Ashura escreveu: Mesmo se o homem comum, tornado obsoleto, pudesse sobreviver assumindo algum trabalho que gravite em torno da máquina que virá para o substituir, isso ainda não é desejável.
O trabalho foi feito para o homem fazer, não para a máquina fazer.
Sem falar que aliena ainda mais o homem de uma realidade onde ele tenha habilidades objetivamente e realmente úteis.
O homem moderno já não sabe caçar. Agora querem que ele se esqueça de como cultivar a terra, erguer prédios. A ele basta manter as máquinas que façam isso.
Até que isso também seja feito por outras máquinas. E o último trabalho que restará será criar mais e mais máquinas para substituir qualquer atividade humana possível.
Não, isso não tem final feliz.
O trabalho começou ontem, com a agricultura.
Um aborígene australiano precisa de duas horas de atividade pra se alimentar.
Não há mérito nenhum em enfiar um ser humano numa tarefa repetitiva e alienante por horas sem fim, até que a vida lhe passe, quando poderia estar ocupado das artes, do saber, dos esportes, da espiritualidade.
Essa cosmovisão de que "o trabalho dignifica" e que o mundo é feito pra ser um formigueiro, é que é das mais aberrantes e demoníacas.
Façamos helotas daquilo que não pode ter sua dignidade ferida, ou seja, máquinas, e não pessoas.