Trabalhei hoje de sol a sol.
Cheguei na obra 07:00 horas e fiquei até às 17:00 horas. Fui desafio por um amigo milionário a fazer o trabalho de servente de pedreiro. Ele está construindo uma casa no condomínio fechado mais caro de Campinas e está tocando a obra.
Sabia que ia ser um trampo duro, mas não sabia que ia ser tão duro. Fez 40C hoje aqui. Os trabalhos estão no começo, então basicamente tive que cavar, limpar o terreno, quebrar pedra. No começo, estava no gás, mas depois da terceira hora de serviço, comecei a desidratar. Tive vontade de abandonar tudo e ir embora, mas o orgulho falou mais alto. Teria que ouvir a seguinte frase: "Anos a fio de Jiu Jitsu, corrida e musculação jogados no lixo... pra que servem?" Trabalhei até o término do expediente.
Minhas mãos estão todas destruídas, estou um caco de cansaço.
Os pedreiros são todos da Bahia e foram muito gente fina. Já falei logo de cara que não conhecia o serviço e foram todos prestativos em me ajudar.
No final, peguei o busão sujo e voltei pra casa.
Conclusões:
A. A obra é um lugar sagrado. É ali que você separa os fracos dos homens. Quem do meu círculo social conseguiria trabalhar? Mão de advogado na enxada, na picareta? Rs. Na obra, não há lugar pra grandes elucubrações, pensamentos. Não existe feminismo, qualquer outra merda que o valha. Existe uma pureza no trabalho duro.
B. O excesso de abstracionismo provém de uma mente super ativa. Mas na obra, ela simplesmente cala a boca. Justamente por isso, ela é um remédio pra drogadictos e deveria ser para todos. Mao-Tsé-Tung estava certo na revolução cultural dele; burocratas, tecnocratas têm que sujar a mãosinha de terra, ter sujeira embaixo da unha; tem que compartilhar uma caneca que tem água e areia misturadas.
C. O melhor remédio que existe para depressão é trabalho pesado. O resto são lucros da indústria farmacêutica.
D. Os pedreiros são gente boa; os burgueses do meu bairro são tudo filho da puta. Olhavam com reprovação pras minhas roupas e pra mim, todo sujo. O cidadão de classe média de uma cidade grande é solitário, intolerante, um cusão. Eles olham com desdém pra quem constrói a casa deles.
E. Trabalhar 10 horas embaixo do sol é penoso. Treinar 2 horas por dia é saúde.
Última edição por Redondo_Apaixonado em 04/04/16, 08:50 pm, editado 1 vez(es)
Cheguei na obra 07:00 horas e fiquei até às 17:00 horas. Fui desafio por um amigo milionário a fazer o trabalho de servente de pedreiro. Ele está construindo uma casa no condomínio fechado mais caro de Campinas e está tocando a obra.
Sabia que ia ser um trampo duro, mas não sabia que ia ser tão duro. Fez 40C hoje aqui. Os trabalhos estão no começo, então basicamente tive que cavar, limpar o terreno, quebrar pedra. No começo, estava no gás, mas depois da terceira hora de serviço, comecei a desidratar. Tive vontade de abandonar tudo e ir embora, mas o orgulho falou mais alto. Teria que ouvir a seguinte frase: "Anos a fio de Jiu Jitsu, corrida e musculação jogados no lixo... pra que servem?" Trabalhei até o término do expediente.
Minhas mãos estão todas destruídas, estou um caco de cansaço.
Os pedreiros são todos da Bahia e foram muito gente fina. Já falei logo de cara que não conhecia o serviço e foram todos prestativos em me ajudar.
No final, peguei o busão sujo e voltei pra casa.
Conclusões:
A. A obra é um lugar sagrado. É ali que você separa os fracos dos homens. Quem do meu círculo social conseguiria trabalhar? Mão de advogado na enxada, na picareta? Rs. Na obra, não há lugar pra grandes elucubrações, pensamentos. Não existe feminismo, qualquer outra merda que o valha. Existe uma pureza no trabalho duro.
B. O excesso de abstracionismo provém de uma mente super ativa. Mas na obra, ela simplesmente cala a boca. Justamente por isso, ela é um remédio pra drogadictos e deveria ser para todos. Mao-Tsé-Tung estava certo na revolução cultural dele; burocratas, tecnocratas têm que sujar a mãosinha de terra, ter sujeira embaixo da unha; tem que compartilhar uma caneca que tem água e areia misturadas.
C. O melhor remédio que existe para depressão é trabalho pesado. O resto são lucros da indústria farmacêutica.
D. Os pedreiros são gente boa; os burgueses do meu bairro são tudo filho da puta. Olhavam com reprovação pras minhas roupas e pra mim, todo sujo. O cidadão de classe média de uma cidade grande é solitário, intolerante, um cusão. Eles olham com desdém pra quem constrói a casa deles.
E. Trabalhar 10 horas embaixo do sol é penoso. Treinar 2 horas por dia é saúde.
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