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Fórum para homens a moda antiga


Problemas no Trabalho

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Sir D. Fortesque
NicolasPK
Joe
Ashura
Rant Casey
White Witch
10 participantes

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Eu acho muito complicado acordar e pensar: "Putz, vou ter que fazer as mesmas coisas de ontem!". Se eu entro em uma instituição burocrática, acho bacana até aprender o serviço, depois começa a ficar chato e repetitivo. Teus colegas adoram agressão passiva, um bando de mulher solteira que se odeia, chefe de mal humor sempre, politicalha de órgão público. De qualquer forma, você tem plano de saúde, um salário razoável, estabilidade, férias.

Poderia me dedicar aos esportes radicais enquanto estou de folga, mas o que eu realmente queria era poder ter paixão pelo meu trabalho e parece que eu NÃO POSSO ter isso. Preciso ser uma espécie de máquina e mostrar somente produtividade.

Pergunto aos nobres colegas quais profissões permitem esse sentimento. Penso em virar paraquedista, ou fotógrafo futuramente, mesmo que não me garanta muito em termos de dinheiro, porque ao menos estarei contente.

Conversei com um policial e ele se mostrou cansado com o serviço.

Sobre biólogos, a maioria não tem colocação depois de formada e a minoria que se dedica à pesquisa de campo.

Os colegas possuem alguma ideia do que pode ser bacana a longo prazo? É muito foda pra mim ficar 30 anos na frente de um pc, como escrevente judiciário ou como TI.

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Cara, tu não vai fazer o concurso da Polícia Civil de Pernambuco? Garanto que lá não falta emoção pra ti... Agora, em carreiras policiais, seja ela militar ou judiciária, é fato que rola muito assédio profissional mesmo.

Tirando carreiras policiais, uma área que pode ser bastante interessante é entrar na carreira diplomática, tendo como único obstáculo a pedreira que é o teste para o Instituto Rio Branco. Meus planos a longo prazo envolvem trabalhar nesse ramo de relações exteriores, não vejo como ficarei entediado morando de três em três anos num país diferente e com problemas ímpares. Até mesmo na Receita Federal do Brasil tem como o cara trabalhar lá fora, como um "Mateus Diplomático". E no tempo livre que tu tiver por lá, pode ser fotografo, mergulhador, baladeiro ou o que for...

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Veja bem, a solução é não trabalhar. "trabalho ideal" isso não existe.

Qual o melhor trabalho? aquele que tu gosta?
Não.
O melhor trabalho é que se trabalhar pouco.

Hoje sou sócio de empresa, ganho muito e entro as 9:00, sou o chefe.

O lance é chegar nesse tipo de coisa saca?

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Eu acho meio místico esse papo de gostar do trabalho. Ás vezes tu não gosta realmente da tua profissão, ou até gosta mas um ambiente de trabalho específico é ruim e acaba estragando o gosto no que se faz.

Olha, no final dos anos 90 e início dos anos 2000, havia todo um papo de TEÓRICOS da Administração de que você tinha que amar seu trabalho, ser motivado, e etc e tal... simplesmente de feliz. Sabe? Se motivar sem sequer ganhar mais por isso. Um dos gurus dessa bobagem é um tal de Peter Drucker que nunca administrou porra nenhuma em sua vida, um acadêmico bobalhão que fica inventando teorias de poltrona e escrevendo livros que, não me pergunte como, acabaram sendo levados a sério por gente que deveria saber melhor.

Não detestar sua profissão ou função é um ótimo começo. Se o problema é o ambiente, assim que puder mude de repartição ou empregador...

Mas não entra muito na viagem de que trabalho certo é aquele em que todo mundo é sorridente, nada dá errado, não existe hora extra, etc. Se trabalho fosse gostoso a gente fazia de graça, e colegas de trabalho são humanos, o que em média, são um animal meio intolerável mesmo.

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Todo esse papo de "você tem que fazer o que gosta" me fez sair de um curso de Biotecnologia pra ir pra História. Agora não tem volta, que o primeiro curso era em tempo integral. A própria essência do conselho ruim.

