Ashura escreveu: Sujeito chupar pica é objetivamente humilhante. Não interessa se ele acha isso ou não. No fundo ele deve saber que é, no entanto, e gostar disso. Vide Tyler Cuckold, aquele am... conhecido do Caio.
E nas palavras célebres deste, "vai entender a doença".
O negócio do chupar pica ser humilhante me lembrou duma história que meio que vai ao encontro do teu ponto, mas há poréns nela. Não sei se tu conhece essa curiosidade, mas se conhece, fica para os outros daí.
Em Roma havia uma prática chamada "Irrumatio", que consistia em forçar o pau dentro da boca de outro. Hoje em dia os franceses conservam o insulto, que é mais ou menos "vou estuprar sua cabeça". Era uma espécie de "estupro oral corretivo", que partia do pressuposto de que ao entrar uma jeba na boca do sujeito, nada mais que saísse dela podia ser levado a sério. (Acho que joga uma luz também sobre porquê os romanos levavam a opinião das mulheres na consideração que levavam - pouca).
Poder-se-ia dizer que entre os romanos, "ter sua cabeça estuprada" era definitivamente humilhante, até porque era uma questão de aceitar uma coerção mesmo que tecnicamente o sujeito pudesse até revidar. Ex: podendo morder e arrancar fora a trosoba do ofensor, o outro aceita calado a humilhação (parte importante da razão de eles acharem que "não existe um calaboca melhor do que socando-lhe vara na goela).
Eu sinceramente não sei o que eles pensavam disso se feito com consensualidade, mas visto que os caras eram casca grossa, não deviam ser muito entusiastas disso.
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Abrindo um parêntesis aqui, isso vem ao encontro da minha suspeita de que a homossexualidade romana e grega era acima de tudo uma "hierárquica", e que os autores que se entusiasmam com a possibilidade de uma civilização que fosse uma sauna gay iludem-se: provavelmente era mais como a homossexualidade prisional, de caráter fortemente hierárquico.
Suponho até que os homens até que os homens que gostam de sodomizar suas companheiras o fazem com algum tipo de desejo fortemente ligado a uma power trip. E a forma como mulheres que gostam de sexo anal o descrevem (como estarem subjugadas) indica conivência e um gosto compartilhado.
Aqui tem uma bifurcação no ponto de vista biológico. Por um lado obviamente isso não aumenta o vigor reprodutivo da espécie, que só se beneficia de sexo via vagina. Por outro, Desmond Morris em O Macaco Nu cataloga as formas através dos quais o ser humano, sendo carnívoro por adoção, preserva atavismos típicos dos herbívoros. Ele não aponta isso diretamente, mas entre herbívoros é comum a "pseudocopula" para estabelecer hierarquia. Depois de brigar pra ver quem é o cara, é comum entre dois herbívoros um macho montar o outro.
Se o trem de suposições está correto - e aparentemente o cristianismo removeu a prática do leque de demonstrações vulgares de poder, tendo ela ficado relegada a confins como presídios e guerras - então muita coisa se explica. De cadeias, ao senso de desonra envolvido no homossexualismo, ao hábito do coito anal com as mulheres, a...
... porra sei lá. A teoria é boa mas praticamente inútil.