O que chama mais atenção nos movimentos que você chamou de “identitários” é justamente a falta de identidade. O que as mulheres querem? Trabalhar tanto quanto os homens ou trabalhar menos? Eu, por exemplo, quero trabalhar muito, muito menos (risos). O que os negros querem? Voltar para a África ou ganhar tão mal quanto os brancos que trabalham para o mercado? Eu, por exemplo, não quero voltar para a África (já morei lá, já fiz essa parte) e não quero ganhar mal (risos). Ou seja, qualquer movimento identitário advindo de um país sem identidade terá dificuldade de saber pelo que lutar. Isso não quer dizer que não deva-se se reunir, pelo contrário. Mais do que nunca, as quase- identidades têm que se conscientizar de sua condição e trabalhar para descobrir/criar uma identidade profunda. Acredito piamente nesse caminho. Mas é preciso consistência.
A Esquerda, por fim, já se comprovou ineficiente na lida com os aspectos da Modernidade e, no caso das Américas, com o agravante de extirpar do povo os aspectos espirituais e religiosos, mesmo quando depois tratou de reavê-los (a Teologia da Libertação, por exemplo – aliás, movimento que não serviu muito de padrão para outros. Posso estar enganada, mas não tenho conhecimento de que no seio das religiões afro-brasileiras se discutam esses aspectos com essa clareza, e veja que estamos falando das religiões mais identitárias do Brasil, até por que são uma das peças mais arcaicas que ainda temos).
https://brasilmultipolar.wordpress.com/2015/06/24/identidade-territorio-e-raizes-brasileiras-uma-entrevista-com-flavia-virginia/
LOLZZZZZ ela é filha do Djavan.