Esse papo de "gostar de trabalhar" é um resquício de outra era, e pura propaganda burguesa. "Você é um malandro/vagabundo" = "Você não está limitando sua existência a maximizar meus lucros".

Se existe alguém que "gosta de trabalhar" são apenas operários de bola de demolição. Com o ganha pão o sujeito já elimina a necessidade de terapia ou videogame.

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"O homem só percebe que tá ficando velho quando o trabalho começa a dar prazer e quando o prazer começa a dar trabalho".

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Drago escreveu:
Cara, tu não vai fazer o concurso da Polícia Civil de Pernambuco? Garanto que lá não falta emoção pra ti... Agora, em carreiras policiais, seja ela militar ou judiciária, é fato que rola muito assédio profissional mesmo.

Tirando carreiras policiais, uma área que pode ser bastante interessante é entrar na carreira diplomática, tendo como único obstáculo a pedreira que é o teste para o Instituto Rio Branco. Meus planos a longo prazo envolvem trabalhar nesse ramo de relações exteriores, não vejo como ficarei entediado morando de três em três anos num país diferente e com problemas ímpares. Até mesmo na Receita Federal do Brasil tem como o cara trabalhar lá fora, como um "Mateus Diplomático". E no tempo livre que tu tiver por lá, pode ser fotografo, mergulhador, baladeiro ou o que for...


Teve um conhecido da minha irmã que entrou no Rio Branco e atualmente eles ficam muito tempo no mesmo lugar, isso se realmente forem para o exterior. Não há dinheiro na Instituição e falta luz e muitas embaixadas! Se você for para um país com guerra civil, ou com altos índices de criminalidade, você só poderá sair com escolta armada.
O assédio moral na Rio Branco também é latente. São os "militares de terno". Você não pode fazer absolutamente nada que não tenha sido autorizado.
Um terceiro secretário (é como você sai da escola) está tirando uns R$7000,00 por mês. Outros cargos podem ser mais fáceis de entrar e podem pagar mais.

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Rant Casey escreveu:
Eu acho meio místico esse papo de gostar do trabalho. Ás vezes tu não gosta realmente da tua profissão, ou até gosta mas um ambiente de trabalho específico é ruim e acaba estragando o gosto no que se faz.

Olha, no final dos anos 90 e início dos anos 2000, havia todo um papo de TEÓRICOS da Administração de que você tinha que amar seu trabalho, ser motivado, e etc e tal... simplesmente de feliz. Sabe? Se motivar sem sequer ganhar mais por isso. Um dos gurus dessa bobagem é um tal de Peter Drucker que nunca administrou porra nenhuma em sua vida, um acadêmico bobalhão que fica inventando teorias de poltrona e escrevendo livros que, não me pergunte como, acabaram sendo levados a sério por gente que deveria saber melhor.

Não detestar sua profissão ou função é um ótimo começo. Se o problema é o ambiente, assim que puder mude de repartição ou empregador...

Mas não entra muito na viagem de que trabalho certo é aquele em que todo mundo é sorridente, nada dá errado, não existe hora extra, etc. Se trabalho fosse gostoso a gente fazia de graça, e colegas de trabalho são humanos, o que em média, são um animal meio intolerável mesmo.


O trabalho que me parece legal é aquele que, apesar de todas as dificuldades (e são muitas), ainda dá gosto e um senso de satisfação no final do dia. Problemas sempre haverá; mas se o trabalho for insuportável, então você acaba sucumbindo.

Com todo o respeito, mas ter que se submeter a algo insuportável somente por causa de grana, é muito foda.

Acho que preferiria ter que ralar no sol, todos os dias, do que morrer de tédio, como ter que conferir documentação de aposentado no INSS. Admiro a molekada no youtube, tipo Everson Zoio, que ganha dinheiro fazendo merda na internet.

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Eu até acredito que realmente exista isso de "gostar do trabalho".

Se o sujeito é um músico que vendeu milhões de discos eu acredito quando ele diz que gosta do que faz, acredito até quando o sujeito é apenas um músico que vive de dar aulas e tocar em bar.

