Seguinte:
Vcs já devem saber que é modinha essa coisa de "mulher forte e independente". Agora todo filme ou livro tem que ter uma mulher boa de porrada (na prática é isso, basta ver o novo Mad Max ou o novo Star Wars). E há toda uma aporrinhação de que escritores e roteiristas de cinema e quadrinhos devem colocar personagens femininas "fortes" em suas histórias para dar "exemplos positivos" as mulheres.
Em "O Homem Domado" Esther Villar argumenta que homens que idealizam mulheres "fortes e independentes" no fundo são homens fracos em busca de uma figura materna substituta. Uma coisa bem freudiana.
Pausa para uma curiosidade: Nas minhas pesquisas sobre artes marciais me deparei com essa entrevista com Hélio Gracie.
E não é que ele diz praticamente a mesma coisa que Esther Vilar quando perguntado sobre o assunto?
PLAYBOY – O que o senhor pensa a respeito da independência feminina?
GRACIE – Espere um pouco. [Levanta-se e volta com uma pasta, de onde pega um papel manuscrito e começa a ler.] "Para mim é fácil diagnosticar os homens que preferem mulheres independentes: os cafetões, os efeminados, os preguiçosos, os indivíduos de personalidade fraca e frouxa, que gostam que as mulheres os protejam, em vez de protegê-las. A natureza não criou o homem e a mulher por engano, mas sim para que cada um faça a sua parte. O homem para sustentar a mulher e ela para cuidar dos filhos, que serão os homens com H maiúsculo de amanhã." [Guarda o papel de volta na pasta.] A falta de homens de valor hoje é tão grande que as mulheres, coitadinhas, não têm outra opção a não ser bancar as independentes.
http://fisiculturismo.com.br/forum/topic/19973-quem-j%C3%A1-viu-essa-entrevista-de-helio-gracie/
Pois bem, eu até então achava que isso era um fenômeno do mundo moderno. Mas me deparei com esse texto do historiador Martin van Creveld (figura já conhecida aqui) onde ele tbm aborda o tema.
Creveld fala sobre as supostas guerreiras curdas que estão dando trabalho para o Estado Islâmico.
Para quem não sabe da história:
http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/34555-guerreiras-curdas-contra-o-estado-islamico
Essas imagens de guerreiras fodonas circulam por toda a internet, fazendo a alegria de feministas e SWPL em geral.
Creveld questiona a veracidade da história aqui:
http://www.martin-van-creveld.com/?p=386
O resumo do texto: Creveld afirma que não há a menor prova de que tais amazonas modernas existam, visto que qualquer fotógrafo pode pegar uma camponesa, colocar uma bazuca nos seus braços, tirar uma foto e afirmar que são guerrilheiras. Ademais, ninguém apareceu com uma mísera entrevista com uma dessas mulheres ou algo parecido, sem contar as informações estranhas do tipo "um coronel comanda um grupo de 30 guerrilheiras" (quem conhece o mínimo de hierarquia militar sabe o quanto essa afirmação é esquisita), entre outras incoerências.
O cerne do texto de Creveld é que é muito fácil alguém falar que existe amazonas modernas num lugar que fica na puta que pariu e quase ninguém tem acesso. "Porque essas amazonas nunca aparecem em lugares de fácil acesso onde se possa verificar?", ele pergunta, e observa que essa prática data desde o tempo dos gregos.
Confiram essa trecho-chave:
And why the Kurds? All Western armies now have legions of heroic fighting females. So why should anyone go all the way to Kurdistan, normally not the most important, progressive, or interesting place in the world, to hunt for them? Shouldn’t they be everywhere? Perhaps the history of the Greek Amazons provides an answer. Originally they were supposed to live in Phrygia, not far from the city of Troy which they vainly tried to save from the Greeks. Next, since they could not be found there, they shifted their habitat to the country north of the Black Sea. When they could not be found there they shifted their habitat to Libya. Next, since they could not be found they moved into the “frontiers of the inhabited world.” Or so the historian Diodorus, who wrote between about 60 and 30 BC, says.
Considerando que a fascinação por mulheres guerreiras data do começo dos tempos, Creveld oferece a seguinte resposta:
The combination of combat with cleavage continues to fascinate the male mind. Throughout history, that fascination has led to strange results. Down to the end of the nineteenth century female on female duels—there were a few—always drew crowds of leering men. Nowadays the same happens wherever a “catfight” is announced. Nothing like a couple of half-naked women bashing one another to get to get spectators on their feet! Meanwhile real fighting women remain as rare as they were when Alexander vainly looked for them.
Em suma, Vilar e Gracie dizem que a fascinação por mulheres guerreiras é coisa de bundões. Creveld afirma que é um fetiche sexual masculino ver gostosas de peitões empunhando armas.
Essa parte do "fetiche sexual" tenho dificuldades de entender, e me pergunto se não estaria relacionado com o sujeito ser um bundão. Por que se for, então bundões existem a rodo e desde o tempo de Alexandre - o Grande.
Ajudem-me a entender essa merda.
