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Fórum para homens a moda antiga


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Joe
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White Witch
Ragnar Lothbrok
Delta-Dan
Rant Casey
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Que essa comunidade é um antro de reaças que tiram doce de criancinha, não é novidade.

Eu acho que há uma distinção, senão oficial ao menos minha, entre "reacionário" e "conservador". E o primeiro não equivale necessariamente ao segundo. Explico: reacionário, num sentido amplo, pode significar tão somente alguém avesso aos desdobramentos sociais correntes, seja qual for o ponto a partir do qual sua contrariedade começa - seja maio de 68, seja a Renascença. Isso descreve antes de tudo um sentimento, mais do que uma postura.

Já conservador, por outro lado, se expressa apenas uma postura interior que reflete vez ou outra no exterior, me parece fazer pouco sentido.

Isso praticamente implora a pergunta: tens conservado o quê ultimamente?

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Conservador não é quem conserva.

conservador é quem é avesso a engenharia social ou a mudanças impostas à sociedade.

Conservadores não têm aversão nenhuma ao progresso natural e orgânico de determinado corpo social. E progresso natural e orgânico deve ser entendido como a alteração dos usos e costumes de um povo surgida do refinamento natural (não imposto ou forçado) desses usos e costumes.

Reacionário é quem reage a alguma coisa, normalmente às mudanças impostas e às engenharias sociais.

Não necessariamente são sinônimos, mas algumas vezes entraram em acordo sobre alguma coisa.

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Podem incluir na discussão também o tradicionalista.

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No entanto, no dia a dia, muitas vezes conservadores parecem indistinguíveis de qualquer outro tipo.

Me parece que a vivem a modernidade como qualquer outra pessoa, e frequentemente esse conservadorismo está mais no plano de uma vaidade intelectual.

Claro, há coisas como não usar drogas, frequentar uma igreja, etc. Muitos tipos progressistas também são assim e fazem estas mesmas coisas.

Estou a ponderar o que é manifestação concreta de conservadorismo.

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Ragnar Lothbrok escreveu:
Podem incluir na discussão também o tradicionalista.


Tradicionalistas são os caras que consideram que dada tradição deve ser protegida com unhas e dentes. Um tradicionalista é contrário à perda do cerne, do essencial daquele conjunto de tradições e alguns tradicionalistas são contrários a qualquer mudança no conjunto de tradições que defendem.

Conservadores são os caras que não querem engenharia social, mas que a sociedade siga um curso natural. Conservadores não são contrários a mudança alguma, desde que ela não seja imposta.

Reacionários são os caras que reagem, hostilizam alguma mudança ou imposição de mudança. Um reacionário é seletivamente contrário a mudanças, pouco importando se naturais ou impostas.

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Rant Casey escreveu:
No entanto, no dia a dia, muitas vezes conservadores parecem indistinguíveis de qualquer outro tipo.

Me parece que a vivem a modernidade como qualquer outra pessoa, e frequentemente esse conservadorismo está mais no plano de uma vaidade intelectual.

Claro, há coisas como não usar drogas, frequentar uma igreja, etc. Muitos tipos progressistas também são assim e fazem estas mesmas coisas.

Estou a ponderar o que é manifestação concreta de conservadorismo.


Como no Brasil a esquerda está atacando tudo, conservadores, reacionários e tradicionalistas se confundem.

Se, em algum momento, conseguirem colocar a esquerda em xeque, as coisas começarão a ficar menos confusas.

Por óbvio, conservador, reacionário e tradicionalista de internet costumam ser meras attention whores.

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Originalmente, reacionário referia-se a oponentes da revolução francesa. Hoje há um sentido amplo pro termo.