O problema é que 90% dos trabalhos são "ingostáveis". Como é possível, por exemplo, alguém gostar de ser office boy e se sentir plenamente realizado na profissão?

Mas no resto, é difícil acreditar. A maioria das profissões não oferece a mínima perspectiva de realização pessoal ou um senso de satisfação.

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Redondo_Apaixonado escreveu:
Drago escreveu:
Cara, tu não vai fazer o concurso da Polícia Civil de Pernambuco? Garanto que lá não falta emoção pra ti... Agora, em carreiras policiais, seja ela militar ou judiciária, é fato que rola muito assédio profissional mesmo.

Tirando carreiras policiais, uma área que pode ser bastante interessante é entrar na carreira diplomática, tendo como único obstáculo a pedreira que é o teste para o Instituto Rio Branco. Meus planos a longo prazo envolvem trabalhar nesse ramo de relações exteriores, não vejo como ficarei entediado morando de três em três anos num país diferente e com problemas ímpares. Até mesmo na Receita Federal do Brasil tem como o cara trabalhar lá fora, como um "Mateus Diplomático". E no tempo livre que tu tiver por lá, pode ser fotografo, mergulhador, baladeiro ou o que for...


Teve um conhecido da minha irmã que entrou no Rio Branco e atualmente eles ficam muito tempo no mesmo lugar, isso se realmente forem para o exterior. Não há dinheiro na Instituição e falta luz e muitas embaixadas! Se você for para um país com guerra civil, ou com altos índices de criminalidade, você só poderá sair com escolta armada.
O assédio moral na Rio Branco também é latente. São os "militares de terno". Você não pode fazer absolutamente nada que não tenha sido autorizado.
Um terceiro secretário (é como você sai da escola) está tirando uns R$7000,00 por mês. Outros cargos podem ser mais fáceis de entrar e podem pagar mais.


Um terceiro secretário ta tirando 15 mil reais por mês. Quem ganha 7 mil reais é o iniciante no cargo de Oficial de Chancelaria. Comparando com a hierarquia das polícias, o diplomata seria tipo um delegado, enquanto o Oficial de Chancelaria um escrivão.

Quanto aos problemas das embaixadas, é temporário, mas se for pra entrar em órgãos querendo sossego no serviço e disponibilidade de recursos, o lugar é o TCU, lá não falta nada.

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Ashura escreveu:
Se existe alguém que "gosta de trabalhar" são apenas operários de bola de demolição. Com o ganha pão o sujeito já elimina a necessidade de terapia ou videogame.


Meu conceito sempre foi detetive criminal de film noir, mas o teu exemplo é melhor.

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Redondo, primeiramente é precisar distinguir trabalho de ofício. Não há como ser feliz exercendo um trabalho, assim como o ofício de ninguém é ficar digitando o que um magistrado fala monotonamente.

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Nenhum trabalho é ruim, ruim é ter que trabalhar - MADRUGA, Seu

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Ou então o clássico: Ator pornô.

Tudo bem que vai ter um produtor bichinha por perto falando pra ele o que fazer ou não fazer, mas igual... Comer uma gostosa é comer uma gostosa.

Um "bom dia de trabalho" (Inversor de links): 565403582=yekweiv?php.oediv_weiv/moc.buhnrop.www//:ptth

Semelhante a ator pornô, está político.

Passa o dia inteiro fodendo a população, e ainda ganha uma nota e é chamado de "vossa excelência".

Passa o dia inteiro "atuando" também. Pior até que o ator pornô mais tradicional, mas com mais espontaneidade e cara-de-pau.

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Joe escreveu:


Mas no resto, é difícil acreditar. A maioria das profissões não oferece a mínima perspectiva de realização pessoal ou um senso de satisfação.


Bom, aí varia da pessoa. Eu mesmo iria ficar louco se fosse escritor. Mas bem, o SWPL do Joe já era louco quando começou.

