NicolasPK escreveu: Rant anda consumindo os cogumelos que brotaram no Rada.
Tais cogumelos crescem nas costas, ombros e costas da mão de Radamanto.
Deitado sobre uma pedra, num pântano, dorso debruçado constantemente sobre as águas pútridas e fétidas, nelas caprichosamente deslizando a ponta do indicador, e eventualmente, esmagando insetos e besouros, com mórbida diversão, uma pintura tétrica do que seria um monstro ctónico, resultante de algum tipo de criatura solar degredada, esconjurada, auto exilada, atormentado por devas, daemons, uma espécie de Narciso ao Contrário, contemplando refletido nas águas turvas a escuridão da própria alma. Ou o que restou dela.
Vive apenas à noite, onde admira-se no pântano sob o clarão da lua. De dia dorme, e os mais variados répteis, hárpias e faunos, sátiros, banqueteiam-se dos cogumelos que nascem em seu dorso, e ao anoitecer vão embora, para no dia seguinte retornarem para uma nova colheita de fungos tóxicos que lhe provêm um elixir psicodélico para suas estripolias demoníacas durante a noite.
Como um pai generoso, Radamanto alimenta seus demônios e as demais criaturas do abismo, na sua condição imortal de ser não mais vivo, e que não pode mais ser morto.
Mesmo Anarco Dadaístas iniciados não estão seguros ao consumir tais cogumelos, e em realidade não é possível sair intacto da experiência - os que experimentam, ou sucumbem à loucura imediata, ou são atormentados - iluminados - permanentemente, deixando para sempre a "primeira humanidade", em espírito, senão em corpo também.