Devido ao uso de maiúsculas em Tradicionalista, suponho que Ragnar referia-se aos perenialistas, do naipe de Guenon e Evola. Estes na realidade compreendem o caráter cíclico da cultura e da história, e que há momentos de florescimento e degeneração. Evola em particular, não recomendava nenhuma ação para defender a Tradição, mas sim o cultivo da mesma e uma postura em relação ao mundo de "cavalgar ao tigre", isso é, esperar o processo de decadência esgotar-se na própria entropia.

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Rant Casey escreveu:
Originalmente, reacionário referia-se a oponentes da revolução francesa. Hoje há um sentido amplo pro termo.

Devido ao uso de maiúsculas em Tradicionalista, suponho que Ragnar referia-se aos perenialistas, do naipe de Guenon e Evola. Estes na realidade compreendem o caráter cíclico da cultura e da história, e que há momentos de florescimento e degeneração. Evola em particular, não recomendava nenhuma ação para defender a Tradição, mas sim o cultivo da mesma e uma postura em relação ao mundo de "cavalgar ao tigre", isso é, esperar o processo de decadência esgotar-se na própria entropia.


De fato, mas eu não faria uma distinção muito grande deste Tradicionalista Evoliano, de uma compreensão mais comum do tradicionalista, que foi o que o Delta-dan expôs:

''Tradicionalistas são os caras que consideram que dada tradição deve ser protegida com unhas e dentes. Um tradicionalista é contrário à perda do cerne, do essencial daquele conjunto de tradições e alguns tradicionalistas são contrários a qualquer mudança no conjunto de tradições que defendem.''

Muitas vezes estes tradicionalistas não se arrogam deste nome, simplesmente agem como tal. Evola e Guenon desvendam este mundo da tradição, e buscam ali o caráter de transcendente e eterno, o imutável das coisas (cultura, costumes, rituais e etc). Assim como Donovan delineou um formato de masculinidade em que a força e honra historicamente tem um grande peso na balança, embora o molde destas duas virtudes varie de sociedade para sociedade as duas são importantes em praticamente todas as sociedades e períodos históricos, são transcendentais. Guenon e Evola conseguem ver o pano de fundo, buscam estas referências eternas e supremas, por assim dizer, e isso passa também por uma compreensão do que é o homem, dai que se reconhecerá o que oferecerá de fato uma elevação do homem até as suas mais altas potencialidades.

Sobre defender a Tradição, Evola variou com o tempo, em ''Cavalgar o Tigre'' é um Evola no fim da sua vida, já bastante cético com grandes mudanças sociais, decepcionado com o fenômeno do fascismo e que irá abordar mais um caminho individual. Mas em outras obras, como ''Revolta Contra o Mundo Moderno'' ele ainda abriga esperança de mudanças, Dugin apoia sua teoria neste fase do Evola (mais novo e que intenta grandes mudanças), outros se apoiam mais no Evola em sua idade avançada.

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''Conservadores são os caras que não querem engenharia social, mas que a sociedade siga um curso natural. Conservadores não são contrários a mudança alguma, desde que ela não seja imposta.''

Pra mim essa é uma boa concepção de conservadorismo, seria de caráter histórico, derivando do passado do Reino Unido com o Tory (Partido Conservador britânico). Porque foi dali que surgem os primeiros teóricos do conservadorismo como Burke, e, embora o conservadorismo seja, em sentido estrito vazio de conteúdo (possuindo apenas forma), não podemos desliga-lo desta acepção histórica, nesta ideia poderíamos falar de um conservadorismo como ideia ou movimento geral, e um conservadorismo brasileiro, russo, britânico, no qual já se delineia os valores e vontades ali presentes..

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Ragnar escreveu:
Sobre defender a Tradição, Evola variou com o tempo, em ''Cavalgar o Tigre'' é um Evola no fim da sua vida, já bastante cético com grandes mudanças sociais, decepcionado com o fenômeno do fascismo e que irá abordar mais um caminho individual. Mas em outras obras, como ''Revolta Contra o Mundo Moderno'' ele ainda abriga esperança de mudanças, Dugin apoia sua teoria neste fase do Evola (mais novo e que intenta grandes mudanças), outros se apoiam mais no Evola em sua idade avançada.