Separo a profissão da realidade de um trabalho. Para quem tem a vocação ser médico é muito bom, mas certamente é melhor ser um num hospital de ponta do que numa masmorra do SUS.

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<---- Magina ter como trampo fotografar uma beldade dessas?

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Rant Casey escreveu:


Separo a profissão da realidade de um trabalho. Para quem tem a vocação ser médico é muito bom, mas certamente é melhor ser um num hospital de ponta do que numa masmorra do SUS.



Eu vejo as duas coisas como unha e carne. Quando um sujeito fala "eu quero ser advogado porque adoro direito" é óbvio que ele está falando no trabalho de escritório com cafezinho, ar-condicionado e a secretária gostosa, e não em ser advogado de porta de cadeia.

Mas concordo que varia de pessoa para pessoa. Hoje eu não tenho a menor vontade de chegar perto de um instrumento musical e acho que ficaria louco se tivesse que viver de música.

Entretanto, o ponto que quero chegar é que, mesmo que vc esteja na sua profissão dos sonhos e na realidade de trabalho ideal, a maioria das profissões está longe de ser ideal, seja pela sua profissão em si ou pelas condições de trabalho. É muito raro alguém conseguir conciliar as duas coisas.

Ademais, tem profissões que são "ingostáveis" por definição. Não existe ninguém que queira ser minerador ou uma condição de trabalho que torne esse serviço apaixonante.

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NicolasPK escreveu:
Redondo, primeiramente é precisar distinguir trabalho de ofício. Não há como ser feliz exercendo um trabalho, assim como o ofício de ninguém é ficar digitando o que um magistrado fala monotonamente.


E qual seria a diferença entre trabalho e ofício? Já vi o Radamanto falar a mesma coisa.

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Provavelmente a diferença entre labor e tripalium.

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Joe,

Trabalho é escravidão paga, via concurso ou Carteira de Trabalho. Seja no funcionalismo ou no setor privado. Faz-se algo que não gosta pelo dinheiro e por uma falsa sensação de segurança. Algo meio Black Mirror.

Ofício é atividade liberal, como sapateiro, metalúrgico, encanador, eletricista, barbeiro, vendedor, escritor, artista plástico, atleta, etc. É uma habilidade desenvolvida sem a necessidade de um estudo formal acadêmico, embora possa ter formação técnica.

Profissão é a atividade oriunda do estudo formal acadêmico. Médico, engenheiro civil, farmacêutico, advogado, dentista...

As únicas duas atividades esportivas consideradas "profissionais" pela lei trabalhista são a do pugilista (boxe) e a do jogador de futebol. As demais são amadoras: vôlei, basquete. etc.

Mas sempre é melhor ser um ótimo eletricista do que um engenheiro elétrico medíocre. Melhor ser excelente em algo menor do que mediano em algo maior.

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Radamanto escreveu:
Joe,

Trabalho é escravidão paga, via concurso ou Carteira de Trabalho. Seja no funcionalismo ou no setor privado. Faz-se algo que não gosta pelo dinheiro e por uma falsa sensação de segurança. Algo meio Black Mirror.

Ofício é atividade liberal, como sapateiro, metalúrgico, encanador, eletricista, barbeiro, vendedor, escritor, artista plástico, atleta, etc. É uma habilidade desenvolvida sem a necessidade de um estudo formal acadêmico, embora possa ter formação técnica.

Profissão é a atividade oriunda do estudo formal acadêmico. Médico, engenheiro civil, farmacêutico, advogado, dentista...

As únicas duas atividades esportivas consideradas "profissionais" pela lei trabalhista são a do pugilista (boxe) e a do jogador de futebol. As demais são amadoras: vôlei, basquete. etc.

Mas sempre é melhor ser um ótimo eletricista do que um engenheiro elétrico medíocre. Melhor ser excelente em algo menor do que mediano em algo maior.


Acho interessante adicionar que o ofício pode ser passado de pai para filho.

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Sim, bem lembrado. Também por guildas na antiguidade (pedreiros, mineiros, tecelões). As corporações de "ofício".

