirado por aqui, principalmente, em núcleos antissemitas. Estruturalmente é um marxismo com um folclore diferente, com outros neologismos e personagens, mas que segue o mesmo enredo, o viés revolucionário. Há o algoz (os capitalistas, mercadores atlantes), a vítima (os deserdados, países e pessoas exploradas) e, agora, uma merda no meio atrapalhando (a classe média). Sempre existe algo.

O segundo, longe disso, não acredita em conceitos absolutos, porque parte da ideia de Heráclito (ninguém pisa duas vezes no mesmo rio). A realidade se transforma no devir e não pode ser engaiolada num conceito. Por isso quem quer mudar a realidade não vive nela, porque esta já passou. Você só tem duas opções diante da vida: amá-la (amor fati) ou negá-la (pessimismo), não há terceira opção (revolucionar), porque a própria vida faz esse papel em sua impermanência, no choque de forças, no seu fluxo e refluxo.

Se a realidade pudesse ser reduzida e engessada sob a forma de uma teoria da verdade, não veríamos as leis serem reformadas e emendadas a toda hora, os planos orçamentários sendo estourados e revistos, previsões econômicas e do tempo serem desmentidas, Jesus já teria voltado, enfim...

A coisa mais nonsene que já vi foi a foto de Che Guevara ao lado a de Nietzsche. O primeiro um idealista cheio de verdades, que acreditou-se escolhido pelo destino e saiu matando loucamente em meio ao indigenismo hispânico. O segundo vê no idealismo o sintoma máximo da degeneração vital. O super-homem, nesse sentido, é quem se livrou do idealismo e não alguém que entra de cabeça nele, porque não pode viver sem "uma causa", sem um conto de fadas.

Última edição por Radamanto em 13/11/14, 04:06 pm, editado 1 vez(es)

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Radamanto escreveu:

O segundo, longe disso, não acredita em conceitos absolutos, porque parte da ideia de Heráclito (ninguém pisa duas vezes no mesmo rio).


O problema é que não acreditar em conceito absoluto já é um conceito absoluto, rs.

Enfim, a comparação foi só no sentido de Dugin propõe enxergar além da dicotomia do tipo o "bem" e o "mal" (no caso marxismo e liberalismo, que, dependendo de quem fala, pode ser tanto o "bem" quanto o "mal").

Ademais, confesso que não entendi muito bem o que Dugin quer implantar. A tal quarta teoria política parece mais uma negação do que a sociedade é hoje do que uma definição do que ela deveria ser.

Entretanto, a despeito da proposta revolucionária, achei a análise do Dugin muito boa. Na verdade revolucionários costumam ser bons em analisar a sociedade em que vivem, mas viajam muito na maionese quando propõem "soluções". Kaczynski é a mesma coisa, ele é genial ao analisar os problemas da sociedade industrial e a psicologia do esquerdismo, mas delira quando começa a propor uma "revolução", que, na visão dele, é mandar a humanidade de volta para a idade da pedra.  Porém, Kaczynski reconhece que revoluções nunca tem o desfecho que é esperado pelos seus idealizadores e costumam sair do controle destes.

White Witch escreveu:
A Rússia é um caso a parte. O paradigma de "apocalipse zumbi", não existe lá, ou se existe é diferente devido a sua história. Vou explicar.

A Rússia é a grande mestre da estratégia de terra arrasada. O "fim de mundo" é seu trunfo.


Explica o que isso tem a ver com tópico, rs.

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Quando leio "Nova Idade Média" não me ocorre um retorno ao seu paradigma tecnológico, mas ao seu paradigma econômico e social.

Nisso uma vez o Uri mandou bem: querer voltar ao feudalismo para tentar evitar o capitalismo liberal é o mesmo que querer voltar aos anos 30 para evitar o atual estado cultural - como um é precedente do outro, a única diferença da primeira proposta para a segunda é o quão teimosamente anacronista ela é.

Pretendo me aprofundar em Guilleaume Faye, porque me parece que seu Arqueofuturismo oferece uma visão menos viciada de erros conhecidos.

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Rant Casey escreveu:

Pretendo me aprofundar em Guilleaume Faye, porque me parece que seu Arqueofuturismo oferece uma visão menos viciada de erros conhecidos.


Conheceu o Faye via Donovan?

Comprei o livro A Sky Without Eagles do Donovan, e num dos ensaios ele menciona Faye e o seu Arqueofuturismo.

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Joe escreveu:
Radamanto escreveu:

O segundo, longe disso, não acredita em conceitos absolutos, porque parte da ideia de Heráclito (ninguém pisa duas vezes no mesmo rio).


O problema é que não acreditar em conceito absoluto já é um conceito absoluto, rs.

Enfim, a comparação foi só no sentido de Dugin propõe enxergar além da dicotomia do tipo o "bem" e o "mal" (no caso marxismo e liberalismo, que, dependendo de quem fala, pode ser tanto o "bem" quanto o "mal").