Se eu te disser "maçã", suponho que vais imaginar de imediato uma rubra, doce e madura maçã, e não uma desajeitada, miúda e azeda maçã ainda verde.

Parti de pressuposto idêntico.

Dugin apoia-se no Evola juvenil apenas porque o Evola no pico de sua maturidade não seria de utilidade alguma para Dugin.

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Quando Evola analisa a Tradição ele encontra nela o que é o homem e parte disso é julgamento de forma qualitativa, e então ele apresenta como algo à ser alcançado. Então não basta ao Tradicionalista olhar e perceber a Tradição, ele precisa saber interpreta-la qualitativamente, segue um trecho do livro imperialismo Pagão:

''No silêncio, através de uma dura disciplina, através do domínio e da superação de si mesmo, nós devemos criar, com um esforço tenaz e ativo, uma “Elite”, a qual reviva a Sabedoria “Solar”, aquela virtus que não se deixa falar, que surge do produto dos sentidos e da alma e que não se testemunha com argumentos e livros, mas sim, com atos criativos.

Devemos despertar uma renovada, espiritualizada e austera sensação do mundo, não como um conceito filosófico, mas sim como algo que vive em nosso próprio Sangue: a sensação do mundo como potência, a sensação do mundo como ritmo, a sensação do mundo como ato sacrificial. Esta sensação criará figuras duras, fortes e ativas, seres feitos de força – mas não apenas desta força –, abertos até aquele sentido de liberdade e de nobreza, àquela inspiração cósmica da qual os “mortos”, que na Europa dela tanto falam, nem sequer sentiram seu sopro.''

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Rant Casey escreveu:
Ragnar escreveu:
Sobre defender a Tradição, Evola variou com o tempo, em ''Cavalgar o Tigre'' é um Evola no fim da sua vida, já bastante cético com grandes mudanças sociais, decepcionado com o fenômeno do fascismo e que irá abordar mais um caminho individual. Mas em outras obras, como ''Revolta Contra o Mundo Moderno'' ele ainda abriga esperança de mudanças, Dugin apoia sua teoria neste fase do Evola (mais novo e que intenta grandes mudanças), outros se apoiam mais no Evola em sua idade avançada.


Se eu te disser "maçã", suponho que vais imaginar de imediato uma rubra, doce e madura maçã, e não uma desajeitada, miúda e azeda maçã ainda verde.

Parti de pressuposto idêntico.

Dugin apoia-se no Evola juvenil apenas porque o Evola no pico de sua maturidade não seria de utilidade alguma para Dugin.


Ainda assim a confusão ocorre, eu estive no encontro Evoliano este ano, e para cada um ali ser 'evoliano' significava uma coisa diferente. Eu concordo com a tua acepção, escrevi mais para mostrar que tem esta outra, justamente porque entre os 'evolianos' isso pode gerar controversa.

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Estou na esquerda do trabalho, direita dos valores. A nova tendência é de Stalinistas, "Terceira-vias" migrarem para isso. A retórica pós guerra-fria está sendo apagada pelo tempo e cada vez mais só fetichistas históricos permanecem nela.

O conservadorismo mostrou-se impotente em muitas áreas, a melhores criticas a isso vem de Alain de Benoist e Christopher Lasch.

Essa impotência não é "culpa" do conservadorismo, é algo intrínseco, o ser humano praticamente nasce conservador, por que essa é uma função cultura básica: para que não tenhamos que reinventar a roda, simplesmente assumimos certas coisas como certas, essas coisas são aprendida pelo contato direto com os pais ou algum tipo de tradição social.

Mas justamente por ser natural, é algo que não é acostumado a ser pensado, quando surge intelectualidade conservadora, existe algo "fedendo" no pedaço, e tem 2 hipoteses. 1 - existe uma injustiça social gritante, então aliados de velhas forças politicas se "debatem" para tapar o sol com a peneira ou 2 - existe tentativa de engenharia social em andamento, o conservadorismo surge como anticorpos, um efeito reativo.