Vcs já devem saber que é modinha essa coisa de "mulher forte e independente". Agora todo filme ou livro tem que ter uma mulher boa de porrada (na prática é isso, basta ver o novo Mad Max ou o novo Star Wars). E há toda uma aporrinhação de que escritores e roteiristas de cinema e quadrinhos devem colocar personagens femininas "fortes" em suas histórias para dar "exemplos positivos" as mulheres.
Em "O Homem Domado" Esther Villar argumenta que homens que idealizam mulheres "fortes e independentes" no fundo são homens fracos em busca de uma figura materna substituta. Uma coisa bem freudiana.
Pausa para uma curiosidade: Nas minhas pesquisas sobre artes marciais me deparei com essa entrevista com Hélio Gracie.
E não é que ele diz praticamente a mesma coisa que Esther Vilar quando perguntado sobre o assunto?
PLAYBOY – O que o senhor pensa a respeito da independência feminina?
GRACIE – Espere um pouco. [Levanta-se e volta com uma pasta, de onde pega um papel manuscrito e começa a ler.] "Para mim é fácil diagnosticar os homens que preferem mulheres independentes: os cafetões, os efeminados, os preguiçosos, os indivíduos de personalidade fraca e frouxa, que gostam que as mulheres os protejam, em vez de protegê-las. A natureza não criou o homem e a mulher por engano, mas sim para que cada um faça a sua parte. O homem para sustentar a mulher e ela para cuidar dos filhos, que serão os homens com H maiúsculo de amanhã." [Guarda o papel de volta na pasta.] A falta de homens de valor hoje é tão grande que as mulheres, coitadinhas, não têm outra opção a não ser bancar as independentes.
http://fisiculturismo.com.br/forum/topic/19973-quem-j%C3%A1-viu-essa-entrevista-de-helio-gracie/
Pois bem, eu até então achava que isso era um fenômeno do mundo moderno. Mas me deparei com esse texto do historiador Martin van Creveld (figura já conhecida aqui) onde ele tbm aborda o tema.
Creveld fala sobre as supostas guerreiras curdas que estão dando trabalho para o Estado Islâmico.
Para quem não sabe da história:
http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/34555-guerreiras-curdas-contra-o-estado-islamico
Essas imagens de guerreiras fodonas circulam por toda a internet, fazendo a alegria de feministas e SWPL em geral.
Creveld questiona a veracidade da história aqui:
http://www.martin-van-creveld.com/?p=386
O resumo do texto: Creveld afirma que não há a menor prova de que tais amazonas modernas existam, visto que qualquer fotógrafo pode pegar uma camponesa, colocar uma bazuca nos seus braços, tirar uma foto e afirmar que são guerrilheiras. Ademais, ninguém apareceu com uma mísera entrevista com uma dessas mulheres ou algo parecido, sem contar as informações estranhas do tipo "um coronel comanda um grupo de 30 guerrilheiras" (quem conhece o mínimo de hierarquia militar sabe o quanto essa afirmação é esquisita), entre outras incoerências.
O cerne do texto de Creveld é que é muito fácil alguém falar que existe amazonas modernas num lugar que fica na puta que pariu e quase ninguém tem acesso. "Porque essas amazonas nunca aparecem em lugares de fácil acesso onde se possa verificar?", ele pergunta, e observa que essa prática data desde o tempo dos gregos.
Confiram essa trecho-chave:
And why the Kurds? All Western armies now have legions of heroic fighting females. So why should anyone go all the way to Kurdistan, normally not the most important, progressive, or interesting place in the world, to hunt for them? Shouldn’t they be everywhere? Perhaps the history of the Greek Amazons provides an answer. Originally they were supposed to live in Phrygia, not far from the city of Troy which they vainly tried to save from the Greeks. Next, since they could not be found there, they shifted their habitat to the country north of the Black Sea. When they could not be found there they shifted their habitat to Libya. Next, since they could not be found they moved into the “frontiers of the inhabited world.” Or so the historian Diodorus, who wrote between about 60 and 30 BC, says.
Considerando que a fascinação por mulheres guerreiras data do começo dos tempos, Creveld oferece a seguinte resposta:
The combination of combat with cleavage continues to fascinate the male mind. Throughout history, that fascination has led to strange results. Down to the end of the nineteenth century female on female duels—there were a few—always drew crowds of leering men. Nowadays the same happens wherever a “catfight” is announced. Nothing like a couple of half-naked women bashing one another to get to get spectators on their feet! Meanwhile real fighting women remain as rare as they were when Alexander vainly looked for them.
Em suma, Vilar e Gracie dizem que a fascinação por mulheres guerreiras é coisa de bundões. Creveld afirma que é um fetiche sexual masculino ver gostosas de peitões empunhando armas.
Essa parte do "fetiche sexual" tenho dificuldades de entender, e me pergunto se não estaria relacionado com o sujeito ser um bundão. Por que se for, então bundões existem a rodo e desde o tempo de Alexandre - o Grande.
Ajudem-me a entender essa merda.