Ademais, confesso que não entendi muito bem o que Dugin quer implantar. A tal quarta teoria política parece mais uma negação do que a sociedade é hoje do que uma definição do que ela deveria ser.

Entretanto, a despeito da proposta revolucionária, achei a análise do Dugin muito boa. Na verdade revolucionários costumam ser bons em analisar a sociedade em que vivem, mas viajam muito na maionese quando propõem "soluções". Kaczynski é a mesma coisa, ele é genial ao analisar os problemas da sociedade industrial e a psicologia do esquerdismo, mas delira quando começa a propor uma "revolução", que, na visão dele, é mandar a humanidade de volta para a idade da pedra.  Porém, Kaczynski reconhece que revoluções nunca tem o desfecho que é esperado pelos seus idealizadores e costumam sair do controle destes.

White Witch escreveu:
A Rússia é um caso a parte. O paradigma de "apocalipse zumbi", não existe lá, ou se existe é diferente devido a sua história. Vou explicar.

A Rússia é a grande mestre da estratégia de terra arrasada. O "fim de mundo" é seu trunfo.


Explica o que isso tem a ver com tópico, rs.


(Neo-) Eurasianismo é uma estratégia de cobeligerância. Se você não entende isso, que é o cerne de tudo, você achará o eurasianismo do Dugin sem sentido algum.

Apesar de o símbolo da Rússia ser o urso, o atual grande urso polar do mundo São os Estados Unidos da América. Ninguém consegue dar dentro com os EEUU atualmente, da mesma forma que ninguém conseguiria abater, sozinho, um gigantesco urso polar sem armamento top.

Como nada e ninguém consegue fazer frente aos EEUU e o Dugin quer fazer com que a Rússia volte a ser uma força a ser temida (como era na Guerra Fria), é necessário que os EEUU sejam enfraquecidos e a Rússia ganhe força, simultaneamente.

A melhor forma de fazer isso é o Kremlin, por intermédio do (neo-) eurasianismo, assumir a dianteira de uma articulação política, militar e cultural feita entre todos aqueles que odeiam, se ressentem, se incomodam com o tamanho do poder, invejam, etc. (d)os EEUU.

Já que esse é o cerne da ação política planejada pelo Dugin, não é de se espantar que o traço aglutinador mais poderoso seja a postura anti-EEUU.

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O problema maior do Dugin são as Duginetes. São piores do que fãs de Iron Maiden, eleitores da Luciana Genro e sonystas.

Já vi elas defenderem o Bolivarianismo. Sim, criaturas em sã consciência defenderem o bolivarianismo. Há aquelas que tecem elogios à Bolívia e à Venezuela, porém nunca cruzaram a fronteira. Suspeito que nunca deixaram o quintal de casa.

Há ainda aquelas que dedicam as suas vidas a uma cruzada contra o velho Olavo. Quão miserável pode ser a vida de um homem para ter como fim tentar ridicularizar um idoso que por si só já é ridículo?

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A mentalidade dos adeptos é a de acelerar o processo de destruição do Ocidente. E o bolivarismo é um bom meio para isso. O problema é que eles se esqueceram que fazem parte do alvo.

Última edição por Radamanto em 13/11/14, 04:13 pm, editado 1 vez(es)

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Se a idade média ou os anos 30 fossem bons, nada teria mudado.

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Somos a área de descarte do Ocidente.

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Sempre levo em consideração o que meu sogro relata acerca de suas viagens. A Venezuela, que ele conheceu ainda na era Chávez, é o único país que ele não deseja visitar novamente.

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Radamanto escreveu:
Se a idade média ou os anos 30 fossem bons, nada teria mudado.


É que aí entra a questão da relação homem versus tecnologia.

Inventamos coisas novas para, em tese, melhorar nossas vidas. Essas coisas acabam mudando nossa visão de mundo, nossa moral e nosso comportamento. Por ex: a pillula anticoncepcional não apenas separou sexo de maternidade para a mulher. Tbm viabilizou a ela um comportamento mais promíscuo que no tempo de suas bisavós não era tão viável. E isto por sua vez mudou o comportamento e moral dos homens. Hoje homens não precisam mais casar com namorada virgem para transar ou procurar putas, virgindade feminina deixou de ser tabu, e homens podem ter várias mulheres sem se preocupar com um pai enfurecido te obrigando a casar com a filha dele.


Indo além, tecnologia afeta até mesmo nosso desenvolvimento cognitivo.
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/escrever_a_mao_e_mais_eficaz_do_que_digitar_para_aprender.html

A questão, portanto, é: o quanto as mudanças realmente melhoram nossas vidas? É um erro supor que mudanças sempre são para melhor.

Parafraseando Donovan: "nossos ancestrais iam ficar maravilhados com o conforto que vivemos hoje, só que eles não tinham as angústias que um homem moderno tem (depressão, stress, etc)".

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