Justamente por ser reativo e natural, tentativas de racionalizar o conservadorismo, ou "sistematiza-lo" vai dar com os burros nágua em um mar de contradições. Historicamente conservadores de outras épocas queriam conservar outras coisas e outras posições.

Por ser vago e comum, conservadorismo tende atrair toda sorte de gente, especialmente as que tem QI baixo, é onde rednecks americanos a mujaheddins islâmicos se encontram. E também costumam serem feitos de idiotas úteis por velhas elites velhacas, é o caso por exemplo do PSDB paulista, que tem o costume desde os tempos da velha comunidade do Olavo no orkut uns 10 anos atrás, aparecerem em tempos de eleições, e os idiotas caem feito pato, virando militantes gratuito dos ricaços de Higienópolis.

Em tributo aos conservadores americanos, rednecks, criei esse meme aqui:

Já conservou algo hoje? FLF66Vs

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Dos três, reacionário me parece o termo mais ''miúdo'', que tem menos conceitualização teórica e profundidade, e mais utilização política-jornalística de xingamentos baratos e reclamação. É mais um adjetivo que carece de um raízes firmes.

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e para cada um ali ser 'evoliano' significava uma coisa diferente.


Ser "Evoliano" é bizarro, por que Evola tem fases, o cara vai seguir o Evola do inicio, meio ou fim da carreira?

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''Justamente por ser reativo e natural, tentativas de racionalizar o conservadorismo, ou "sistematiza-lo" vai dar com os burros nágua em um mar de contradições. Historicamente conservadores de outras épocas queriam conservar outras coisas e outras posições.''

É como aquilo que falei de alguns caras que simplesmente são tradicionalistas, sem nunca sequer ter falado ou conhecido de fato a palavra..A coisa é em boa medida 'natural'.

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Ragnar Lothbrok escreveu:
Dos três, reacionário me parece o termo mais ''miúdo'', que tem menos conceitualização teórica e profundidade, e mais utilização política-jornalística de xingamentos baratos e reclamação. É mais um adjetivo que carece de um raízes firmes.


E esse é precisamente o charme que vejo no termo.

Eu tenho algumas posições pessoais que são tudo menos conservadoras, mas me declaro reaça porque me dá muita liberdade, ao mesmo tempo em que não permite que eu seja enquadrado como farsante (como se faz com quem diz que direita e esquerda não existem).

Reaça pode ser qualquer coisa. Stalinista pode ser reaça.

Quando digo que sou, e me perguntam daí "então você é contra o Bolsa Família?", respondo: não, não sou. Não faz o menor sentido pra mim o Estado deixar abandonado à miséria um segmento da população e ainda esperar que esse segmento cumpra suas leis.

Como um "reaça ambíguo", eu tenho perfeita liberdade pra debater sem permitir que me enfiem numa caixinha a partir do qual a pessoa (pensa que) conhece todas minhas posições e portanto meu caráter. Satisfação essa que não devo a ninguém.

Sou crítico quanto ao feminismo, por exemplo. Se me perguntam "és antifeminista então?", respondo: "não. Feminismo é um assunto para as mulheres. Não me diz respeito. Façam o que quiserem. Não digo a ninguém como viver sua vida. E tampouco escuto quem tenta me dizer como viver a minha - inclusive as feministas."

Um conceito claro e rígido do que pode significar "reaça" não me beneficiaria em nada.

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Ragnar Lothbrok escreveu:
''Justamente por ser reativo e natural, tentativas de racionalizar o conservadorismo, ou "sistematiza-lo" vai dar com os burros nágua em um mar de contradições. Historicamente conservadores de outras épocas queriam conservar outras coisas e outras posições.''