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Radamanto escreveu:
Joe,

Trabalho é escravidão paga, via concurso ou Carteira de Trabalho. Seja no funcionalismo ou no setor privado. Faz-se algo que não gosta pelo dinheiro e por uma falsa sensação de segurança. Algo meio Black Mirror.

Ofício é atividade liberal, como sapateiro, metalúrgico, encanador, eletricista, barbeiro, vendedor, escritor, artista plástico, atleta, etc. É uma habilidade desenvolvida sem a necessidade de um estudo formal acadêmico, embora possa ter formação técnica.

Profissão é a atividade oriunda do estudo formal acadêmico. Médico, engenheiro civil, farmacêutico, advogado, dentista...

As únicas duas atividades esportivas consideradas "profissionais" pela lei trabalhista são a do pugilista (boxe) e a do jogador de futebol. As demais são amadoras: vôlei, basquete. etc.

Mas sempre é melhor ser um ótimo eletricista do que um engenheiro elétrico medíocre. Melhor ser excelente em algo menor do que mediano em algo maior.


A diferença ainda me parece tênue, visto que todos os casos vc acaba trabalhando por dinheiro, e muitas vezes sem gostar do que está fazendo.

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Não é tênue, Joe.

"Trabalho" é um conceito técnico, necessita de requisitos concomitantes, como: subordinação, não-eventualidade, pessoalidade e onerosidade.

Um profissional, ou alguém que exerce um ofício, não trabalha, presta serviço, seja como atividade-meio (sem resultado garantido: curar uma doença, ganhar uma ação, escrever um best seller) ou atividade-fim (com resultado garantido: cirurgia estética, prestar consultoria, escrever um prefácio).

Ambos não obedecem a ordens (sem subordinação: clientes não são chefes) e a rotinas (ausência da não-eventualidade). Podem delegar serviços (ausência de pessoalidade) e se não quiserem cobrar, não cobram (não há necessária onerosidade: trabalhador e servidor são "obrigados" a ter estipêndio).

Portanto, o suscitado critério subjetivo não atenua a disparidade. Um profissional que não gosta do que faz, não é bom em seu mister ou, ainda, somente o faz por dinheiro, não perde por isso sua definição. Ser profissional não é adjetivo/qualidade é substantivo/ser. Embora no senso comum diga-se com frequência: "isso foi feito por um profissional" no lugar de “isso foi feito por um expert”.

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Entendi melhor agora, obrigado.

Tenho pensado muito sobre trabalho porque todo mundo adora me dizer o quanto eu sou "privilegiado" por ter uma merda de um doutorado, quando na verdade não dou a mínima para isso e não estou nem um pouco empolgado em ser professor universitário ("ah! Mas paga bem", e eu digo: "foda-se").

Hj mesmo eu li um trecho de uma carta do Robert E. Howard que é pertinente a discussão.

________

Howard always insisted that he chose writing as his profession simply because it gave him the freedom to be his own boss: “I could have studied law, or gone into some other occupation, but none offered me the freedom writing did – and my passion for freedom is almost an obsession…. Personal liberty may be a phantom, but I hardly think anybody would deny that there is more freedom in writing than there is in slaving in an iron foundry, or working – as I have worked – from 12 to 14 hours, seven days a week, behind a soda fountain. I have worked as much as eighteen hours a day at my typewriter, but it was work of my own choosing…. I’ve always had a honing to make my living by writing, ever since I can remember, and while I haven’t been a howling success in that line, at least I’ve managed for several years now to get by without grinding at some time clock-punching job.” Whatever his reasons, once Howard had determined upon his path, he was completely committed to it, despite the obstacles.

http://www.rehfoundation.org/a-short-biography/

______

O curioso dessa carta é que Howard com outras palavras diz a mesma coisa Ernst Jünger em Eumeswil, a saber, o ser humano deseja liberdade, não poder pelo poder em si. Para Howard, essa liberdade inclui poder escolher no que vc quer trabalhar, o que é difícil, visto que nem sempre o que vc gostaria de trabalhar é o que vai colocar comida na sua mesa.

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