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descriptionMicroativismo e os bombeiros do sistema. EmptyMicroativismo e os bombeiros do sistema.

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Excelente artigo, que mostra que o velho papo de "faça sua parte" é pura propaganda corporativista. Normalmente paulistas são os trouxas mestres a cair nessa. Lembro-me de que quando morei lá me tiraram para anticristo, na era do racionamento de energia, eu cagar e andar para isso. O nordeste em geral "ignorou" o racionamento, e o peão paulista tipico se orgulha de ter feito sua parte.

Lembro de um amigo engenheiro explicando, como funciona o lance da energia, sai mais lucrativo vender para a industria, do que para residências, por isso o estimulo a economia, e horário de verão, quando você é obrigado a acordar mais cedo, não é para que não é para que não falte na sua casa, mas é para fazer sobrar energia mais para vender para indústrias.

Segue artigo.
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Em sua edição de ontem, dia 13/12/2014, o Jornal Nacional exibiu uma reportagem no mínimo curiosa acerca do volume de água utilizado para fabricar produtos assim chamados do dia a dia. Afirma a manchete que “além da água que usamos diretamente, inclusive para matar a sede, existe muito mais água por trás de tudo o que se consome”, sobretudo alimentos. Como é de costume na linha editorial da Rede Globo, a matéria dá ênfase à necessidade de cada um fazer sua parte individualmente, evitar o desperdício, etc. Sendo impossível ignorar o fato de que o consumo residencial direto não ultrapassa 30% do total, o JN alerta sobre a importância de adotamos o uso racional não só diminuindo o tempo dos banhos ou fechando a torneira enquanto escovamos os dentes, mas combatendo o desperdício de todos os produtos que escondem litros e mais litros de água em seus processos de produção.

Este epidérmico microativismo ambiental é extremamente hipócrita: para milhões de trabalhadores que sofrem diariamente com abastecimento irregular e/ ou improvisado de água nas periferias de São Paulo, na baixada fluminense ou no sertão nordestino é uma ofensa que lhes seja exigido economizar o que já lhes falta! Que sentido faz apregoar o “consumo consciente” para quem só come bife duas vezes a cada sete dias, considerando que neste mesmo intervalo de tempo a caixa d’água só enche uma vez?! Além disso, o viés em tela oculta determinações mais estruturais do problema –  e não é novidade ser este mesmo o papel ideológico assumido pelo conglomerado das comunicações da família Marinho, bem como da imprensa corporativa lato sensu.

Na região hidrográfica do Paraná, por exemplo, que reúne 32,1% da população nacional e abrange os estados de SP, PR, MS, MG, GO, SC e DF, quase 70% da demanda por recursos hídricos divide-se entre a produção agrícola (42%) e industrial (27%). Indo além do que tenta transmitir a Globo, contudo, é bastante complicado relacionar esta produção com as mercadorias que usamos no dia a dia. Na verdade, mais do que sociedade brasileira consome de forma desigual, estamos tratando de produtos altamente intensivos em água que o país manda para fora de nossas fronteiras através das exportações.


http://professorcaioandrade.wordpress.com/2014/12/14/em-tempos-de-volume-morto-brasil-aumenta-exportacao-de-agua/


PS: vou tomar um banhaço agora, antes de dormir, a água está muito agradável vou ficar meia hora.

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