O Cristianismo assimilou boa parte da filosofia grega, mas deu ao humanismo feição diversa: ao invés de fazer de Deus preocupação do homem, inverteu os pólos da equação e fez do homem preocupação de Deus, negando a aquele os atributos deste, que passaram a ter extensão imensamente maior do que os poucos e fracos atributos dos “humanizados” deuses criados pelos gregos, pois estes recusavam à divindade atributos que consideravam absurdos porque totalmente incompreensíveis à sua mente prática e racional, como é o caso do atributo da perfeição absoluta do Deus cristão. O “humanismo” só voltaria a ser tema de debates na Renascença e os melhores intelectuais da época, como D’Avinci, Erasmus, Morus e Michelangelo, eram notórios humanistas à moda grega, embora católicos devotos. Na ocasião a Grécia de há muito perdera seu esplendor intelectual e era página virada da História, tendo voltado a ser o país insignificante que a natureza talhara para ser, mas o período áureo da sua cultura no primeiro milênio antes de Cristo, embora totalmente inexplicável, continuava a existir nos sonhos dos poetas e dos artistas, no pensamento dos filósofos de todas as tendências e nos projetos inovadores dos letrados, inspirando-os a vôos mais ousados e às mais brilhantes realizações.


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