É como aquilo que falei de alguns caras que simplesmente são tradicionalistas, sem nunca sequer ter falado ou conhecido de fato a palavra..A coisa é em boa medida 'natural'.


Suspeito que quando há uma ideologia envolvida, provavelmente esse algo não é completamente orgânico.

Diferentemente de "machista", por exemplo: mais do que uma ideologia é um comportamento.

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Quem tem aquilo que os chineses chamam de "experiência de vida"(vide link, risos) praticamente vira reaça, e reage a tentativas de engenharias sociais criadas por hiper-intelectualizados, coisas que um pai de família, ou alguém que vive o "mundo real" sabe que é lorota.

O problema é quando tentam racionalizar esse "reacionarismo" para transforma-lo numa ideologia de defesa de velhas elites arcaicas, responsáveis por problemas sociais. Dai de "reacionário", o sujeito termina lambeco o saco de tipos Sarney.

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Rant Casey escreveu:
Ragnar Lothbrok escreveu:
''Justamente por ser reativo e natural, tentativas de racionalizar o conservadorismo, ou "sistematiza-lo" vai dar com os burros nágua em um mar de contradições. Historicamente conservadores de outras épocas queriam conservar outras coisas e outras posições.''

É como aquilo que falei de alguns caras que simplesmente são tradicionalistas, sem nunca sequer ter falado ou conhecido de fato a palavra..A coisa é em boa medida 'natural'.


Suspeito que quando há uma ideologia envolvida, provavelmente esse algo não é completamente orgânico.

Diferentemente de "machista", por exemplo: mais do que uma ideologia é um comportamento.


Sim, Tradicionalistas como Evola e Guenon de fato tem ideologia envolvida, já este outro tipo tem um caráter orgânico muito maior. Seria como um Samurai e sua cultura, costumes e etc..

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Deixa eu ver se entendi - me corrijam demônios:

Reacionário: contra mudanças naturais (o devir) e "artificiais" (ex.engenharia social);

Conservador: contra mudanças artificiais;

Tradicionalista: o único que entendo consistente no Brasil é o gaúcho com seus CTG´s espalhados. "As mudanças sociais não importam, desde que não impeçam que eu tome meu chimarrão, e complete as frases com "Tchê barbaridade"."

Nesse sentido tenho certa dose de perenialismo, estou tendo aulas particulares de alemão - tentativa inconsciente de resgate à origem?

Igualmente estou me programando para passar umas duas semanas nuns parentes do Rio Grande, que só falam português quando vão à cidade.

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Radamanto escreveu:
Tradicionalista: o único que entendo consistente no Brasil é o gaúcho com seus CTG´s espalhados. "As mudanças sociais não importam, desde que não impeçam que eu tome meu chimarrão, e complete as frases com "Tchê barbaridade"."


Tem o de internet, só defende tradição na internet. Fora dela é tão cosmopolita quanto o cara dessa foto que uso.

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White Witch escreveu:

Essa impotência não é "culpa" do conservadorismo, é algo intrínseco, o ser humano praticamente nasce conservador, por que essa é uma função cultura básica: para que não tenhamos que reinventar a roda, simplesmente assumimos certas coisas como certas, essas coisas são aprendida pelo contato direto com os pais ou algum tipo de tradição social.

Mas justamente por ser natural, é algo que não é acostumado a ser pensado, quando surge intelectualidade conservadora, existe algo "fedendo" no pedaço, e tem 2 hipoteses. 1 - existe uma injustiça social gritante, então aliados de velhas forças politicas se "debatem" para tapar o sol com a peneira ou 2 - existe tentativa de engenharia social em andamento, o conservadorismo surge como anticorpos, um efeito reativo.


Um exemplo é a questão da masculinidade. Há pouco tempo atrás ninguém pensava no que significa "ser homem". Agora o assunto anda em pauta com Jack Donovan, Sócrates Nolasco e todos os tipos pensando a respeito.

