O que vem aí: profecias de mais deterioração da imagem pública das universidades
Bret Weinstein é professor de biologia no centro universitário de Evergreen, no estado de Washington, EUA. Escreveu um e-mail muito cordial, mas em dissenso contra um plano de ativistas locais, especialmente entre os estudantes, de forçar o campus a ter "um dia sem gente branca". A idéia parece seguir outras manifestações, como um recente dia sem mulheres, em que as mulheres se retirariam voluntariamente para mostrar que fazem falta. No entanto, o dia sem gente branca inverte a fórmula: é uma tentativa de intimidar e expulsar um grupo com base em raça por um dia. É tecnicamente ilegal no país desde a aprovação da peça legal "Title VI", que baniu a segregação das leis Jim Crow nos Estados Unidos. Mas não espere que os estudantes sejam acusados de tentar violar a lei, ninguém alto na hierarquia de Evergreen fará isso no atual clima político de proteção exagerada a todos que vestirem a camisa de oprimido.
Bret Weinstein diz, num e-mail a Rashida Love, funcionária com uma função de "serviços de aconselhamento multicultural", que não conseguiu se manifestar antes porque a exposição dos planos segregacionistas sequer foi aberta a perguntas, apesar da retórica dos defensores de estarem "abrindo diálogo".
"Num campus universitário", disse Weinstein no e-mail, "o direito à expressão nunca deve ser baseado em cor da pele". E terminou a carta se oferecendo para ensinar sobre a biologia das características ditas raciais em humanos. ( https://twitter.com/williamtresed…/status/867442967664934912 )
O que se seguiu a esse e-mail é previsível para quem vem acompanhando o clima político dos campi americanos nos últimos anos: acusação maluca de que a carta seria "racista", mais protestos, gritaria ( https://www.youtube.com/watch?v=qCZNCmMFwcI ), e, é claro, chamados pela demissão de Weinstein.
Jordan Peterson, professor de psicologia canadense, ele mesmo alvo de protestos estudantis histéricos por não concordar com um projeto de lei que forçaria canadenses a adotar uma invenção ideológica de "pronomes neutros", descreve o comportamento de sadismo interpretativo dos estudantes como parte do fenômeno da "possessão ideológica". Num certo sentido, esses estudantes não estão pensando mais, mas servindo de megafones para crenças rígidas pelas quais foram possuídos - como uma possessão demoníaca. Quem já interagiu com esse tipo de militante sabe a acurácia dessa descrição. Peterson avisou, também, que o próximo alvo da nova ideologia - que costuma estar intimamente ligada aos leitores de "teoria" interseccional, feminismo radical e "teoria" "queer" - são justamente os biólogos.
A julgar pelo modo como tenho sido tratado por mostrar evidências de que há biologia no gênero, na orientação sexual, na transexualidade (e o que vem por aí é uma defesa da ciência médica que mostra os riscos à saúde CAUSADOS pela obesidade - não apenas "correlacionados", como querem alguns), e por ser crítico sarcástico e veemente das idéias por trás dessas militâncias tóxicas, vejo muita verdade na profecia pessimista de Peterson.
Ideólogos desse tipo autoritário estão ganhando fama e prestígio no Brasil. Então acho que nossa tendência de imitar o que se passa nos EUA, especialmente nesse ambiente universitário com mais mania de tentar moldar o mundo a si do que curiosidade, justifica a previsão de que as coisas tendem a piorar também por aqui.


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