O lado bom é que dá uma definição clara de coisas que você já sabe pela intuição e pelos costumes. tradição, etc. O lado ruim é, como dito, é um sintoma de que algo está "fedendo".

Última edição por Joe em 03/12/14, 02:50 pm, editado 1 vez(es)

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Rant Casey escreveu:

Eu tenho algumas posições pessoais que são tudo menos conservadoras, mas me declaro reaça porque me dá muita liberdade, ao mesmo tempo em que não permite que eu seja enquadrado como farsante (como se faz com quem diz que direita e esquerda não existem).

Reaça pode ser qualquer coisa. Stalinista pode ser reaça.

Quando digo que sou, e me perguntam daí "então você é contra o Bolsa Família?", respondo: não, não sou. Não faz o menor sentido pra mim o Estado deixar abandonado à miséria um segmento da população e ainda esperar que esse segmento cumpra suas leis.

Como um "reaça ambíguo", eu tenho perfeita liberdade pra debater sem permitir que me enfiem numa caixinha a partir do qual a pessoa (pensa que) conhece todas minhas posições e portanto meu caráter. Satisfação essa que não devo a ninguém.

Sou crítico quanto ao feminismo, por exemplo. Se me perguntam "és antifeminista então?", respondo: "não. Feminismo é um assunto para as mulheres. Não me diz respeito. Façam o que quiserem. Não digo a ninguém como viver sua vida. E tampouco escuto quem tenta me dizer como viver a minha - inclusive as feministas."

Um conceito claro e rígido do que pode significar "reaça" não me beneficiaria em nada.


O problema é que, se você não se encaixa exatamente em critérios pré-estabelecidos e rasos, vc causa um curto-circuito na cabeça de quem segue ideologia A ou B.

Se você é contra o aborto, mas a favor do casamento gay, contra cotas para negros, mas a favor do bolsa família, isso deixa os esquerdistas confusos. "Ele é amigo ou inimigo?".

Idem para conservadores. Se você é contra o aborto, mas é ateu, isso também causa um curto na cabeça dos "reaças" e conservadores.

É uma mentalidade de rebanho, no sentido de que não entendem que pessoas são indivíduos com ideias particulares a respeito de diversos assuntos e ninguém precisa seguir à risca cartilha de grupo nenhum.

Observem que, quanto mais problemas de autoestima a pessoa tem, mais ela adota essa postura "todo mundo tem que pensar igual a mim". Um exemplo é a gorda feminista. Basta alguém de seu "grupo" discordar que já é tachado de reaça. Vi esses dias no "feice" uma menina dizer que era feminista, mas contra o aborto. Pronto, foi só o que precisava para cairem em cima dela.

Notem que nos tempos da OLODM acontecia o mesmo: ou vc era "cafa" ou "homem justo", sem meio-termo ou terceira via.

Segundo o Kaczynski, quanto mais insegura a pessoa, mais ela tende a adotar uma mentalidade coletivista do tipo "todos pensando igual" pq essa é a única forma de ter autoestima que ela conhece. Uma coisa bem estilo a raça dos Borgs do Star Trek.

Da minha parte, eu me defino conforme a necessidade de irritar a besta quadrupede. Se o animal me chama de machista, eu digo "eu sou o homem mais machista do mundo", se me chamam de fascista, eu digo "vc não viu nada. Mussolini é uma donzela perto de mim". Essa é uma ótima forma de irritar idiotas e escapar de rótulos.

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"Idem para conservadores. Se você é contra o aborto, mas é ateu, isso também causa um curto na cabeça dos "reaças" e conservadores."

Me considero conservador (O que eu ando conservando, Rant? Bem, ao menos minha dignidade, minha sanidade e minha alma) e não tenho problema nenhum com ateus. O problema, em última instância, é dele. Eu mesmo sou homem de pouca fé.

O que eu tenho problema é com ateu militante, que é a esmagadora maioria e é só outro nome pra idiota útil chato pra caceta.

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